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    Breaking Bad
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    Média
    4,8
    10001 notas
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    565 Críticas do usuário

    5
    476 críticas
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    luz
    luz

    5 críticas Seguir usuário

    Crítica da série
    5,0
    Enviada em 15 de dezembro de 2022
    É a melhor série de tv jamais vista! Tem ritmo, excelentes atores, enredo extremamente original, direção precisa, e "ganchos" ao final de cada episódio que te obrigam a maratonar mesmo que você não queira!! Eletrizante da primeira à última cena!
    Nelson J
    Nelson J

    48.283 seguidores 1.703 críticas Seguir usuário

    Crítica da série
    1,5
    Enviada em 19 de março de 2017
    62 capítulos e séries não são meu foco, pois é muita enrolação. Agora me interessei, pois em Breaking bada - o filme de 2 horas saberia de tudo sobre esta série super vencedora. Achei ainda muito longo o filme e o roteiro descartável. para esquecer e lamentar se tivesse ficado 62 horas vendo isto. Um sujeito que vai morrer entra na produção de metanfetamina e acumula uns US$ 100 milhões e diz que é para os filhos. òbvio desde o início que ele queria a adrenalina do crime, que a esposa é bobinha, o irmão incorruptível da Polícia anti-drogas um zonzo que nada percebe e assim a turma ficou 62 capítulos.
    Carol C
    Carol C

    9 seguidores 16 críticas Seguir usuário

    Crítica da série
    5,0
    Enviada em 17 de julho de 2014
    Maravilhosa! Suspense, adrenalina a série toda. Não devia ter terminado
    cinetenisverde
    cinetenisverde

    28.314 seguidores 1.122 críticas Seguir usuário

    Crítica da 2 temporada
    5,0
    Enviada em 17 de janeiro de 2017
    Temporada S02 revista. Alguns sentimentos mistos. A saga do Walter White ganha alguns contornos novelísticos, mas a paixão cromática do diretor de fotografia é contagiante do começo ao fim. Não me lembro de nenhum episódio onde não estivesse procurando nos cenários e figurino a presença das cores verde, amarelo, azul e roxo; pior: agora temos um novo tom que começa a despontar: o cinza/preto.
    cinetenisverde
    cinetenisverde

    28.314 seguidores 1.122 críticas Seguir usuário

    Crítica da série
    5,0
    Enviada em 17 de janeiro de 2017
    Sabemos desde o início do seriado que há algo de novo, muito novo, na televisão. Através da figura de um pacato professor de química que descobre ter câncer e que será pai novamente enxergamos aos poucos a relativação da moral quando Walter White decide produzir drogas usando seu conhecimento e sua recém necessidade de zelar pelo futuro de sua família. Através dessa história inicial somos levados ao mundo do crime e como ele pode ser bem menos glamoroso do que imaginamos, mas também bem menos assustador do que nos contam. O mais fascinante durante todo o ciclo de ascensão e decadência de um ser humano qualquer é que percebemos como a força motriz que move o homem não necessariamente precisa passar pela aprovação do bem moral vigente. Isso não existe na cabeça dos que fazem o que admiramos. Apenas os fins são capazes de justificar seus mais loucos atos. Fins esses que começaram de forma nobre.
    Hellen S.
    Hellen S.

    14 seguidores 6 críticas Seguir usuário

    Crítica da série
    5,0
    Enviada em 20 de julho de 2014
    História que me segurou do primeiro minuto até o último.
    A uma das melhores séries do meu conceito, muitas desavenças durante o seriado, muitas drogas rolando por ai, até comecei a gostar mais de química;
    Mrs. White teve a melhor ideia, depois que descobriu do seu câncer, e com certeza pensou no bem estar de sua família.
    Se desse eu daria 30 estrelas
    Fah P.
    Fah P.

    7 seguidores 6 críticas Seguir usuário

    Crítica da série
    4,5
    Enviada em 25 de outubro de 2015
    Série fodástica! Merece mil estrelas!!!? Assistiria de novo, mas tenho mais séries na fila rs
    Bruno W.
    Bruno W.

