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    Cine PE 2019: Terror, fantasia e suspense marcam 4ª noite de festival

    Filmes de gênero cada vez mais presentes.

    Em mais uma noite de mostras competitivas no Cinema São Luiz, o Cine PE 2019 novamente mostrou como sua programação é capaz de ser "tematizada" e conversar entre si. Assim como na 3ª noite, em que foram apresentados os curtas Cor de Pele, Obeso Mórbido e Sobre Viver, obras que falam sobre preconceito e auto-aceitação do corpo, o festival seguiu exibindo, na noite seguinte (01), diversos filmes de terror e fantasia na área dos curtas, assim como um suspense para fechar a noite, com o longa Um e Oitenta e Seis Avos.

    Abrindo a noite de quinta-feira, o curta pernambucano Coleção, de André Pinto e Henrique Spencer, conta uma breve história de vingança que vem do além. Tomando forma a partir de fotos antigas, espíritos raivosos usam um homem para conseguir chegar até seu avô, que cometeu erros graves no passado. O filme possui elementos de terror bem delineados, como o uso de cores frias, bons efeitos especiais e planos e enquadramentos que salientam a sensação de medo. Há certas escolhas narrativas que não adicionam muito à trama, como o fato do protagonista trair sua esposa com outra mulher, mas o mistério que paira nas fotografias que vai colocando em todos os cantos de sua casa mantém o nível de tensão do início ao fim.

    Guará, de Fabrício Cordeiro, abraça o trash e o gore ao mesmo tempo que entrega uma simples história de um lobisomem que aterroriza uma cidade e coleciona vítimas por onde passa. Há uma cena específica bem marcante, em que o monstro ataca diversas pessoas ao som de uma trilha-sonora forte num plano-sequência bem executado. Foi a produção que rendeu mais reações da plateia, que se divertiu e riu até mesmo nas cenas mais grotescas, sem a limitação de sangue ou violência. Prova de que o terror pode, sim, entreter.

    Porém, em Casa Cheia, de Carlos Nigro, ocorreu o contrário: este foi o curta mais sombrio apresentado na noite e, além de possuir uma atmosfera completamente amedrontadora, tem um design de produção realmente impecável. O diretor nos dá a sensação de prisão e agonia não só pela protagonista ter asma e ser assombrada por fantasmas, mas também pelo bom uso da trilha-sonora e dos planos que vão se aproximando cada vez mais dos detalhes da casa em que a garota mora. O roteiro dá mais perguntas que respostas (como muitos filmes de terror), mas mesmo assim intriga pelo clima de urgência.

    Continue acompanhando o AdoroCinema na cobertura do Cine PE 2019!

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