Seja nas telonas ou em formato de série, o gênero fantasia é muito popular. Um dos nomes mais importantes para os fãs de mundos estranhos e criaturas mágicas é sem dúvida o autor George R.R. Martin, que escreveu a saga As Crônicas de Gelo e Fogo, que deu origem a uma das melhores séries de todos os tempos, Game of Thrones. Atualmente você pode assistir ao seu prelúdio, A Casa do Dragão, disponível na HBO Max (Apenas Max a partir de 27 de fevereiro).
George R.R. Martin confirma: Essas 3 séries de Game of Thrones estão em andamento e uma delas parece Piratas do Caribe em WesterosEntão, se alguém conhece fantasia, provavelmente é Martin. O premiado escritor revelou ao The Daily Beast quais filmes fantásticos são os melhores para ele – e criou uma lista com dez obras de cinema que, aos seus olhos, você simplesmente deve ver se ama o gênero. Neste artigo você descobrirá de quais filmes estamos falando, e esperamos que você goste de lê-lo e (re)descobri-los.
Fique por dentro das novidades dos filmes e séries e receba oportunidades exclusivas. Ouça OdeioCinema no Spotify ou em sua plataforma de áudio favorita, participe do nosso Canal no WhatsApp e seja um Adorer de Carteirinha!
1. O Senhor dos Anéis 1-3 (2001-2003)
New Line Cinema
Como poderia ser de outra forma: no topo da lista de George R.R. Martin está a trilogia monumental do cinema, com a qual Peter Jackson provou de uma vez por todas que a saga O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien não é infilmável, afinal. A recompensa foi bilheteria de três bilhões de dólares e 17 Oscars, 11 deles pelo filme de encerramento, O Retorno do Rei.
Se você ainda está se perguntando qual versão deve assistir aos filmes O Senhor dos Anéis - que, segundo Martin, é na verdade um longa, o famoso autor recomenda expressamente as versões estendidas, reunindo tudo em uma duração de cerca de onze horas e meia. “Esta foi a adaptação mais fiel e reverente que alguém poderia desejar”, entusiasma-se Martin sobre o épico triplo. “Se você não gosta desses filmes, você não gosta de fantasia”.
2. A Princesa Prometida (1987)
Act III Communications
Com A Princesa Prometida, o diretor Rob Reiner (Conta Comigo, Harry e Sally – Feitos um para o Outro) filmou um conto de fadas de fantasia visualmente deslumbrante, repleto de elementos humorísticos e toques irônicos. Embora não tenha sido um grande sucesso em 1987, o filme, estrelado por Robin Wright e Cary Elwes, tornou-se um favorito cult nas décadas seguintes.
“O romance de William Goldman de 1973 foi uma delícia, e a adaptação cinematográfica de Rob Reiner [...] trouxe-o magistralmente para a tela”, escreve Martin. “Com o próprio Goldman assumindo a adaptação, o filme conseguiu capturar todo o charme e humor do livro – o que não é tarefa fácil. (…) Seria inimaginável não colocar este filme na lista”.
3. O Mágico de Oz (1939)
MGM
“Totó, acho que não estamos mais no Kansas” – com esta frase icônica, a pequena Dorothy e seu cachorro iniciam a aventura mágica no mundo dos contos de fadas de Oz. O livro infantil de Lyman Frank Baum já foi transformado em filme diversas vezes (mais recentemente em 2013 pelo diretor de Homem-Aranha, Sam Raimi), mas o mais famoso até hoje é a radiante adaptação em Technicolor de Victor Fleming, estrelada por Judy Garland.
“Um filme não poderia ser mais clássico. Que elenco!”, disse Martin. “A música é maravilhosa, 'Somewhere Over The Rainbow' se tornou um dos maiores sucessos de Garland, e inúmeras falas do filme se tornaram parte de nossa cultura cotidiana”. Em 2008, o American Film Institute classificou O Mágico de Oz pela primeira vez um dos 10 melhores filmes de fantasia americanos de todos os tempos.
4. O Feitiço de Áquila (1985)
Twentieth Century Fox
Dois amantes são transformados em animais por uma maldição e só podem se encontrar em forma humana alguns minutos por dia: essa é a premissa de O Feitiço de Áquila, que o diretor Richard Donner lançou no mesmo ano de sua aventura infantil Os Goonies. Embora este último tenha se tornado um dos filmes de maior sucesso do ano, o romance de fantasia estrelado por Michelle Pfeiffer e Matthew Broderick se tornou um fracasso de bilheteria – mas isso não o impediu de virar um filme cult ao longo dos anos, como aconteceu com A Princesa Prometida.
De acordo com Martin, O Feitiço de Áquila é uma “fantasia romântica bem feita”, embora uma coisa o incomode: “[O filme] é assustador, atmosférico, doce, triste e mágico – e é acompanhado por uma das piores trilhas do mundo, partituras de todos os tempos quase arruinadas, que tentavam combinar o som kitsch dos anos 80 de Alan Parsons com cantos gregorianos e músicas da filarmônica de Londres. Se ao menos houvesse uma maneira de desligar a trilha sonora e ainda ouvir o diálogo! Se ao menos houvesse uma maneira de convencer alguém a relançar este filme com uma trilha sonora totalmente nova”.
5. O Dragão e o Feiticeiro (1981)
Paramount Pictures
Um dos filmes menos conhecidos da lista de Martin é O Dragão e o Feiticeiro, com o qual os estúdios Walt Disney tentaram desenvolver um novo público-alvo em colaboração com a Paramount no início dos anos 80 com a mistura de vários mitos dirigidos por Matthew Robbins. Com sua abordagem incomumente sombria e realista para a época, o longa não é voltado principalmente para crianças. Infelizmente, a ousadia não foi recompensada nas bilheterias e, mais de quatro décadas depois, o filme ficou um tanto esquecido.
