A carreira de Nicolas Cage é cheia de altos e baixos — nos tempos recentes, mais baixos do que altos. De vencedor do Oscar a ator que para muitos virou sinônimo produções de baixa qualidade (vide O Apocalipse e O Sacrifício), Cage revelou que não se envergonha de nenhuma de suas produções.
"Esses filmes são meus filhos. Não importa se eles deram certo ou não. Eu cresci aceitando riscos e aceitando as reações adversas da crítica. Eu estou bem com isso porque eu senti que eu ainda estava procurando coisas que me façam sentir revigorado e animado", afirmou o ator em entrevista à revista Time, onde promovia seu papel no drama político Fator de Risco, que, nos Estados Unidos, não quebrou o ciclo de críticas mornas ou ruins que os trabalhos de Cage têm recebido no país.
Cage aproveitou a entrevista para analisar o momento da crítica cinematográfica, que o ator acredita estar em declínio. "Eu acho que houve uma época de ouro na crítica — eu citaria nomes de autores como Pauline Kael, Roger Ebert ou Paul Schrader —, onde os profissionais estavam realmente opinando com base nos trabalhos em si, nos filmes em si, nas atuações em si", avaliou Cage. "Hoje a 'cultura TMZ' parece ter se infiltrado na crítica de vanguarda", repreendeu o ator.
Para o ator, boa parte das resenhas atuais sobre os seus filmes trazem comentários extra-artísticos, muitas vezes baseados nas questões pessoais que os autores têm contra ele "Eu vejo essas críticas em que eu penso 'Bem, você tem o direito de dizer o que você quiser sobre o meu trabalho e eu irei ouvir, caso seja bom ou ruim, para saber se há um ponto onde eu posso melhorar, mas problemas pessoais não tem lugar na crítica de cinema'"
Na entrevista para a Time, Cage contou quais são os trabalhos de sua filmografia que ele mais se orgulha de ter feito. "Existem alguns favoritos, com certeza. Eu acho que Werner [Herzog] e eu conseguimos algo especial em Vício Frenético. Certamente Mike Figgis e eu encontramos de uma imensa nudez emocional em Despedida em Las Vegas. Eu fiquei muito feliz com O Beijo do Vampiro, que na minha opinião foi quase como um laboratório para começar a realizar alguns dos meus sonhos expressionistas com uma atuação. Eu peguei o que eu aprendi em O Beijo do Vampiro e usei em um grande filme de ação em A Outra Face. Se você comparar os dois filmes, verá o quanto a minha atuação lembra a de O Beijo do Vampiro".
Os mais promissores trabalhos futuros de Cage ainda inéditos no Brasil são a cinebiografia Snowden, de Oliver Stone, e a comédia satírica Army of One, de Larry Charles.
Quais são seus filmes favoritos do Nicolas Cage? Dê sua opinião nos comentários.
Vício Frenético
Vício Frenético
O Beijo do Vampiro
Despedida em Las Vegas
Despedida em Las Vegas
A Outra Face