No seu terceiro filme, Quentin Tarantino apresenta uma narrativa mais contida e adaptada, abrindo mão do seu estilo estridente e da violência estilizada, o que decepcionou alguns espectadores em sua época, devido ao grande sucesso de "Cães de aluguel" e "Pulp Fiction", que deram uma ótima reputação ao jovem diretor. Porém, "Jackie Brown" representa um Quentin mais pensante e presta uma homenagem ao "blaxpoitation", gênero que teve Pam Grier, protagonista do filme, como grande expoente.
A narrativa, aparentemente simples e natural, gira em torno de Jackie Brown, uma aeromoça que traz dinheiro ilegal do México para o traficante de armas Ordell Robbie. A trama se desenvolve após Jackie ser pega por dois policiais por posse de dinheiro ilegal e cocaína com "intenção" de venda, assim, ela passa a atuar como informante para a polícia para prender Ordell. No entanto, ela também se alia ao próprio, atuando como uma espécie de "agente duplo", a fim de trazer todo o dinheiro de Ordell do México sem o conhecimento dos federais. Entretanto, o trama vai crescendo e logo tudo é uma peça do grande plano de Jackie.
Apesar de mais contido, Tarantino ainda apresenta vários aspectos comuns de sua estética: os takes filmados de dentro da mala do carro, a maestria na escolha da trilha sonora, e a sublime quebra de linearidade, que aparece de surpresa logo no clímax da narrativa. Assim, ao passo que deixa de lado sua ultraviolência estilística, tem seus personagens mais maduros, com peculiaridades e vidas próprias, com drinks prediletos, músicas favoritas e uma forte intimidade. Além disso, busca a autencidade no roteiro (embora seja uma adaptadação), escondendo seus movimentos até a sua última jogada.
Vale também ressaltar a grande atuação dos protagonistas, que incorporam os personagens para além dos diálogos, com trejeitos e sotaques. Samuel L. Jackson faz aqui um papel mais violento e extravasado que "Jules" de Pulp Fiction, já Robert de Niro sai da sua clássica persona imponente e interpreta um mero capanga de Ordell, secundário e confuso, cujo único papel é seguir ordens. Pam Brier também atua brilhantemente como Jackie Brown, que transmite amargura e segurança, exalando a maturidade de uma mulher forte e vigorosa.
"Jackie Brown", apesar de ser um filme fora da zona de conforto de Tarantino, é uma grande obra e merece ser visitada por aqueles que buscam conhecer Quentin.
Nota: 8.2
A narrativa, aparentemente simples e natural, gira em torno de Jackie Brown, uma aeromoça que traz dinheiro ilegal do México para o traficante de armas Ordell Robbie. A trama se desenvolve após Jackie ser pega por dois policiais por posse de dinheiro ilegal e cocaína com "intenção" de venda, assim, ela passa a atuar como informante para a polícia para prender Ordell. No entanto, ela também se alia ao próprio, atuando como uma espécie de "agente duplo", a fim de trazer todo o dinheiro de Ordell do México sem o conhecimento dos federais. Entretanto, o trama vai crescendo e logo tudo é uma peça do grande plano de Jackie.
Apesar de mais contido, Tarantino ainda apresenta vários aspectos comuns de sua estética: os takes filmados de dentro da mala do carro, a maestria na escolha da trilha sonora, e a sublime quebra de linearidade, que aparece de surpresa logo no clímax da narrativa. Assim, ao passo que deixa de lado sua ultraviolência estilística, tem seus personagens mais maduros, com peculiaridades e vidas próprias, com drinks prediletos, músicas favoritas e uma forte intimidade. Além disso, busca a autencidade no roteiro (embora seja uma adaptadação), escondendo seus movimentos até a sua última jogada.
Vale também ressaltar a grande atuação dos protagonistas, que incorporam os personagens para além dos diálogos, com trejeitos e sotaques. Samuel L. Jackson faz aqui um papel mais violento e extravasado que "Jules" de Pulp Fiction, já Robert de Niro sai da sua clássica persona imponente e interpreta um mero capanga de Ordell, secundário e confuso, cujo único papel é seguir ordens. Pam Brier também atua brilhantemente como Jackie Brown, que transmite amargura e segurança, exalando a maturidade de uma mulher forte e vigorosa.
"Jackie Brown", apesar de ser um filme fora da zona de conforto de Tarantino, é uma grande obra e merece ser visitada por aqueles que buscam conhecer Quentin.
Nota: 8.2