Barbara Martins
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3,0
Enviada em 27 de fevereiro de 2014
Não tem nada que você já não tenha visto em um filme de Neeson ou em um filme que se passa quase que por completo dentro de um avião. Existe o passageiro árabe, o negro, o gordinho de óculos, a criança que está viajando sozinha pela primeira vez (e serve como uma ligação desnecessária ao passado do protagonista), o garoto geek que não larga o celular e a mulher interessante e misteriosa que acaba sentada ao lado do mocinho. Todos aparentemente inocentes. Todos possíveis suspeitos. Como já era de se esperar, né? A premissa é boa, afinal, filmes dentro de espaços confinados e que propõem a descoberta de um criminoso misterioso costumam deixar o espectador roendo as unhas. Mas é uma pena que em Sem Escalas seja diferente por terem escolhido motivações tão fracas para sustentar um roteiro cheio de clichês.
Bill (Liam Neeson) é um agente federal aéreo que tem problemas com o álcool e a família desestruturada, razões pelas quais ele acaba sendo desacreditado a ponto de tornar-se o maior suspeito do sequestro de um vôo Nova York-Londres. Porém, aos poucos, percebemos que nada é o que parece e que inocentes e culpados trocam de lugar o tempo todo. (De novo, como já era de se esperar). As mensagens para a rede privada de Bill com a promessa de matar um passageiro a cada 20 minutos caso certa quantia não seja depositada em certa conta continuam a chegar e o sequestrador desconhecido cumpre com o prometido, mesmo que seja pelas mãos dos próprio passageiros!
Logo a tensão cresce, pois os noticiários anunciam que Bill é o sequestrador e um grupo de passageiros começa a planejar contra o agente, que se mantém persistente ao lado de Jen (Julianne Moore), sua acompanhante de vôo que parece ter um passado frágil mas que, como todos os outros personagens, permanece na superfície.
O desfecho pode até surpreender, mas não vai fazer o espectador pular da cadeira. No máximo, ele vai exclamar um “Ah…”. Ou talvez um “Hã?”. Porque a palavra nas entrelinhas do objetivo do longa é “segurança” e a forma como ela é tratada desde o 11 de setembro. Mas não espere um questionamento profundo sobre o assunto, porque tudo fica muito na superfície, inclusive o fraquíssimo motivo do criminoso. Por isso, devo concordar quando o Agente Bill o confronta dizendo: “Teria sido muito mais fácil ter distribuído panfletos”. E teria mesmo! Mas o sequestrador resolve ir um pouco além para provar seu ponto de vista. Tudo bem, porque, de qualquer foram, acaba gerando muita porrada, tiro e olhares suspeitos e é isso que a gente quer ver! Bom, eu queria um pouquinho mais, mas pelo menos a sequência final do filme, quando o co-piloto precisa fazer um pouso forçado, tem ótimos efeitos especiais.
Compre a passagem Sem Escalas, mas não espere por um vôo com grandes surpresas. Vai ser um vôo comum, daqueles que você já está tão acostumado a pegar que pode ser até que as caras pareçam familiares (Liam, é você?).