João Lucas B.
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5,0
Enviada em 3 de janeiro de 2019
"Roma". de Alfonso Cuarón é a forma mais pura e humana do cinema. Em um relato semi-autobiográfico, o longa conta a história de Cleo, empregada de uma família de classe média alta. Ao longo do filme. é notável a forte relação de Cleo com a família, porém sempre em seu lugar de empregada, com um quarto isolado e pequeno, e com a mesa de almoço diferente daquela que a família usa. O drama é muito bem escrito, com uma fidelidade absurda aos fatos e ao contexto histórico do México, onde em 1971, aconteceu o Massacre de Corpus Christi, representado no filme.
Flertando com o neorrealismo italiano, além dos quesitos técnicos, como o preto e branco, o filme mostra as desigualdades sociais, a pobreza, e o cotidiano das classes mais pobres.
Nos detalhes técnicos, "Roma" da uma aula, sempre com um câmera bem posicionada, aberta ou fixa, em tripé ou em trilho com movimentos horizontais, intensifica a imersão e ampliação nas cenas.
As atuações surpreendem, já que o elenco não é muito conhecido e é o primeiro longa de Yalitza Aparicio(Cleo), que já mostra um enorme potencial, com uma atuação inexprimível.
Mesmo em preto e branco, o filme apresenta uma fotografia digna de Oscar; Os espaços são muito bem usados e os planos sequência muito bem executados, a luz é controlada com maestria e vemos uma obra de arte em movimento.
A dramatização das trivialidades da vida resultou em um dos melhores trabalhos de Cuarón, é impressionante como acontecimentos que muitas vezes são comuns, acabam por tomar um significado maior e muito bem valorizados.
Intimista, impactante, humano e real, "Roma" é um dos melhores filmes de 2018, e o cinema em sua essência, Nota: 9.6