João Lucas B.
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4,0
Enviada em 18 de fevereiro de 2020
Em seu primeiro longa metragem, Iñárritu já consegue mostrar talento. Amores perros conta três histórias paralelas que se unem através de um acidente de carro. É um filme realista, cru, violento e ao mesmo tempo sensível, afetuoso. Iñárritu passa esse espírito com as câmeras na mão expressando o comum e amador.
São três histórias comuns que são unidas pela tragédia e por cachorros, que estão presentes como eixo narrativo aqui.
Um ponto interessante do longa é como ele trata a dualidade entre o amor e a violência, assim como os cachorros de briga, os personagens ora estão em tormentas, momentos conflitantes de seus personagens, ora estão em calmarias, momentos de carinho e afeto.
É um filme cruel com seu espectador, mostra a realidade nua e crua, o sofrimento dos personagens é muito palpável, principalmente na primeira e na última história, as quais mais me marcaram.
O desfecho da obra mostra que nem tudo tem um final feliz, ou nem mesmo um final, a vida segue apesar das tragédias, formando veteranos de guerra. O filme não busca nenhuma redenção barata, encerra como um soco no estômago, a desgraça se torna inerente aos seres humanos.
O filme acaba pecando em seu ritmo, o tempo pesa devido à desconexão das histórias, que não tem um eixo muito forte e acabam sendo quase independentes. Apesar disso, Iñárritu abre sua filmografia com um excelente filme.
Nota: 8.3