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O que F. Gary Gray nos oferece é um festival de excessos que parecem ter a intenção de impressionar pelo seu tamanho, refletindo o crescimento da franquia. Contudo, as ambições decaem em uma execução para lá de mediana, fazendo parecer com que a franquia caminhe na direção contrária, ignorando muito do que havia se assimilado para sua reinvenção nos filmes anteriores.
Uma única mudança na motivação do vilão acaba fazendo com que a escolha feita seja mesmo a saída mais fácil, e menos corajosa. Algo que não se podia esperar diferente de uma remake norte-americano. Aqui os grandes temas da trama se reduzem a uma motivação vingativa tola, que sintetiza, de forma rasa, todo o conteúdo em uma simples e também genérica frase de efeito, naquilo que só pode ser definido como uma casca sem alma.
Power Rangers é uma releitura que assimila um pouco de tudo que é possível, até mesmo o fato de que é necessário a compreensão de mudanças. Não só porque fãs crescem e muitas vezes continuam fiéis ao material de origem, mas porque se precisa conversar de maneira diferente, tanto com estes como com os integrantes de uma nova geração. Esses, sim, que tem tudo e muito mais para se verem premiados aqui com uma história que faz questão ...
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Independentemente de se ter melhores escolhas, a aqui realizada, tanto para o final como para o belo filme que Danny Boyle entrega, se abraça uma ideia diferente daquela que se tinha décadas atrás. Se é a conformidade que se faz valer, talvez seja porque a vida mostrou possuir uma faceta menos promissora, qualquer que fosse o rumo tomado.
Trabalhando com sutileza as temáticas que tem como pano de fundo, Kong: A Ilha da Caveira não tenta se mostrar mais inteligente do que é. Seu roteiro tem suas limitações, mas salvo raros deslizes provenientes de exposições, segue sempre ciente disso. Aposta-se, portanto, no visual que se oferece e a oportunidade é bem aproveitada. Não somente as sequências de ação são intensas e envolventes, nos empolgando com facilidade, mas ...
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O que poderia ser potencializado, certeiro e fatal para com público é o próprio embate moral de Logan e Wolverine. Sejam eles a mesma pessoa ou não, seja um a causa de tanta desgraça para o outro. Na despedida de nomes que estão marcados na memória, faltou o sacrifício final da Fox em abrir mão daquilo que já tínhamos certeza que daria errado. O embate final diz muito sobre o que é o filme, recheado de excessos dispensáveis, resta ...
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Há pouco, além de dois momentos, que Zhang Yimou consiga retirar ou retratar de um roteiro que sequer tenta fazer mais que o ordinário, contentando-se com o banal. Todavia, a simplicidade faz o suficiente para estabelecer A Grande Muralha como um produto de entretenimento que tem tudo para funcionar muito bem. Só não podemos deixar de denotar que equívocos grosseiros aqui podiam ser evitados sem maiores problemas.
Parece haver dois filmes aqui: um que Ben Affleck tinha em mente, e outro que ele, como produtor, moldou para agradar ao público. Pouco dos dois funciona, mas a ambição, nada pequena, continua em igualmente grande evidência. Por fim, o que resta é a constatação não só das limitações de Ben Affleck como ator, mas da falta de alinhamento do projeto que tinha em mãos.
Moonlight – Sob a Luz do Luar faz muito pelas minorias que retrata, e deve ser exaltado por tal. Mas o fato de ser capaz de superar as barreiras do preconceito é algo mais que necessário em tempos nos quais enfrentamos tantos retrocessos. A história de Barry, Tarell, Little, Chiron, Black e Juan é deles, e só deles. Aqui eles se apropriam do que lhes é seu por direito. Aqui, numa escolha nada simples, eles se apropriam de suas próprias vidas.
Após um sóbrio filme e uma carta de amor um tanto que piegas, em Aliados o diretor Robert Zemeckis aqui atinge um ápice entre suas últimas produções, reunindo o que elas melhor tinham de oferecer e culminando naquele que é o melhor filme de sua carreira em quase duas décadas.
O diretor Chad Stahelski, o ator Keanu Reeves e o estúdio parecem ao menos estarem empenhados em entregar algo digno do público, e John Wick: Um Novo Dia Para Matar não somente mantém aquilo que funcionou no primeiro filme, como consegue ser superior ao seu antecessor.
Claustrofóbica cidade onde se escolhe viver, onde se escolhe envelhecer. Brilham as atrizes, um roteiro simples mas que vai além do que se espera à competência. Brilha Marília Rocha que, como ninguém conseguiria, faz aqui o que poderia ser. Que torna a técnica num espectro emocional, que faz da sua competência uma ferramenta para se estender ao sentimento comum, sintetizando de forma incomum o que nos torna também assim.
