Rafael Toledo
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2,0
Enviada em 8 de fevereiro de 2025
vamos la
Epítome do que há de mais deplorável no MCU, não só pós-Vingadores, mas sim do que está enraizado como essência dos filmes de (super) herói da Marvel. Desde a gênese de projetos do tipo, essas histórias têm como fundamento serem contadas da maneira mais pasteurizada e asséptica possível, entretanto, com a adição do Multiverso, os defeitos ficaram mais evidentes e, diante disso, potencializados na "arte" de referenciar. Repleto de um humor costumeiramente imaturo e autodepreciativo, o ritmo é constantemente picotado por inserções de piada sobre alguma obra prévia, fazendo tudo parecer uma grande colagem de esquetes cômicas que oscilam o tom, tal qual uma montanha-russa. A direção é absolutamente afetada, num ato obsessivo de tentar chocar através do uso de palavrões, escatologia e banho sangue, quando, na verdade, a ação remete a um balé bélico coreografado de forma simplista/genérica e essa suposta originalidade da quebra ininterrupta da 4º parede é apenas um repeteco de uma fórmula cinematográfica de cunho infanto juvenil que tem como público-alvo adultos nostálgicos sedentos por Fan Service. A imensidão de diálogos ultra expositivos coloca os resquícios de boas ideias num limbo criativo que aglomera participações especiais com Sub Plots avulsos, gerando um mosaico enfadonho, ou melhor, o próprio purgatório cinematográfico que o Deadpool tanto zomba. O protagonista é sem sombra de dúvidas a pior parte do próprio longa, exageradamente metalinguístico ao ponto de esvaziar qualquer peso da sua violência/escárnio. Ao entrar em rota de colisão com um mundo muito mais sério do que o seu, como o de Wolverine (um personagem notoriamente sisudo), acabam servindo de contraponto no âmbito identitário, porém, não possuem química suficiente para funcionar como dupla dinâmica, resultando num sucesso mercadológico satírico e, ao mesmo tempo, numa completa tragédia audiovisual.
nota 3