É um filme aparentemente clichê, mas que se transforma aos olhos do espectador.
Mostra o quanto todos nós estamos presos na imagem, na imagem que vemos, na imagem que passamos, e do quanto isso nos torna presos de vidas por vezes medíocres...
Por outro lado, também nos faz questionar, o que seria de nós mesmos se não fossemos presos a esses reflexos de nós mesmos o tempo todo?
É um filme belo, trágico, forte, simples e impactante... Impossível passar por ele de forma impassível...
Parece que a história abordará uma única perspectiva, e por fim, é como se a câmera fosse girando e mostrando diversos olhares... diversos pontos de vista de uma mesma realidade... todos são comuns e ao mesmo tempo todos são protagonistas... todos são atuantes e ao mesmo tempo vítimas.
É um filme para ser visto mais de uma vez, para ser analisado... o garoto que eu julguei um psicopata, na verdade, é alguém com uma perspectiva que não segue um padrão, preso nos olhares de um pai, que provavelmente também foi perseguido e punido, não podendo ser quem de fato era.
A esposa, longe de ser uma mãe e esposa perfeita, busca demonstrar ser uma mulher de sucesso, independente.
A filha, que nutre um desgosto pelos pais, busca culpabilizá-los por seu tédio, mas também não busca melhorar a relação entre eles.
Se deixa, prender por uma amiga que vende uma imagem descolada, quando na verdade, só tem medo de não ser aceita...
A vida se veste de diversas formas e ao fim se mostra em sua plenitude na morte.
Paradoxal como tudo mais que há na vida...
Esse filme é um soco na boca do estomâgo, mas ao mesmo tempo uma lufada de ar... no fim, todos somos aquela sacola suspensa no ar...