Eduardo S.
Filmes
Séries
Programas
Voltar
5,0
Enviada em 11 de maio de 2013
Mais de 70 anos de um grande clássico, Bogart e a estreia na direção de John Huston, fazem deste um filme imperdível.

Em 1929, pouco depois da revolução causada com a chegada do som ao cinema, John Huston com apenas 23 anos, fazia sua estreia no cinema no curta-metragem “Two Americans”.
Mas foram seus trabalhos como roteirista em filmes de grandes diretores como William Wyler e Howard Hawks, que deram prestígio e oportunidade para que em 1941, pudesse estrear como diretor.
Com uma escolha inusitada, resolveu adaptar o livro “O Falcão Maltês” de Dashiell Hammett, que a Warner detinha os direitos e já havia feito duas produções anteriores.
Mas ao contrário das adaptações anteriores, que fracassaram em todos os aspectos, Huston fez de sua estreia um grande sucesso.
A trama gira em torno de uma estatueta que é cobiçada por várias pessoas, com reviravoltas e surpresas ao longo do filme.
Foi um dos primeiros filmes do gênero “Noir”, termo francês para filmes policiais em preto-e-branco, onde sombras e outras características do expressionismo alemão eram comuns.
Além é claro de personagens cínicos e uma “Femme Fatale”, fez deste um dos grandes exemplares do gênero.
Liderando o afiadíssimo elenco, o lendário Humphrey Bogart (Sam Spade), que antes era mais conhecido pelos papéis de gângster que havia feito, mas este filme foi o primeiro passo para que o ator atingisse o status de grande astro que ostenta até hoje. Com certeza foi sua primeira atuação, digna de ser lembrada e reconhecida.
Mary Astor (Brigid O’Shaughnessy) começou sua carreira ainda no cinema mudo e seu papel é de grande destaque e importância na trama, com a atriz mostrando todo seu talento.
O filme ainda conta com a presença notável do húngaro Peter Lorre (Joel Cairo), fazendo seu primeiro grande filme no cinema norte-americano, após dez anos de seu maior sucesso: o grande filme alemão “M, o Vampiro de Dusseldorf” do diretor Fritz Lang.
Mas a grande atuação do longa-metragem de estreia de Huston foi de outro estreante Sydney Greenstreet (Kasper Gutman), que vinha do teatro e pela falta de experiência no cinema, ficou extremamente nervoso em atuar na frente das câmeras, fato que não transparece em nenhum momento, já que atua de forma tão natural.
A trilha sonora de Adolph Deutch e a fotografia em preto-e-branco de Arthur Edeson sustentam muito bem o status de policial noir, dando clima e atmosfera com perfeição.
Foi indicado para três Oscars: Melhor Filme, Roteiro (Huston) e Ator Coadjuvante (Greenstreet). Não foi vencedor, mas provou o grande talento de Huston, que acabou se igualando aos grandes diretores que o revelaram.
Faz também parte da famosa lista do Instituto Americano de Cinema, como um dos cem maiores filmes da história.
Esta também foi a primeira vez que o trio Bogart, Lorre & Greenstreet apareceu no cinema.
Um filme essencial, que marcou o início da excelente parceria de Huston com Bogart.