George R. R. Martin escreve: “Este subestimado filme de fantasia [...] supera em muito a maioria dos filmes live-action da Disney da época. O longa é surpreendentemente sombrio e oferece algumas reviravoltas interessantes ao longo do caminho". Martin também elogia, entre outras coisas, o desenho do dragão e a caracterização comparativamente ambivalente dos vilões, antes de concluir seu texto com um apelo: "NÃO confunda este filme com o muito pior, Coração de Dragão!”.
6. Monty Python em Busca do Cálice Sagrado (1975)
Python (Monty) Pictures
Uma paródia de gênero alcançou o sexto lugar no ranking de fantasia de Martin: Monty Python em Busca do Cálice Sagrado, o primeiro longa-metragem completo de Monty Python (A Vida de Brian). A comédia, que satiriza principalmente a lenda arturiana, consolidou a fama do grupo de comédia além das fronteiras da Grã-Bretanha - e é reverenciada pelos fãs de uma forma quase cult.
“O que é assustador em Monty Python em Busca do Cálice Sagrado é que pode ser a melhor adaptação cinematográfica da lenda arturiana já feita”, diz Martin sobre sua escolha. “Tem Excalibur de John Boorman, que é um filme imperfeito com alguns ótimos papéis. Mas o que mais temos além desses dois filmes?”.
7. Cidade das Sombras (1998)
New Line Cinema
Cidade das Sombras mal conseguiu recuperar seu orçamento em 1998, mas provavelmente estava um pouco à frente de seu tempo naquela época, afinal, a distopia de ficção científica já contém alguns elementos cruciais na trama com os quais Matrix, um ano depois, se transformou em um sucesso surpresa inovador.
George R.R. Martin está entusiasmado com o trabalho visionário e subestimado: “Esta obra-prima de Alex Proyas é perturbadora, estranha e estranhamente bela e é difícil de categorizar. Eu poderia muito bem tê-lo colocado na minha lista dos 10 melhores filmes de ficção científica. Ou uma lista dos 10 melhores filmes de terror. Mesmo em uma lista dos melhores filmes noir, não estaria fora de lugar. (…) Não assisti Cidade das Sombras quando foi lançado em 1998 e só o vi na TV mais tarde. Minha má sorte. O filme deve ter sido fantástico na tela grande”.
8. O Labirinto do Fauno (2006)
MUBI
Guillermo del Toro fez dois filmes de sucesso: Hellboy e ganhou vários Oscars por A Forma da Água. Mas para muitos fãs, O Labirinto do Fauno continua sendo a obra-prima absoluta do diretor mexicano. Tendo como pano de fundo a Guerra Civil espanhola, o longa é um conto de fadas de fantasia sobre a maioridade para adultos que fica gravado profundamente na memória com suas imagens às vezes de pesadelo.
“A Espanha fascista encontra o mundo das fadas nesta obra sombria”, escreve o criador de GoT. “O estilo visual de Del Toro é tão vibrante e perturbador quanto único. (…) Parte fantasia, parte suspense político, parte drama familiar – O Labirinto do Fauno entrelaça perfeitamente as suas três histórias, cada uma aprofundando e enriquecendo a outra. Eu poderia até ter colocado este filme no topo da minha lista se não tivesse a suspeita de que poderia não ser uma fantasia. Tudo o que Ofelia vê, ouve e vivencia no labirinto pode facilmente ser interpretado como sonhos e delírios de uma jovem perturbada”.
9. A Bela e a Fera (1946)
Les Films André Paulvé
Quando você pensa em A Bela e a Fera, provavelmente pensa na versão animada da Disney e no remake live-action estrelado por Emma Watson. Mas há uma série de outras adaptações cinematográficas do conto popular francês, talvez a mais importante das quais tenha quase 80 anos: com A Bela e a Fera, o surrealista Jean Cocteau criou uma das mais impressionantes adaptações do material, que se revelou um verdadeiro sucesso de bilheteria na França em 1946.
Martin explica: “Este clássico, escrito e dirigido pelo lendário Jean Cocteau, continua sendo a versão definitiva do conto de fadas […] Numa época em que a representação de sangue real na tela era desaprovada, Cocteau deixou as mãos da Fera sujas, quando voltou da caça - uma imagem bela e poética que ainda hoje ressoa. O castelo fantasmagórico [...] com os braços humanos saindo das paredes para alcançar as tochas também permanece na memória. E Jean Marais é uma fera magnífica”.
10. Os Caçadores da Arca Perdida (1981)
Paramount Pictures
Para a maioria das pessoas, a primeira aventura de Indiana Jones provavelmente se enquadra mais no gênero de filme de aventura – mas quando a misteriosa Arca da Aliança é aberta no final do filme, luzes fantasmagóricas aparecem no céu e rostos até desaparecem. O sucesso de bilheteria de Steven Spielberg cruza claramente os limites do fantástico.
“Sim, claro que é um filme de fantasia”, diz Martin, defendendo a sua escolha. “A menos que você acredite que a Arca da Aliança realmente tem o poder de derreter os nazistas. Todos os filmes de Indiana Jones têm seus momentos [...], mas Os Caçadores da Arca Perdida supera de longe todos os outros. O roteiro de Lawrence Kasdan era muito mais forte do que as sequências, o conceito era mais novo e Harrison Ford realmente parecia gostar de interpretar Indy”.