Ambiente claustrofóbico, muita fumaça, luzes piscando a todo instante, uma sirene que não parava de tocar e alguns ruídos estranhos, que surgiam aqui e ali. Esta foi a recepção preparada para os jornalistas durante a visita ao presídio de Supermax, série de terror que a Rede Globo prepara para o segundo semestre. O AdoroCinema, é claro, estava lá!
Construído nos fundos do Projac, no Rio de Janeiro, o prédio de 800 metros quadrados e pouquíssimas janelas impressiona. Primeiro pela configuração: em dois andares, as celas embaixo e o refeitório em cima, sempre mantendo um clima opressor que, impulsionado pelos efeitos sonoros, logo torna-se angustiante. Com muita iluminação artificial - que intencionalmente falhava a todo instante, de forma a intensificar o clima de suspense -, o presídio é inteiramente controlado eletronicamente. Isto permitiu que os jornalistas conhecessem as celas aos poucos, já que não foram abertas ao mesmo tempo.
Por mais que não tragam o nome de seu ocupante, foi possível notar algumas particularidades nas celas, como fotografias coladas na parede, pichações, desenhos de mulheres nuas e até mesmo um microsystem! Tudo em espanhol, já que até semana passada lá era rodada a versão latina de Supermax, dirigida pelo argentino Daniel Burman (O Abraço Partido) e estrelada por Cecilia Roth (Tudo Sobre Minha Mãe). Sim, é isso mesmo, o conceito da série foi vendido a outros países antes mesmo do original brazuca ir ao ar.
Entretanto, foi na última cela revelada que veio a grande surpresa do dia: Ran-Satã, o personagem criado através de efeitos especiais controlado por um sistema de captação de movimentos. Pouco foi dito sobre este estranho e pequenino ser, apenas que terá uma breve e importante participação nos eventos que ocorrem neste presídio localizado em plena selva amazônica. Aguardemos.
Dirigida por José Eduardo Belmonte (Alemão) e com José Alvarenga (Os Normais) como showrunner, Supermax conta no elenco com nomes bem conhecidos, como Mariana Ximenes e Cléo Pires. Outro destaque é o time de roteiristas - ou writer's room, como eles preferem se chamar -, que inclui desde o indicado ao Oscar Bráulio Mantovani (Cidade de Deus) aos escritores Fernando Bonassi (Carandiru), Marçal Aquino (O Invasor), Raphael Draccon (série Dragões de Éter) e Carolina Kotscho (2 Filhos de Francisco). Os cineastas Dennison Ramalho (roteirista de Encarnação do Demônio) e Juliana Rojas (Sinfonia da Necrópole) completam o time.
Ainda sem data de estreia agendada (especula-se que seja em outubro, na segunda linha de shows noturnos, às quintas), Supermax é uma das apostas mais arriscadas da Rede Globo em anos. Por mais que as cenas divulgadas transmitam tensão e apuro estético, buscando ressaltar o terror e o suspense, trata-se de algo bem diferente do que se costuma ver na TV aberta e, por isso mesmo, existe uma certa expectativa em relação a como será recebida pelo público em geral.
Conversamos também com José Alvarenga e seu time (quase completo) de roteiristas, que esmiuçaram detalhes sobre o que está por vir em Supermax. Em breve, no AdoroCinema ;-)
Bem-vindo ao presídio de Supermax!
Muita fumaça, para aumentar (ainda mais) o clima de suspense
Uma das celas utilizadas pelos 12 participantes do reality show
Cada cela tem suas particularidades, como pichações e fotos coladas na parede
Como a versão latina da série havia sido rodada recentemente, as pichações eram todas em espanhol
Mas certas imagens são universais
Uma das poucas celas que possuem alguma janela
Visão do segundo andar do presídio
Refeitório, com direito a lanche oferecido à imprensa
Uma das novidades da série: Ran-Satã, ser criado através de efeitos especiais que terá uma pequena participação
Os movimentos do personagem são controlados através de um sistema de captura, preso ao corpo
Fernando Bonassi, Marçal Aquino e José Alvarenga, os idealizadores de Supermax
À frente, da esquerda para a direita: o roteirista Raphael Montes, o showrunner José Alvarenga e o também roteirista Fernando Bonassi Atrás: o diretor José Eduardo Belmonte e os roteiristas Marçal Aquino, Carolina Kotscho e Bráulio Mantovani