A comédia romântica “Uma Manhã Gloriosa”, dirigida por Roger Michell, se passa no ambiente dos telejornais matinais, mais precisamente por trás das câmeras, nos bastidores desse tipo de programa. Centrado na figura da produtora Becky (Rachel McAdams), o filme acompanha, não só a sua rotina profissional, como também a forma como a vida profissional de Becky influencia na sua vida pessoal.
Desde a primeira cena, percebemos que, para Becky, o trabalho vem em primeiro lugar. Uma produtora dedicada, que abraça a difícil missão de reerguer/reinventar o telejornal matinal de uma emissora. A tarefa é hercúlea, pois o “Daybreak” (o programa que Becky comanda), tem uma equipe de trabalho acomodada e uma dupla de âncoras formada por pessoas que não se suportam.
Neste ponto, precisamos destacar os acertos de “Uma Manhã Gloriosa”. Harrison Ford (como a lenda do telejornalismo transformada num âncora insatisfeito com sua função) e Diane Keaton (como a ex-miss que adora ser âncora de um telejornal matinal) são uma atração à parte. Rachel McAdams, por sua vez, brilha como um tipo que ela sabe interpretar como ninguém: a mocinha boba e atrapalhada, gente como a gente.
Porém, talvez, o ponto mais legal de “Uma Manhã Gloriosa” é a construção da jornada de Becky, como a personagem principal que desafia um gênero que é conhecido pelos seus clichês. Ao vermos uma personagem feminina que prioriza o trabalho e não condiciona o seu sucesso pessoal à presença de um homem na sua vida (embora isso exista no caso de Becky), temos a transmissão de uma mensagem muito positiva.
O que queremos dizer com isso é que o que importa para “Uma Manhã Gloriosa” não é a relação amorosa. E sim, as interações pessoais que Becky constrói ao longo de seu caminho. A verdadeira parceria dela é a que ela estabelece com seus colegas de trabalho.