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    "Eu estava muito apegada à morte", afirma Deborah Secco sobre papel de vítima do HIV no drama Boa Sorte

    A atriz interpreta uma mulher em fase terminal, que se apaixona por um adolescente.

    Marianna Muller

    Na coletiva de imprensa do drama Boa Sorte, todas as atenções estavam voltadas a Deborah Secco, uma das atrizes principais e também produtora executiva do filme. Os críticos e jornalistas presentes fizeram várias perguntas sobre a experiência de interpretar Judite, uma vítima do HIV em fase terminal. A personagem está internada em uma clínica, onde se apaixona pelo adolescente depressivo João (João Pedro Zappa).

    Boa Sorte pretende desfazer uma série de preconceitos a respeito de drogas lícitas, ilícitas e também sobre o HIV. Pelo jeito, a conscientização é mais do que necessária: durante as perguntas à equipe, um jornalista afirmou que a contaminação da AIDS é fruto de uma vida promíscua... 

    Mas toda a equipe driblou este discurso moralista, mostrando grande respeito às vítimas da dependência de drogas e de doenças transmissíveis. Além da transformação física, perdendo 11kg para o papel, Deborah Secco fez pesquisa com médicos e pacientes com doenças terminais, e ficou surpresa com a "força serena" de cada um deles, que apesar de batalharem por melhor qualidade de vida, estão conscientes do fim próximo. 

    "Eu descobri que vou morrer com a Judite", afirma a atriz, que explica nunca ter pensado na morte antes. Tamanho investimento na construção da personagem levou a grande tristeza e desilusão, apesar do afeto incondicional pela personagem: "A Judite estava muito dentro de mim, foi difícil mandá-la embora".

    Sobre as drogas, a diretora Carolina Jabor foi clara: "Eu não faço apologia às drogas. Não quero dizer que é preciso experimentá-las". Em sua pesquisa, Jabor descobriu que mesmo a maconha é capaz de provocar surtos e deixar sequelas, e que o índice de alcoolismo entre jovens aumentou muito nos últimos anos. Ela espera que Boa Sorte sirva como um alerta aos jovens e aos pais negligentes.

    O roteirista Pedro Furtado também sublinha o discurso favorável ao uso da camisinha, e felicita a cineasta pelo "olhar feminino" à trama e aos detalhes. Vale lembrar que a história é adaptada do conto "Frontal com Fanta", escrito pelo autor e cineasta Jorge Furtado, pai de Pedro. 

    Boa Sorte chega aos cinemas dia 20 de novembro.

    Deborah Secco, atriz de Boa Sorte

    Carolina Jabor, diretora de Boa Sorte

    Pedro Furtado, roteirista de Boa Sorte

    Deborah Secco, atriz de Boa Sorte

    Deborah Secco e Carolina Jabor

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