Woody Allen se reinventa mais uma vez, em seus oitenta e tantos anos, é incrivel perceber as infindáveis mensagens que o diretor consegue passar, mais uma vez em ‘Café Society’.
A criação de arquétipos de Woody Allen é imbatível, ele não usou de novas fórmulas no longa, que retrata um jovem em uma altíssima sociedade, em busca do seu lugar ao sol, tal qual um dos protagonistas de algum romance de F.Scott Fitzgerald.
Não há como negar que Woody Allen aproveitou alguns dos elementos do mais famoso romance de Fitzegerald, ‘O Grande Gatsby’- glamour, elegância, sedução, jogos de interesse, poder e vaidade em seu longa, para poder construir o ambiente e o psicológico de seus personagens.
Todos eles estão em Café Society, que aponta no cinema Woody Allen, uma homenagem as raízes do cinema norte americano, retratado com nostalgia, através do figurino, da trilha sonora jazzistica clássica do diretor, e de todo o romantismo que pairava no ar na América dos anos de 1930, os anos dourados de luxuosa alta sociedade americana.
Já que não se importa mais com as críticas, Woody Allen faz o que quer. A cada longa, está cada vez mais próximo da simplicidade, não restam mais tantas dúvidas existenciais pairando sob sua cabeça, sua mensagem é simples: A vida é uma só, portanto, tire o máximo de proveito dela!
Pela primeira vez um filme clássico, uma história de amor, sem questionar padrões, sem querer enxergar além do necessário, criando filosofias mirabolantes em qualquer atitude banal. Não existem tantos dilemas dos clássicos filmes de Woody Allen, agora, relembrando com excelência o clima do cinema dos anos dourados, fazendo de Jesse Eisenberg, seu Cary Grant.
Kristen Stewart (a Bella de ‘Crepúsculo’) nunca atuou tão bem quanto neste filme.
Toda a graça da época foi retratada pelas lentes do diretor neurótico, que pela primeira vez filmou com uma camera digital. De todo o filme, a única situação nova, seja a câmera. Woody nos provou: A vida é uma só, enquanto um filme é um filme. E só.