Para quem conhece o cinema de Woody Allen, sabe que sua receita para um ótimo filme são mulheres lindas, belas cidades mundiais e discussões filosofais sobre nossas vidas banais em Tudo pode dar Certo, seu longa com Larry David, roteirista da famosa série Seinfield no papel principal, e a bela Evan Rachel Wood como coadjuvante, mostra uma visão comico-conformista, muito peculiar para um filme assinado por Allen.
O filme trata das coinscidências da vida, e quão cômicas e dramáticas as situações podem ser. Pelo ponto de vista de um ex-professor acadêmico de meia idade, desiludido, tentando compreender as insignificâncias da vida, até encontrar uma ingênua e inocente menina de 18 anos na sarjeta de sua casa.
Para alguém em um momento de crise, que espera uma mudança no rumo de sua vida, o filme tira muitos grilos que costumam nos apavorar, quando precisamos fazer o que devemos fazer, ou quando esperamos que alguma coisa importante nos aconteça.
Como estou em um momento crítico da minha vida, acabei de me formar e estou no meio de um dilema existencial, entre o que quero e o que tenho que fazer, o filme me fez sentir que, em algum momento, tudo vai se ajustar.
Muitos se tornam derrotistas quando nada do que planejaram lhes ocorre. É neste momento que precisam enxergar que é preciso mudar o objetivo, é preciso se arriscar a fazer coisas que nunca imaginava que poderia fazer.
As grandes coisas que nos acontecem na vida, surgem ´fora do plano´: as melhores amizades, as paixões que acabam se tornando amores para toda a vida, o concurso que no ´só por farra´ você fez e, adivinha, passou…
Apesar de nunca podermos contar com o acaso, é preciso lembrar que ele existe e em algum momento acaba acontecendo, só precisamos ter um pouco de fé e principalmente, nos mover, e aos poucos, tudo vai dar certo.
Tem vezes, que é preciso dar tempo ao tempo, porque até quando tudo pede um pouco mais de calma, a vida pede um pouco mais de paciência, como diriam os proféticos versos de Lenine.