Quando a gente entra em contato com a biografia de Marie Curie, percebemos o quanto ela foi pioneira e o quanto ela foi importante para o campo da física e da química. Com o marido, o professor Pierre Curie, ela conduziu pesquisas pioneiras sobre radioatividade. Em decorrência deste trabalho, ela conquistou (por duas vezes, em campos distintos) o Prêmio Nobel, e se tornou a primeira mulher professora na Universidade de Paris.
A cinebiografia "Radioactive", dirigida por Marjane Satrapi, tem como recorte temporal o período em que Marie (interpretada por Rosamund Pike) se dedicou à pesquisa sobre radioatividade ao lado do marido Pierre (Sam Riley). Ao longo dos anos, a pesquisa sobre este tema teve diversos desdobramentos e efeitos nos mais diversos campos. O que o filme nos mostra é que, como toda descoberta científica, a radioatividade estava envolta em consequências ainda misteriosas e que, no passar dos anos, pudemos descobrir o seu poder - seja através da radioterapia, da criação da bomba atômica ou das indústrias nucleares e seus acidentes.
O que frustra, na realidade, em "Radioactive", é que o roteiro escrito por Jack Thorne, tendo como base o livro de autoria de Lauren Redniss, se dedica também a uma subtrama desnecessária sobre a vida pessoal de Marie, principalmente, sobre as suas escolhas amorosas após a morte de Pierre. O que assistimos nestas cenas não acrescenta em nada à trama principal do longa e nos deixa com a incômoda sensação de que estamos diante de um filme que não faz jus à importância de Marie Curie. Ela merecia um pouco mais de respeito.