Rodrigo C.
Filmes
Séries
Programas
Voltar
4,5
Enviada em 22 de maio de 2014
O novo filme dos mutantes marca a volta de Bryan Singer na direção, e com ele a esperança de uma nova boa sequência de filmes renasce.

É bem verdade que a maioria dos filmes que levam o nome de “X-men” poderiam ser facilmente substituídos por “Wolverine”. Afinal, é o único personagem que apareceu em todos os filmes (mesmo em pequena participação em “First Class”), e é o centro das atenções em quase todos os filmes. Isso realmente não chegou a perturbar grande parte dos fãs, que receberam bem a trilogia inicial dos X-men. O problema foi aceitar o que veio depois.

Bryan Singer nos deixou antes de “X-Men: O Confronto Final”. E é justamente nesse filme que as coisas começam a sair do eixo. Talvez não até aquele momento, ou seja, tudo o que aconteceu naquela trilogia funcionava, mas somente para aquela trilogia, a linha do tempo construída e os eventos que se sucederam deveriam ficar ali, e se por acaso necessitasse fazer um novo filme, bem, a resposta seria o reboot. Pois da maneira como o terceiro filme do X-men terminou seria impossível ter uma continuação com certos personagens. Ou pior ainda, conceitos criados no X-men 1 foram totalmente deixados de lado em outros filmes da franquia. E o pior disso tudo, X-men nunca saiu das mãos da Fox o que é impressionante pela quantidade de falhas que a linha do tempo do X-men possui. Ou seja, o estúdio não mudou, mas os produtores e diretores sim, não que isso não aconteça em outros estúdios, mas esses outros estúdios têm a capacidade de conseguir fazer com que o filme fique coeso em sua própria sequência e também no universo onde ele está inserido, um exemplo disso são os filmes da “Marvel” que apesar de alguns não serem tão bons, pelo menos respeitam a linha temporal criada e são muito coerentes uns com os outros. Na verdade, o pior inimigo dos X-men, não é a “Irmandade”, nem os “Sentinelas”, mas a própria Fox.
Não é necessário nem falar dos “Spin-offs” do Wolverine, que por mais que você tente acreditar que é um filme de um universo totalmente novo, em que os acontecimentos da trilogia nem existiram, não se consegue, pois esses filmes sempre estão retomando aos acontecimentos da trilogia, e todo o sofrimento que o Wolverine passou. Ou seja, não importa o quanto se crie conceitos novos, ou versões novas, a Fox não abandonou a trilogia que ela criou, e esse foi o pior problema dela. Ou melhor, o pior problema realmente, foi primeiro, deixar passar o roteiro do terceiro filme que tem acontecimentos bizarros, e depois, criar um spin-off, pois as mentes criativas não conseguiram pensar num jeito melhor de se dar sequência numa trilogia que foi morta pelo próprio estúdio.

Enfim, depois de toda essa lambança, Bryan Singer retorna para tentar ajeitar um pouco a bagunça que criaram. Bem, na medida do que era possível, e no que se podia fazer, dando esclarecimentos para o que poderia ser explicável, principalmente em relação à adaptação da revista em que esse filme se baseia, ele está de parabéns. Fez um filme excelente, com um bom roteiro, novamente, na medida do que era possível fazer. E de maneira geral, o filme se saiu muito bem, e cumpriu e na verdade até ultrapassou todas as expectativas que foram criadas em relação ao filme. Com certeza a melhor adição de todo o filme foi a do “Mercúrio” que depois desse filme passa a ter poderes bem perigosos. Enfim. Bryan Singer está tentando ajeitar toda a besteira que a Fox fez. E ele está conseguindo. Obviamente, algumas explicações nunca vão ser dadas, até porque ele mesmo as ignorou, então, por mais que isso seja algo extremo e que mostra o quão fraco é a produção e a construção de um roteiro consistente que esse estúdio faz, e que fica claro de que esse mesmo estúdio não pensa à frente, fazendo filmes e criando histórias por criar, nós também teremos que ignorar certos fatos, e torcer para que Singer construa filmes tão bons quanto esse. X-men: Apocalipse chega em 2016, e nas mãos de Bryan Singer se pode confiar. E caso reste alguma dúvida, basta mudar um pouco do título do filme e usar ele como base para toda a saga dos X-men: pense em “X-men: dias de um PASSADO esquecido” faça isso e pode ser que os mutantes se salvem.