Já li críticos especializados que aludiam a uma suposta "superficialidade" ao lidar com temas complexos, como a transição de gênero, maternidade/paternidade e, ao mesmo tempo, que os personagens secundários eram "lineares" e previsíveis demais...
Sobre esta crítica tão ácida, eu diria que é mais uma manifestação de preconceito do que uma análise técnica, simplesmente porque a série é da NETFLIX, portanto destinada ao grande público, que engloba todas as etnias, religiões e orientações sexuais possíveis, ao redor do mundo. Se a série se detivesse demais na questão da redefinição sexual, por exemplo, estaria se "auto carimbando" como sendo destinada ao consumo de pessoas transgêneros, o que não é o objetivo.
Ao não se deter demais em algumas questões, que são muito específicas de um determinado segmento da sociedade, a série ganha universalidade, já que as pessoas comuns, de todo planeta, conseguem se identificar com alguma personagem ou alguma situação apresentada e eu acredito que era este o objetivo.
Também gostei muito da mistura de thriller policial com drama e suspense, sem deixar de ter uma pitada de comédia.
Já comentei em outras críticas minhas que, em geral, os estadunidenses em suas produções acabam "condenando" personagens LGBTQIA+ a toda sorte de provações e provocações, a um calvário de sofrimentos que não lhes dá nem direito de terem um final feliz. Já é a segunda ou terceira produção italiana que assisto e que nos traz a vida real, a dose real tanto de sofrimento quanto de realizações e de alegrias do dia a dia.
Simplesmente AMEI o final!
Recomendo!