Tom Cruise, Olga Kurylenko, Morgan Freeman, Andrea Riseborough e Nikolaj Coster-Waldau são os protagonistas do filme do jovem diretor Joseph Kosinski que ficou muito conhecido pelo filme Tron.
O filme conta a história de Jack Harper, um homem deixado na terra junto com Vika com a missão de manter algumas máquinas funcionando. Sua missão foi construida após a terra passar por uma invasão alienígena e os inimigos explodirem a Lua. Com uma situação tão crítica, os homens se viram obrigados a atacar com várias ogivas e assim, venceram a guerra. Porém essa vitória deixou sequelas no planeta, e toda a humanidade teve de se mudar para uma nave espacial. Em pouco tempo, novos ETs, chamados de “saqueadores” invadiram a Terra para roubar o que sobrou dela. Então, para garantir que a sobrevivência da humanidade, Jack e Vika foram designados a ficar na terra e garantir que essa “transição” da terra para a um novo lugar, seja feita com sucesso.
Desde o começo da história, já percebemos que Jack é um homem que não esta completamente confortável com sua situação, questionador e curioso, ele passa a tentar encontrar justificativas que o fariam sair do planeta e ir para uma nave espacial, sabendo que teria que deixar para tras belezar naturais que só a Terra o proporciona. Jack começa a demonstrar uma grande afetividade pelo planeta, e não sabe se vale a pena ir embora. Vika por outro lado é o racional, ela tem consciência que faltam apenas 2 semanas para sua missão acabar, e não quer que nada saia do comum para que possam finalmente ir para junto das outras pessoas. Neste sentido, o filme constroi um lado emocional e outro racional que se amam e ao mesmo geram conflitos.
Há algumas tomas de cenas que são muito boas, paisagem que conhecemos hoje, são mostradas no filme de uma forma devastada, pois, segundo a história, após a explosão da lua, a terra teve muitas tsumanis, e eventos naturais para se “readaptar”. Jack e Vika moram em uma casa de vidro no alto de uma torre, e muitas cenas nesta casa nos proporcionam fotografias belíssimas. Inclusive quando temos a lua explodida ao fundo. Além disso, em algumas cenas, como a de Jack no Empire State Building, são muito curiosas, pois para chegar ao local, o personagem percorre um longo caminho de areia, praticamente um deserto, e quando chega ao prédio, já esta no alto, ou seja, entendemos ali que realmente os eventos naturais cubriram a terra com um horror natural que chegou a enterrar o Empire State Building.
Com um cenário tão bem definido, a história também se desenrola bem, porém, a sensação é que o roteirista queria juntar muitas coisas em uma história e por isso, acaba complicando a narrativa. Ao mesmo tempo que o filme consegue ir explicando da onde vem a curiosidade de Jack, também mostra como a guerra se desenvolveu. Porém ao tentar levar o personagem a um patamar de vitima, acredito que tenham exagerado na dose. Chega um momento no filme que pensamos: “Ah! Que merda é essa?”. O roteiro tem alguns furos e a história não fica bem amarrada. Por exemplo, há claramente muito mais profundidade em Jack, porém o filme se contenta em mostrar algumas superficialidades, o que torna o personagem muito raso.
Oblivion é um filme que tem boa intenção, e é bem executado, porém perde em qualidade narrativa e em conexão com o público, estes, sem dúvida, são seus maiores defeitos.