A habilidade de um diretor e o brilhantismo de um roteiro muitas vezes se nota no sucesso da mensagem que ele quer passar. Em Power of the Dogs, Jane Campion trata de uma enxurrada de assuntos complexos, como o machismo tóxico, homossexualidade reprimida, máscaras da sociedade, alcoolismo, entre outros temas, de uma forma que tudo esteja nas entrelinhas.
Isso porque em nenhum momento em seus diálogos há qualquer menção a esses assuntos. É o espectador que, com sua experiência de vida e sabedoria, faz toda a análise e dá todas as respostas do que se vê em tela, baseado somente nas atitudes corriqueiras dos personagens.
Isso só é possível quando a direção tem controle absoluto da mensagem que ela quer passar e também tem a sensibilidade quase empírica de como abordar essa questão. Seria muito fácil repetir cacoetes da militância progressista, porém dúvido que seria tão efetivo, afinal estamos falando de uma época em que o aceitável era degradar sua vida em detrimento da própria aceitação. Então, contando com o bom senso do espectador, Jane Campion se basta em narrar os acontecimentos e deixar na nossa responsabilidade a interpretação exata do filme.
Essa é uma jogada de mestre porque temos uma vertente conservadora que repudia qualquer discurso progressista em nome de uma ideologia, mas quando essa carga política é deixada de lado e a história é contada somente se aprofundando nos personagens, a diretora faz com que os mesmos conservadores que poderiam massacrar a obra se ela tivesse um viés político mais descarado, se coloquem na pele do personagem e chegue na mesma conclusão que a diretora sozinha, sem influência política ou ideológica.
Filmão. Pode desagradar quem busca por algo divertido e eletrizante, mas é um deleite para quem vê o cinema como forma de expressão.
Isso porque em nenhum momento em seus diálogos há qualquer menção a esses assuntos. É o espectador que, com sua experiência de vida e sabedoria, faz toda a análise e dá todas as respostas do que se vê em tela, baseado somente nas atitudes corriqueiras dos personagens.
Isso só é possível quando a direção tem controle absoluto da mensagem que ela quer passar e também tem a sensibilidade quase empírica de como abordar essa questão. Seria muito fácil repetir cacoetes da militância progressista, porém dúvido que seria tão efetivo, afinal estamos falando de uma época em que o aceitável era degradar sua vida em detrimento da própria aceitação. Então, contando com o bom senso do espectador, Jane Campion se basta em narrar os acontecimentos e deixar na nossa responsabilidade a interpretação exata do filme.
Essa é uma jogada de mestre porque temos uma vertente conservadora que repudia qualquer discurso progressista em nome de uma ideologia, mas quando essa carga política é deixada de lado e a história é contada somente se aprofundando nos personagens, a diretora faz com que os mesmos conservadores que poderiam massacrar a obra se ela tivesse um viés político mais descarado, se coloquem na pele do personagem e chegue na mesma conclusão que a diretora sozinha, sem influência política ou ideológica.
Filmão. Pode desagradar quem busca por algo divertido e eletrizante, mas é um deleite para quem vê o cinema como forma de expressão.