O filme é muito bom, mas quem foi esperando um filme de terror clássico, inevitavelmente vai se frustrar. É um filme que faz parte do chamado "pós-terror", que nada mais é do que um filme de drama com crítica social que usa o terror apenas como subgenero p/ falar de algo maior. Neste caso, falar sobre paranóia, perda da humanidade diante dos instintos primitivos de sobrevivência e proteção da família, propriedade e recursos naturais.
Pontos positivos: atuações.
Pontos negativos: pra uma "doença" que parece ser transmitida pelas vias aéreas e superfície de contato, os personagens as vezes parecem muito cuidadosos e em outros momentos se expõem de forma direta, irresponsável e burra. Parece que os cuidados com a transmissão é seletiva, conforme necessidade do enredo.
Estou vendo muita gente nas críticas reclamarem do final, que teria ficado "em aberto". Eu tbm odeio final "em aberto", mas este filme tem um final fechado, apenas não é "mastigado" e explícito. O problema é que niguém mais quer interpretar nada, por mais literal que seja.
Desde o início, o jovem já estava contaminado, e os devaneios e visões que ele tinha ao dormir já eram perturbações mentais causadas pela tal "doença". A manifestação da doença vinha "ao cair da noite" , em forma de pesadelos e devaneios. Em outras palavras, a família principal matou de forma cruel a família que eles acolheram, movidos por uma paranóia coletiva, porque acreditavam que aqueles desconhecidos eram um perigo iminente p/ a segurança deles e para os recursos e alimentos da casa. E toda a paranóia se acentuou com os devaneios do filho, que passou a relatar ao pai situações que na verdade estavam só na cabeça dele mas que alimentou a desconfiança do pai. No fim, não existia nenhuma prova de que a família que foi acolhida estava doente ou tramando fugir. Mas diante da situação, eles tbm reagiam. A paranóia foi responsável pela destruição da humanidade daqueles dois núcleos familiares , ao ponto de cometerem até o assassinato brutal de uma criança inocente, em nome de defender propriedade. Foi a defesa à propriedade X humanidade.
E no final, pouco importou a propriedade oi os recursos, já que o jovem morreu da doença, e provavelmente o casal sobrevivente, por passar todo o filme em contato direto com o filho infectado, já estará contaminado, e logo passarão a ter os devaneios "ao cair da noite", que farão eles se matarem ou morrerem da doença.