    6 seguidores 3 críticas Seguir usuário

    Crítica da série
    0,5
    Enviada em 12 de outubro de 2015
    eu achei uma bosta,sem condiçoes de assistir, não tem ação nao tem aventura,nao tem terror, nao tem comedia nao tem porra nenhuma achei um lixo assisti 5 episodios e dormi nos 5 pq é horivel sem graça e eu não vejo pq assistir uma serie que nao tem açao e nada inovador fora que se eu quiser ver uns cara fazendo droga eu chego num traficante aqui perto de casa e peço pra ele fazer na minha frente para que eu possa ver
    Bruno C.
    Bruno C.

    2 seguidores 12 críticas Seguir usuário

    Crítica da série
    5,0
    Enviada em 19 de abril de 2015
    Melhor seriado que já vi. Ótima história Crescimento dos personagens é fantástico. Só o Jr que o ator é muito ruim no ato de caminhar e agir como um deficiente
    Adriano Silva
    Adriano Silva

    1.526 seguidores 463 críticas Seguir usuário

    Crítica da 5 temporada
    5,0
    Enviada em 21 de agosto de 2023
    TEM SPOILERS!

    Breaking Bad (5ª Temporada) 2012/2013

    A quinta e última temporada de "Breaking Bad" estreou em 15 de julho de 2012 e foi concluída em 29 de setembro de 2013 na AMC nos Estados Unidos e Canadá. A temporada de 16 episódios é dividida em duas partes, cada uma contendo oito episódios. A primeira parte da temporada foi transmitida de 15 de julho a 2 de setembro de 2012 e foi ao ar aos domingos às 22:00 horário do leste dos EUA. A segunda parte foi transmitida de 11 de agosto a 29 de setembro de 2013 e foi ao ar aos domingos às 21:00.

    Na vida é muito difícil encontrarmos algo perfeito, uma obra perfeita, ainda mais quando estamos se referindo ao audiovisual, que é justamente o caso aqui. "Breaking Bad" é uma série que eu aprendi a amar desde o seu lançamento lá em 2008 e hoje, ao finalizar o 16ª episódio da última temporada, eu só pude comprovar a magnífica obra de arte da história dos seriados de TV que a série sempre foi. Sem nenhuma dúvida "Breaking Bad" é a melhor série do século, a verdadeira obra-prima das séries e está simplesmente entre as melhores séries já criadas em toda a história, sendo completamente perfeita em todos os sentidos.

    A quinta temporada é icônica, é emblemática, é completamente apoteótica!
    O primeiro episódio já inicia de forma catártica ao nos revelar aquela versão quase irreconhecível do Walter White (Bryan Cranston) com barba e cabelo sendo chamado pelo codinome de "Lambert", que estava naquele local negociando armas. Logo tomamos conhecimento da atualidade com Walter tendo que conviver com o assassinato do Gus (Giancarlo Esposito). Skyler (Anna Gunn) está muito assustada com os últimos acontecimentos. Mike (Jonathan Banks) está se recuperando do tiro que ele levou na temporada passada. Walter quer encontrar as gravações do laboratório de metanfetamina que o Gus fazia. A partir dessa busca, Walter, Mike e Jesse (Aaron Paul) decidem que precisam destruir o laptop do Gus que foi apreendido pela polícia. Eles utilizam aquele ímã gigante e poderoso para conseguir destruir todas as evidências e provas que estava no laptop (por sinal, uma belíssima cena). Ainda no primeiro episódio somos confrontados com o Ted (Christopher Cousins) em estado terminal em uma cama de hospital pelos seus acontecimentos da temporada passada. Curioso que no final do episódio o Walter diz para a Skyler que ficou sabendo o que aconteceu com o Ted e revela para ela que a perdoa.

