Anderson G.
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4,5
Enviada em 24 de abril de 2020
“Dor e Gloria” é um pessoal e intimista filme, uma confissão de erros e arrependimentos, uma aceitação de vitorias e tragédias que vão além da simples compreensão e ganham uma magnitude de significados maiores e mais complexos, quase impossíveis de serem percebidos ou interpretados causados pelo seu misto antagônicos de paixão e pessoalidade que transcorre durante a obra, é quase como um adeus de Pedro que transita entre dor e gloria.

É difícil falar sobre um roteiro que tem clara inspiração na vida de seu autor, porém o sentimentalismo posto aqui nos lembra uma musica ou um poema, todas as sensações são perfeitamente transportadas ao telespectador que no final se encontra com a própria metalinguagem do obra, que intrinsecamente, além de falar sobre a vida e seus percalços argumenta sobre o poder transformador da arte.

O roteiro é o que desponta atenção do filme, porém nada seria desse belo roteiro sem o restante dos componentes artísticos, principalmente as atuações, todos os atores estão simplesmente espetaculares, com um destaque a Antônio Bandeiras que conseguiu dar uma profundidade e vida a um personagem cheio de núncias e demônios interiores.

Pedro sempre teve uma direção novelesca, e aqui não é diferente, sua condução é linda com surtos épicos, apesar de nada muito inovador, o diretor ainda conseguiu chamar a atenção para a sua direção, mesmo com o roteiro e as atuações sendo os principais focos, os enquadramentos e a câmera de Almodóvar são lindos com puras contemplações e enaltecimento da arte.

 “Dor e Gloria” é um filme pessoal que funciona quase como um confessionário de Pedro, além de ser seu filme mais maduro, para mim, o melhor filme estrangeiro indicado ao óscar de 2020.  NOTA: 9,5/10