Crítica do filme O Touro Ferdinando por Ricardo M.

É curioso imaginar a retratação de um animal tipicamente agressivo de forma oposta a esta característica tão comum, elemento este que é veementemente realçado no divertido longa TOURO FERDINANDO. O título que realça a espécie do bovino em questão serve de anúncio para acompanharmos o cotidiano de um simpático animal, que cresce em um ambiente espanhol cujo critério é "instigar" os touros à raiva para enfrentar toureiros em um esporte tradicional.

Talvez a vontade de questionar estereótipos seja o ponto mais forte da animação, haja vista que o comportamento do protagonista visa realçar algo atípico e até coerente: que os brutos também possuem sentimentos. Longe de qualquer sustentação descabida de gênero, a animação se fortalece na diversão e humanização dos personagens para criar simpatia junto ao público, que facilmente passa a torcer pelo desejo do adorável animal.

O longa comandado pelo brasileiro Carlos Saldanha acerta em desmistificar elementos tão comuns e pode levar os mais atentos a reflexões interessantes sobre compreensão, humanidade e amor ao próximo. Claro que isto vem ajustado com uma animação competente em seu visual e situações divertidas envolvendo diversos animais que passam a compartilhar da ideologia do carismático Ferdinando.