Carlos Henrique S.
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3,0
Enviada em 30 de outubro de 2020
É um filme muito descompromissado de inicio, a câmera passeia na sala de aula que pulsa com os alunos e uma professora que fala serenamente uma história que aparentemente não possui tanta relevância. Mas é aí que se concentra esse "Q" que sustenta o filme, esse adventício que o filme propõe é muito interessante e é responsável pelo interesse junto à obra por parte do espectador.

A montagem esconde os segredos e os pontos de vista de cada um, a ordenação episódica oferece um exercício bem interessante que revela uma faceta oculta de cada um. Porém ainda fica bem aquém daquilo que seu conteúdo oferta. Parece muito que o Tetsuya Nakashima foca muito mais nessa super estilização da obra, cada cena em slow motion perde aos poucos o efeito dramático que o filme tenta alcançar.

Fica até bem claro que é um ideia muito arriscada, já que na metade do filme essa estilização encontra um sentido mais figurativo do que um elemento propriamente potencializador dramático. Ainda assim, acho que dá para extrair alguns comentários sobre o abandono, a depressão e a resistência contra a culpa.