Para quem pensa que Cinquenta tons de cinza é um roteiro original, ai temos uma prova que basta dar uma repaginada no roteiro e mudar seu título que revivemos mais do mesmo. Em 1986, já tínhamos um roteiro erótico com atores já um tanto conhecidos e dirigido por um diretor especialista pelo gosto (cito Lolita e Proposta Indecente). Inclusive a atriz Kim Basinger acabou participando de Cinquenta tons mais escuros, talvez como um revivor de seu passado. O fato é que, tirando o público masculino, que dá uma nota positiva no filme, o mesmo não possui qualidade. O roteiro é fraco e se prende numa trama boba e sem tensão. Até mesmo as tais cenas de sexo não eram tão bem ensaiadas e chegam a ser parodiadas. A atriz usou inclusive dublê de corpo, o que fez ela ganhar um troféu de pior atuação por não se entregar totalmente a personagem. Além disso, o roteiro também foi criticado. Hoje até podemos considerar o filme extremamente machista em colocar a mulher em situação degradante e sem explorar essa situação num tom mais dramático, apenas o fazendo como um fetiche sexual masculino. O título do filme em português que diz ser semanas de amor, na verdade deve ser considerado 9 1/2 de sexo e luxúria, pois nada ali deve ser considerado como um relacionamento amoroso. O que salva é algumas cenas bem fotografadas com uso de luz e sombra e o uso dos tons dos figurinos. O filme inclusive teve prejuízo nos cinemas, arrecadando a metade do seu orçamento, talvez pelo seu teor erótico que prejudicou a divulgação.