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3,5
Enviada em 3 de maio de 2017
O Rastro é um terror brasileiro tecnicamente muito bem feito, usando um estilo impecável e que lembra um terror universal, levemente americanizado com sons que assustam e cortes bruscos, mas que tenta atingir sua identidade usando como pano de fundo um filme de terror da vida real: o sistema de saúde público. Para isso, porém, o diretor J.C. Feyer e sua dupla de roteiristas, Beatriz Manela e André Pereira, irão criar uma atmosfera que lembra e/ou referenciar muitos trabalhos do gênero. Dessa forma, veremos corredores vazios e sons ao fundo, além de aparentemente sem explicação termos uma grávida entre as personagens. Da mesma forma, o uso de sons é tão importante no filme que até uma furadeira elétrica é colocada em determinado momento no recinto sem maiores explicações. Muitas coisas nesse roteiro são colocadas a esmo, e até personagens surgem no terceiro ato para justificar (mais) uma reviravolta. É usado um mecanismo arriscado próximo do final que pode deixar alguns espectadores empolgados, mas isso logo esvanece por causa da falta de amarrações no enredo que tornem toda a trama minimamente orgânica. É uma história bem-sucedida, mas como espectador, fica difícil de entender tanto inchaço nos temas e nos personagens. De qualquer forma, se o que você procura são bons sustos, O Rastro pode lhe fornecer pelo menos alguns. Nem que seja pela força do berro.