A trama de "Culpa", filme dirigido e co-escrito por Gustav Möller, lembra muito a de "Chamada de Emergência", longa dirigido por Brad Anderson. Nos dois casos, estamos diantes de policiais que passaram a trabalhar no serviço de emergência devido às resoluções problemáticas de outros casos seus e, de uma forma ou de outra, o que irá acontecer naquela sala no decorrer de cada filme vai ser também uma forma que eles vão ter para expurgar qualquer tipo de sentimento de culpa que sentem em relação a estes casos.
É a última noite de Asger Holm (Jakob Cedergren) na escala do serviço de emergência da polícia de Copenhague. No dia seguinte, ele vai enfrentar o tribunal devido ao fato dele ter tirado a vida de alguém no seu último caso como policial de rua. Faltando 15 minutos para o seu turno acabar, Asger recebe a ligação de uma mulher desesperada chamada Iben (dublada por Jessica Dinnage), que tenta comunicar o seu sequestro sem que seu sequestrador perceba o que está acontecendo.
Ao longo dos 85 minutos de duração de "Culpa", iremos assistir às diversas tentativas de Asger de auxiliar e de tentar resolver o sequestro de Inge, usando a única arma que ele tem à disposição, naquele momento (o telefone). Por isso mesmo, e por ter uma ação que se passa num único local (a sala do serviço de emergência), é muito importante que o roteiro consiga nos passar tudo de uma forma que seja, além de tudo, crível; e que também nos prenda a atenção.
"Culpa" é muito bem-sucedido, nesse sentido. É um filme simples, porém extremamente eficiente. Nós sentimos toda a tensão de Asger e, principalmente, teremos uma ideia do que representa para ele ter um final feliz na resolução do sequestro de Iben. Jakob Cedergren está ótimo no papel principal e você se coloca na pele de Asger. Ele é o coração e a alma de "Culpa".