Você é daqueles que não gosta do cinema brasileiro? Salvo raras exceções, alguns filmes fogem dessa classificação negativa do nossos estúdios cinematográficos, como Tropa de Elite (1 e 2) e Cidade de Deus. Mas há um filme não muito falado nacionalmente que também julgo ser ótimo, com uma crítica social tão grande quanto os outros acima mencionados: *Era uma vez*. Te faço um desafio nessa quarentena: assista a esse filme, caso não tenha visto. Ele não é jus de nenhuma premiação desses grandes festivais, conforme o Óscar e o Bafta; ainda acho que nenhum filme local chegou a esse patamar. Porém, um longa que mostra algumas questões do cotidiano brasileiro: a desigualdade, o preconceito e a realidade das favelas do RJ. Ele conta a história de um jovem rapaz (Dé), morador do Cantagalo, que leva a vida de forma honesta e digna com o seu trabalho num quiosque da Praia de Ipanema. No início do filme, quando ainda criança, presencia a morte do seu irmão pelo traficante (Café Frio) que atormenta a comunidade da Zona Sul. Seu outro irmão, Carlão, foge da favela, ao passo que estava "jurado de morte" pelo bandido que matara seu familiar. Ao decorrer do longa, Dé se apaixona por Nina, uma jovem menina moradora de Ipanema, na Avenida Vieira Souto, orla do bairro, o m² mais caro do país! Depois de algumas atitudes do Dé, eles começam a namorar e viver intensamente os momentos juntos. A mãe do Dé, no começo, é contra o relacionamento, tendo em vista que não queria ver uma menina da Zona Sul visitando a favela, podendo arrumar encrenca para ela e seu filho. O pai de Nina, para nossa não muita surpresa, também não é a favor da união do casal, o argumento é que ele não queria a filha namorando um vendedor de coco e cachorro quente na beira da praia. Bom, dei uma breve introdução acerca do filme; não vou me alongar muito sobre o seu meio e fim, afinal, se fosse para dar spoiler, não precisaria escrever esse enorme texto. Sobre o final da película, analisem bem antes de criticar, há um contexto muito grande por trás disso. Abraços!