Crítica do filme Sabotagem por ElPoke

"Sabotagem" é um daqueles filmes que acaba se perdendo pelo excesso de detalhes na história. Aliado a isso temos algumas revelações tardias até demais, que acabam se perdendo no meio da ação desenfreada que é esse filme.
David Ayer quer sempre colocar uma trama suja com personagens que têm mais a descobrir do que a superfície, enquanto a maioria serve para dar informações, encher o caldo ou somente morrer de uma forma que trará algo de "poético" na justiça. E Sabotagem é nesse estilo.
Schwarzenegger desta vez é Thomas "Breacher" Warton, comandante de uma equipe do DEA que é especializada em invadir e desmantelar operações de cartéis de drogas. Quando uma operação milionária, que tinha como pano de fundo a "aposentadoria" de todos os soldados do esquadrão, dá errado, vemos o começo do fim da amizade e confiança na equipe. Some-se a isso a sombra de alguém que sabe tudo o que aconteceu naquela operação, e está indo atrás de cada integrante da equipe de Breacher.
O filme não abre mão de relatar cruamente todo o clima tenso do filme. Por isso, a cada cena o espectador fica com uma dúvida ainda maior, e nada na história nos alivia da tensão provocada em tais momentos. Não há como definir algo linear na trama, a não ser o que o próprio nome do filme já diz.
Temos bons atores contracenando aqui, como Josh Holloway, Sam Worthington e Terrence Howard, o que chega a dar mais credibilidade e tensão, como bons atores que são. Mesmo assim, quem ganha o filme é Schwarzenegger, que tal qual Tom Ludlow (Keanu Reeves em "Os Reis da Rua") e Jim Luther Davis (Christian Bale em "Tempo de Violência"), é um policial metódico, frio e extremamente calculista, sabendo jogar com a situação e surpreendendo no desenrolar da história.
Enfim, "Sabotagem" é sujo, violento e intenso. É uma boa aposta para quem gosta de filmes policiais com jogos mentais difíceis. Recomendado!