LEGO Batman mantém a estética até inusitada do primeiro filme (Uma Aventura LEGO) e a aproveita de maneira igualmente divertida. O que abre as portas para a mesma insanidade do outro filme. A brincadeira com o gênero do filme funciona ainda melhor que em Deadpool, por exemplo, porque, ao se tratar de uma animação, existe uma certa confiança maior no público, ao menos no fato em que se aceitará algo diferente.
Ingenuamente, Cinquenta Tons Mais Escuros têm problemas até em alterações quando se trata do romance para o suspense (inacreditavelmente). Mas é a submissão da personagem que o contradiz por completo e defeituosamente emperra o funcionamento do todo. Menos para seu público, é óbvio. Este que deverá, provavelmente, receber de braços abertos o que funciona perfeitamente para si.
Armas na Mesa, por si só, não percebe o quanto está encantado com o espetáculo que se faz o congresso norte-americano. Se lembra House of Cards é mesmo pela temática, pois frente a outro experiente autor, Beau Willimon, falta a John Madden e Jonathan Perera a frieza necessária que este esbanja. Numa história que quer sempre estar um passo à frente, Armas na Mesa já sai perdendo quando se deixa levar pelo emocional.
Manchester à Beira-Mar não é, e em momento algum tenta ser, um filme simples. Complexo, intrincado e desafiador, mas em termos que se estendem não no desenvolvimento de sua narrativa, e sim na leitura de seus personagens e suas vidas. Suas ficções se apresentam a nós como amargas realidades que pedem para ser aceitas.
É complicado tocar na ferida, ainda aberta, quando um filme não se predispõe a ser duro com seu público. Os altos e baixos são, via de regra, com cenas no máximo emocionalmente apreensivas, seguidas de momentos alegres. Porque está tudo ainda entalado, enlatado. Ou melhor, velado. Assim como na personagem de Dunst. Mas Estrelas Além do Tempo passa a mão na cabeça de seu público, e temos a permissão de sairmos alegres, até aliviados ...
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Desde um roteiro equivocado e preguiçoso, que não tem vergonha alguma em usar e abusar de clichês, convenções e emoções baratas, até uma decupagem que, se não irregular, então também sem inspiração alguma. Uma colagem de ideias incompletas, Beleza Oculta parece em si algo incompleto. Constrangimento é a palavra mais apropriada para nos referirmos ao filme.
Superficial, sua construção de uma grande reviravolta para as razões de tudo que levou a franquia até seu momento derradeiro é menos que surpreendente, chegando a soar vazio. Porque a tentativa de gerar uma expectativa em relação a algo que, de forma alguma é empolgante, se mostra pífia. Quando chegamos ao fim do infame capítulo final, não parece haver nem sequer algum esforço que possa ser reconhecido.
O melhor filme do ano? Afinal, se Emma Stone brilha em La La Land, literal e figurativamente, não faz por si só. É fato que, sempre quando exigida, entrega um trabalho de deixar embasbacado. Mas quem exige, e o faz da maneira correta, merece tantos méritos quanto. Só que não é apenas Damien Chazelle o responsável por isso. Tudo parece funcionar em harmonia no filme que pode responder de maneira afirmativa a pergunta lá em cima.
Momentaneamente funciona, mas tão recheado de irregularidades, Assassin’s Creed fica mais tempo na cabeça pelo filme que podia ser do que aquele que realmente é. As expectativas aqui, entretanto, são superadas por alguém que nada esperava. Há competência de sobra na produção da 20th Century Fox, só faltou a coragem dela tomar conta de todo o filme.
Uma experiência que é aos poucos cada vez mais envolvente, nos deixando cientes de que já fazemos parte da família -interpretada brilhantemente pelo elenco encabeçado por Viggo Mortensen– quando já é hora de dizer adeus. Denso e complexo, Capitão Fantástico demonstra as incertezas da vida de maneira a parecer simples, mas sendo, no fundo, cru e desafiador, gratificante por sua honestidade.
Recorrendo a generalizações para facilitar tramas inchadas, Sing – Quem Canta Seus Males Espanta começa com pouco e termina com ainda menos sendo resolvido. Decepciona ainda mais quando, em muitos momentos, se assemelha mais a uma animação B feita direto para home-video. Sucesso a Illumination tem, falta agora o estúdio correr atrás do prestígio ao qual tanto aspira, e que já demonstrou ter potencial para alcançar. O resultado é uma ...
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Rogue One, sem dúvida alguma, guarda surpresas que não condizem com o padrão Walt Disney. Mas mesmo sendo algo pelo qual tanto anseio em tais filmes, decepciona não por ser anticlimático, mas por ser um clímax que não depende do próprio filme em si, ou que sequer pode sustentar-se por si só. Alguns vão dizer que é para os fãs, mas na verdade é apenas uma efêmera euforia.
