Barbara Martins
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4,0
Enviada em 14 de dezembro de 2013
Como se já não bastasse o ótimo 3D, minha imersão no mundo criado por J. R. R. Tolkien e dirigido nas telonas por Peter Jackson foi ainda mais especial com os cosplayers espalhados pela sala. Bom, mas não estou aqui para falar da minha experiência pessoal incrível e sim do longa, que de longa tem tudo: são três horas da aventura dos personagens já conhecidos de O Hobbit: Uma Jornada Inesperada por uma trama que, desta vez, se divide em perceptíveis subtramas que auxiliam na dinamicidade do filme.
Como não li o livro, não posso opinar quanto à adaptação ou à fidelidade aos detalhes e à construção dos personagens, porém, tenho certeza de que eu leria o roteiro com a vontade de quem lê a próprio obra literária . É claro que nada pode ser comparado à série gigantesca (em todos os sentidos) de Tolkien, mas a história funciona tão bem durante as três horas que não permite distração, assim como acontece ao lermos um bom livro. Mas quem se distrairia quando a ação não para de acontecer e as cenas com diálogos maiores e músicas mais lentas podem ser contadas nos dedos?
Assim que a luz na sala de cinema é apagada, assistimos a uma cena que nos remete a alguns meses antes dos acontecimentos de Uma Jornada Inesperada e, logo em seguida, percebemos que a tal jornada continua em A Desolação de Smaug, e Bilbo Bolseiro continua a acompanhar os anões e o mago Gandalf em direção à Montanha Solitária. Porém, quando a história começa a desdobrar-se percebemos que está dividida entre a busca de Bilbo e os anões, uma jornada pessoal de Gandalf que se mostra muito mais sombria do que tudo o que tínhamos visto até aqui e o primeiro contato com os elfos Turiel e Legolas na nova trilogia. Esses núcleos separados acabam por fazer com que o tamanho do filme não o torne cansativo ou repetitivo.
Eu não paguei ingresso, mas se tivesse pago, não me arrependeria. É claro que, quando um filme precisa agradar tanto os mais atentos e familiarizados com a história quanto os que só estão assistindo para passar tempo, ele precisa utilizar de artifícios como o humor e inserir algumas cenas que se aproximem do público de forma mais generalista, o que pode acabar gerando insatisfação com alguns dos pequenos detalhes inseridos e que fazem com que o lado comercial do filme sobressaia àqueles olhos mais atentos. Fora isso, com destaque para os incríveis efeitos especiais (principalmente nas cenas em que o dragão Smaug se torna a estrela perversa do filme) e um elenco e trilha sonora de primeira, como se faz comum nos filmes baseados na obra de Tolkien, pode-se dizer que O Hobbit: A Desolação de Smaug é ao mesmo tempo muito semelhante e muito diferente de seu antecessor, afinal, seguem um mesmo ritmo quando se trata de roteiro, mas utilizando-se de elementos próprios de um filme mais tenso, que apresenta novos personagens e informações que provocam a curiosidade para o próximo longa, mas sem fugir do ambiente moldado por cenários grandiosos e personagens característicos que, no último capítulo da trilogia, vão ter que tomar cuidado dobrado para não se queimar!