*Matéria originalmente escrita por Vitória Pratini.
Para tirar um filme do papel, os estúdios passam por três fases: a pré-produção, que envolve aprovar o roteiro, escalar o elenco, reunir uma equipe e começar a preparação; a produção, que consiste basicamente nas gravações; e a pós-produção, que inclui montagem, edição, efeitos visuais e outros arremates. Porém, antes de tudo, os estúdios acertam um orçamento para fazer um determinado número de cenas em um determinado período de tempo. Mas e quando um take custa muito caro e é excluído da versão final?
Embora cortes aconteçam em toda e qualquer obra audiovisual, algumas dessas passagens deletadas merecem ser lembradas simplesmente porque custaram aos estúdios milhões de dólares – seja por terem um ator que acabou não aparecendo, seja por conterem efeitos visuais grandiosos. Abaixo, você confere cinco dessas cenas:
X-MEN: DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO
Reprodução/20th Century Fox
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido teve o retorno de muitos mutantes da trilogia antiga, exceto um: Vampira. Anna Paquin passou uma semana filmando diversas cenas ao lado de seus colegas, mas nenhuma entrou para o corte final.
Depois da reclamação dos fãs – e provavelmente para justificar o dinheiro gasto com a contratação da atriz –, a Fox lançou em DVD a "Versão da Vampira", com 17 minutos adicionais de cenas deletadas que incluem a personagem.
GUERRA MUNDIAL Z
Reprodução/Paramount Pictures
Guerra Mundial Z termina com Gerry Lane (Brad Pitt) descobrindo uma "camuflagem" para fugir dos zumbis e um meio de enfrentá-los. Ele reencontra sua família. Tudo fica bem. No entanto, esse desfecho não estava previsto originalmente.
Na verdade, Gerry e Segen (Daniella Kertesz) iriam parar na Rússia para lutar contra zumbis, derrotando-as à moda antiga em uma cena apoteótica. Depois de completar a missão, o protagonista voltaria para casa. Acontece que a esposa dele, Karin (Mireille Enos), ficou nos EUA esse tempo todo e teria acabado se prostituindo para sustentar a família, eventualmente se assentando com um antigo colega de Gerry (Matthew Fox).
Como o estúdio queria um final feliz, todo o terceiro ato do filme foi reescrito e regravado, com as cenas de Fox sendo quase inteiramente cortadas. A Paramount não só perdeu o dinheiro do que já tinha sido rodado, como as refilmagens custaram cerca de US$ 25 milhões.
O MÁGICO DE OZ
Reprodução/Metro-Goldwyn-Mayer
Em O Mágico de Oz, Dorothy (Judy Garland), o Leão Covarde (Bert Lahr), o Espantalho (Ray Bolger) e o Homem de Lata (Jack Haley) caminham pela floresta assombrada e são atacados por insetos mágicos que os fazem sair cantando e dançando a música "Jitterbugs", em referência a um passo de dança popular dos anos 1940.
A cena custou cerca de US$ 80 mil e levou cinco semanas para ser finalizada, mas foi excluída por três possíveis razões: o filme estava longo demais; a dança tornava o longa "datado"; o número era muito otimista para a floresta assombrada. A filmagem original foi destruída, mas uma versão caseira e granulada feita pelo compositor Harold Arlen durante os ensaios foi incluída como extra no DVD.
SUPERMAN - O RETORNO
Reprodução/Warner Bros. Pictures
O mal-sucedido Superman - O Retorno, dirigido por Bryan Singer, teve como premissa Superman (Brandon Routh) voltando à Terra depois de cinco anos desaparecido. A sequência de abertura original durava cinco minutos e mostrava o herói visitando o que sobrara de seu planeta-natal, Krypton.
A passagem lenta e contemplativa, mas visualmente deslumbrante, custou cerca de US$ 10 milhões. Mas não era bombástica e empolgante, talvez por isso tenha sido cortada pelos produtores. Posteriormente, foi incluída como extra em um Blu-ray da Antologia do Superman. Assista aqui.
DE VOLTA PARA O FUTURO
Reprodução/BTTF.com
Michael J. Fox sempre foi a primeira escolha para interpretar Marty McFly na trilogia De Volta para o Futuro, porém estava ocupado fazendo a série Caras e Caretas. Então, Eric Stoltz assumiu o personagem, filmando durante quatro semanas com a equipe.
O problema é que Steven Spielberg, o diretor Robert Zemeckis e os roteiristas acharam que o Stoltz era sério demais para uma comédia. No fim, o ator foi substituído por Fox, um movimento que supostamente adicionou US$ 3 milhões ao orçamento do filme e tempo extra de filmagem.