Bruno Morais
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2,0
Enviada em 22 de novembro de 2024
Com uma herança cinematográfica que remonta a 1979, a franquia Alien sempre teve o desafio de reinventar sua narrativa sem perder a essência que a consagrou. Infelizmente, Alien: Romulus tropeça exatamente onde deveria brilhar, oferecendo uma trama que parece mais um retrocesso do que uma evolução.

A escolha de ignorar os rumos estabelecidos por Prometheus e Alien: Covenant é, no mínimo, frustrante para os fãs que esperavam respostas ou uma progressão significativa na mitologia dos engenheiros e na origem do Xenomorfo. Ao invés disso, o filme retorna a uma ambientação excessivamente familiar – corredores escuros, colônias espaciais em ruínas – sem trazer algo inovador que justifique essa abordagem nostálgica.

Um dos pontos mais fracos de Romulus é a ingenuidade gritante de seus personagens. Em um universo onde o perigo é praticamente garantido, é difícil aceitar que protagonistas ainda sejam tão despreparados, tomando decisões que beiram o absurdo. Esse fator mina qualquer tentativa do filme de gerar empatia ou tensão genuína.

Além disso, a narrativa parece operar no piloto automático, com pouco espaço para exploração de novos temas ou conflitos mais complexos. A falta de fluidez e criatividade faz o filme soar como uma repetição diluída de ideias já exploradas de forma muito mais eficaz nos primeiros capítulos da saga.

Por outro lado, há algo a se elogiar? A estética visual continua sendo um dos pontos fortes da franquia, com cenários que, embora previsíveis, são detalhados e evocam a atmosfera opressiva característica de Alien. No entanto, sem um enredo que sustente essa estética, o resultado final é insatisfatório.

Alien: Romulus prova que confiar apenas na nostalgia não é suficiente para manter a relevância de uma franquia. É hora de os criadores ousarem, aprofundarem os temas e personagens, e buscarem algo que de fato enriqueça o universo Alien. Até lá, teremos mais uma série de passos em círculos em corredores mal i