Um humor diferente, um humor que vem da pura desgraça e vai se transmutando a criar situações cômicas, absurdas, inteligentes, contendo criticas, ótimas construções de personagem e uma montagem e edição que tão o tom do humor britânico que com certeza inspirou os filmes de Edgar Wright e ate o “Requiem Para um Sonho” de Darren Aronofsky- Ambos ótimos diretores na nova geração- então “Trainspotting” tem seu charme. Com um roteiro linear mas completamente maluco, que abstrai dentro de sua paranoia uma historia que tenta desenvolver e trava, tenta e trava, e no final, ela anda, a falta de desenvolvimento da historia é compensada com um ótimo desenvolvimento dos personagem, toda a turma principal do filme é bem trabalhada, mesmo que seja por segundos, não temos aquela historia de membros fantasmas, todos são compreensíveis, com personalidades e visões de mundo únicas e completamente apegáveis. Temos a historia de Renton (Ewan McGregor), um inconsequente jovem-adulto que vive uma vida descachada, viciado em heroína e praticante de ilegalidades para manter o vicio e vida, que possui uma turma de amigos ao melhor estilo clube dos 5, vemos os dramas e angustias de todos, até que se resolvem por praticar um golpe, lendo assim, até parece um drama, mas não se engane, o tom dramático do roteiro é compensada pela ótima e hilária direção do longa. A mensagem aqui é bem clara: Não use drogas, não porque você vai entrar num mundo sem volta, mas porque temporariamente vai se afundar, e esse temporário pode ser pra sempre, confuso, mas o filme explica, também temos uma critica ao abandono de viciado e até um questionamento sobre amizade, e uma conjecturarão sobre a importância do contato social, nosso personagem talvez estivesse melhor, caso não se obrigasse a se submeter a esse contato para ajudar seu amigos. A técnica aplicada, e muito bem aplicada aqui pelo iniciante diretor Danny Boyle, temos uma montagem rápida e fugaz, alienado com uma serie de cortes e diferentes planos que passam, euforia, tristeza, depressão, alegria e solidão, o diretor sabe como usar nas diferentes cenas, como por exemplo, nas viagens de Reanton, a onde temos vários cortes rápidos para passar sua euforia, e planos abertos para passar sua solidão e closes para passar o clima de sua degradação, tudo isso em uma cena. Consequentemente temos uma ótima mixagem de som e uma trilha sonora que mistura deste pop até musica clássica, e essa mistura é ótima e conversa com cada sentimento da montagem. Todas as atuações aqui, sem exceções são maravilhosas, todos os atores parecem que nasceram para o papel e não poderia ser diferente, seria ridículo citar todos, mas todos fazem atuações completamente maravilhosas. O filme tem problemas, é claro, não é perfeito, a falta de rumo em seu roteiro é um deles, mas é um grande filme, que atrai gerações por sua estética e me atraiu pela sua direção e atuações, é dito clássico jovem.