"A ausência de urgência, ou até mesmo pânico, por parte do filme, numa de suas sequências mais contundentes, expressa justamente o que propicia a frieza necessária para a concretização do heroísmo: amor ao próximo. Algo que, até talvez mais que Nova York, os Estados Unidos, e quem sabe o mundo todo, careçam por demais nesse momento."
Numa cinebiografia falha, da quase inexistência de coisas que o filme nos deixa levar para casa, em nossas memórias, sem dúvida alguma que são elas o sorriso e o frenético, ainda que doce, balançar de braços da atriz Andreia Horta, que captam uma aura espetacular para sua personagem, tornando esta Elis Regina vista aqui em uma personagem arrebatadora.
"É realmente uma pena, no entanto, que parte do roteiro de A Chegada não acompanhe a confiança que seu diretor possui no espectador. Pois, enquanto um não se sustenta por si só, outro constrói exatamente nessa união com o público, aqui de percepções, o que a deliciosa ingenuidade intelectual de Ted Chiang, autor do conto no qual o filme é baseado, tanto almejara."
Sem ritmo, sem carisma e muito mais que distante do requinte com o qual a franquia tinha se iniciado, Jack Reacher: Sem Retorno apresenta-se como uma grande infelicidade cuja existência é de qualidade completamente duvidável. Detentora de uma capacidade inigualável de gerar constrangimento alheio, chega a ser triste ver alguns nomes como os dos protagonistas estrelarem um projeto que é, sem rodeios, uma experiência sofrível para o ...
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Numa narrativa inconsequente, o resultado não é de todo ruim, porém, parece mais um conglomerado de ideias brilhantes circundado por reviravoltas medíocres. Obrigações das ambições do filme. O que acontece é que, se Animais Fantásticos e Onde Habitam sabe ser entretenimento de primeira, são suas intenções de ir além, e até uma certa presunção referente à inteligência de sua narrativa, que se fazem o problema.
Um filme que se revela uma confrontação velada da realidade, porque das muitas partidas ocorridas durante a história, o filme demonstra não saber lidar com nenhuma delas. Muito menos sabe utilizar suas tão adoradas elipses para surtir efeitos e consequências na vida cotidiana através de seus personagens. Melodramático e piegas, em meio a todas suas ambições Pequeno Segredo falha miseravelmente.
O filme chega mais de seis anos após o trágico evento no qual é baseado, mostrando como, provavelmente, tal acontecimento não se fixou na memória de muita gente. Acontece que o filme também pouco interesse tem nesse impacto, e surge como uma proposta de elevar parte dos trabalhadores da plataforma ao patamar de heróis. A relação de como eles, na verdade, são mais vítimas do que heróis, com o fato do evento não ser algo tão ...
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Por incrível que pareça, o grande defeito de A Luz Entre Oceanos é, no entanto, ser mais curto do que devia. Mesmo tendo lá suas mais de duas horas de duração, o filme carecia de uma dedicação maior à história da personagem de Rachel Weisz, principalmente no terceiro ato. O que, por não acontecer com a devida paciência, deixa a sensação de que há uma resolução demasiada apressada. Todavia, até lá já derramamos um oceano de ...
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Fogo no Mar não se sobre a tragédia, mas se sobressaí em relação ao tanto que se noticia sem qualquer sensibilidade a situação de vítimas. Se sobressaí na maneira com a qual, enquanto observador, consegue se aproximar de sujeitos em ambas as realidades. Na maneira com a qual se deslumbra com a esperança, com uma ingenuidade intocada, ao mesmo tempo em que se desgosta da tragédia:
O Contador se revela um filme opaco pelos motivos errados, cuja intenções de criar algo mítico se contentam a algumas bem conduzidas cenas de ação. Em contrapartida quase que se recusando a entender seu próprio protagonista e toda a complexidade que com ele se poderia explorar. Culpa de um desenvolvimento falho, que torna indigno até dizer que compreende os nomes históricos que cultua e o Pollock com o qual tanto se deslumbra.
Inferno parece tão seguro de si que se esquece de cogitar a possibilidade de algo poder dar errado. O pior acontece, e pouco funciona, se é que funciona. O resultado é que, mesmo Inferno sendo uma continuação, se fosse dado como um reboot ou remake, não faria diferença alguma. Posando como inteligente, sua autoconfiança o torna num filme que já vimos diversas vezes antes, algumas até mesmo nessa própria franquia.
Surpreendentemente, Kubo e As Cordas Mágicas é uma animação que revigora as energias, que eleva o humor e que faz perceber verdades sobre jornadas que todos nós precisamos percorrer. Belo até nos seus mínimos detalhes, assim como o delicado trabalho dos artistas por trás da produção é, também, uma delicada e sensível aventura ao âmago do que nos torna aquilo que, de fato, somos, sem as distrações de quem encara o mundo com ...
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