Jeruzalem é um daqueles filmes de terror feitos para você se “divertir”, ou seja, descompromisso com qualquer expectativa de susto ou medo ou sequer aquela tensão pelo inesperado. Até pq o filme dá vários indícios do que está por vir.
É um filme que não quer te enganar, até pq sabe que não conseguiria isso. Baixíssimo orçamento, porém esforçado.
O filme usa o recurso da filmagem em primeira pessoa, popularizado por Bruxa de Blair, com a criatividade (e a desculpa) de usar o Google Glass na protagonista (e câmera principal do filme). E, claro, vários dos clichês dos filmes de terror envolto a um mistério: inimigo aparentemente não humano e desconhecido sendo confrontado com militares perdidos sem saber o que fazer (já vimos isso em algum lugar), população sem respostas, a presença do “esquisitão” que sabe tudo e insiste em compartilhar que sabe toda a verdade mas ninguém liga (por ser esquisitão), um personagem entre os protagonistas que começa a desconfiar de algo estranho mas é invalidado pelos demais, e desta vez até de forma exagerada, entre outros clichês mais leves. Mas calma, o filme não abusa dos clichês e nem é conduzido em função destes clichês!
Sim, o filme é fraco, mas ele tenha entregar algo, ainda que com roteiro praticamente cópia de filmes como Cloverfield. Inclusive com muitas semelhanças justamente com este exemplo! Mas ao assistir de forma descompromissada, sem esperar nada de novo, só para curtir o problema, ainda que repetido, mas num novo cenário, pode tornar a experiência agradável. Até pq um dos pontos fortes foi o cenário, as locações serem em Jerusalem e não num estúdio chromakey em LA já deixa um tom interessante ao filme.
Os textos são bem fracos, sim! Não espere grandes diálogos. A falta de explicação faz parte do enredo, está implícito numa situação de casos social e de insegurança pública presentes no contexto. Não explicar a situação não é uma falha.
Faltou sim profundidade aos personagens, ainda que tenham tentativas para tal, como as ligações para o pai e uma forma e momento pitoresco de citar o irmão da protagonista.
Poderia ter mostrado mais o inimigo, inclusive um planos mais amplos. Mas o baixo orçamento explica isso.
Óbvio, é um filme abaixo de 5, mas não chega a ser zero pois ele não duvida da inteligência do público, não tenta nos enganar com situações e propostas impossíveis, miraculosas ou absurdamente inviáveis, como mtos filmes deste genero fazem. Este filme deixa acontecer, sem fazer milagre ou algo sensacional, pois sabe das suas limitações, mas também sem esconder as coisas acontecendo.
A protagonista muitas vezes é sim chatinha. Mtos diálogos fúteis, e nem me refiro ao periodo de acasalamento e flerte , sempre presentes em filmes com jovens em viagens, mas ninguém querendo ser o heroi impossível ou personagens tomando atitudes desastrosas para justificar o enredo. Essa ultima parte traz paz!
Um ponto fraco é a “consciência” de personagens aparentemente inimigos mas que são tomados por uma consciência solidária, inesperado de quem não deveria ter consciência!
No fim, você termina o filme sem nenhuma novidade, mas com a expectativa em baixa desde o início, estará satisfeito com o tempo passado, já que não tinha nada melhor pra fazer. É divertido.