“A ideia da minha vida como um conto de fadas é em si um conto de fadas”. Essa frase, que foi dita por Grace Kelly, em algum momento de sua vida é bastante representativa do que a jornada dela se transformou a partir do momento em que ela decidiu largar uma vida como atriz bem-sucedida de Hollywood para se casar com o príncipe Rainier III, líder do pequeno país Mônaco, que fica localizado no Sul da França. Entretanto, como bem mostra os livros sobre a sua vida, bem como o filme Grace de Mônaco, dirigido por Olivier Dahan, a rotina de Grace, como Princesa de Mônaco, não tinha nada de glamourosa…
O roteiro escrito por Arash Amel enfoca um período bastante delicado da história de Mônaco, quando, em 1961, politicamente, o país encontra-se numa encruzilhada com a França: ou paga impostos a este país ou o principado perderia sua independência e seria invadido e anexado ao país francês – o que exige uma decisão rápida por parte de Rainier (Tim Roth). Por outro lado, Grace Kelly (Nicole Kidman) lida com a sua inabilidade em se adaptar à nova vida e com um convite inesperado por parte de seu amigo Alfred Hitchcock (Roger Ashton-Griffiths): o de que ela estrelasse o seu próximo filme, Marnie – Confissões de uma Ladra.
O que Olivier Dahan deixa subentendido, por meio deste filme, que é livremente inspirado em fatos reais, é que, ao vivenciar essa experiência, Grace Kelly se descobre para aquele que seria o grande papel de sua vida: o de esposa de Rainier, mãe de Caroline e Albert (e, posteriormente, de Stephanie) e, principalmente, o de Princesa de Mônaco. Uma pena que Grace de Monaco seja um filme extremamente irregular e que o diretor francês não consiga repetir aqui a mesma excelência vista em Piaf: Um Hino ao Amor.