    O segundo episódio começa bastante curioso e intrigante ao nos revelar uma cena em uma cozinha de teste na "Eletromotriz Madrigal", onde o executivo Peter Schuler realiza sua última "refeição" e caminha para o banheiro para cometer suicídio. No caminho, deparamos com a remoção do logo dos "Los Pollos Hermanos" (a marca do Gus), mas antes, vimos outros logos, respectivos às outras empresas financiadas pela Madrigal. Nesse mesmo episódio Jesse encontra aquele cigarro de "ricina" que ele achou que o Walter havia roubado para envenenar o garoto Brock na temporada passada. Jesse entra em uma crise de consciência, um verdadeiro remorso. Muito interessante que nesse episódio temos a revelação que Mike foi um ex-policial no passado na Filadélfia. Hank (Dean Norris) está agora no encalço do Mike, querendo arrancar informações dele. Como o Mike perdeu todo o seu dinheiro que ele havia reservado para sua neta, e como o Walter quer voltar a cozinhar a metanfetamina, eles se juntam para voltar com a velha produção.

    Os episódios seguintes são bastante reveladores e surpreendentes:
    Temos uma personagem bastante enigmática e misteriosa - Lydia (Laura Fraser). Temos uma versão da Skyler completamente perturbada e descontrolada, por todos os acontecimentos que ela está enfrentando com Walter. Tanto que temos uma cena em que ela surta com a Marie (Betsy Brandt) e a outra que ela decide se afogar na piscina na frente de todos. Walter e Jesse voltam a produzir a metanfetamina utilizando dessa vez os locais que estavam fechados para dedetização (ótima ideia e bela jogada do Walter). Por fim temos aquela cena emblemática do roubo de metilamina (que é utilizada na produção da metanfetamina ) no trem, com a presença de Walter, Jesse, Mike e Todd (Jesse Plemons). Que cena magnífica, icônica, apoteótica, um roubo no maior estilo de "Velozes e Furiosos" e "Red Dead Redemption 2".

    No final do episódio do roubo do trem, Todd dá um tiro em um garoto que sem querer acaba vendo todos os integrantes daquela ação. O que logo desperta um estado de fúria e comoção em Jesse, que sempre se revoltou quando o assunto era atacar os garotos. Diante desse acontecimento, Jesse revela para Walter que deseja sair da parceria de produção de metanfetamina, assim como o próprio Mike, que também deseja abandonar o barco. Nesse ponto temos aquela parte onde cada um decide que quer vender a sua parte nos galões de metilamina e sair da parceria com Walter, mas Walter está mais ambicioso do que nunca, ele não quer só o dinheiro para deixar para sua família, como ele queria quando começou no ramo, ele quer ser a referência e construir um império de metanfetamina.

    No sétimo episódio temos uma das cenas mais icônica e emblemática de toda a história de "Breaking Bad". Que é justamente a cena do Walter indo pessoalmente negociar com o Declan (Louis Ferreira) para ele ser o seu distribuidor de metanfetamina, onde temos a famigerada cena: "Say My Name". Há muito tempo que Walter já rompeu todos os limites da compaixão, da empatia, da misericórdia, está cada vez mais no lado sombrio, obscuro, com uma ambição incontrolável e destruível. Walter não tem mais nenhum limite em relação ao seu desejo de tomar o lugar que era do Gus, em ser o novo Manda-Chuva, o Big Boss, construindo o seu verdadeiro império de metanfetamina.

    O oitavo episódio é outro episódio surpreendente e emblemático, pois é quando temos aquele confronto do Walter com o Mike, o que resulta na morte do Mike pelo Walter (não perdoo o Walter, eu gostava muito do Mike). Interessante que após o Walter assassinar o Mike ele está sentado e se depara novamente com aquela famigerada mosca, e bem em um momento que ele está em uma guerra pessoal com sua consciência. Jesse se afasta de Walter e Todd está como o seu mais novo pupilo, aprendendo o processo da produção de metanfetamina. Está cada vez mais nítido que Walter não precisa de mais dinheiro, ele não tem mais aonde guardar. E é exatamente este o pedido que a Skyler faz para ele, que ele pare de produzir a metanfetamina. Diante desse pedido, Walter finalmente decidi se aposentar da produção. O episódio termina de forma muito intrigante, com o Hank tentando ligar os pontos e chegando na pista WW, que liga diretamente com Walter White.

    O nono e o décimo episódio são completamente surpreendentes!
    Hank está transtornado com a possibilidade que ele levantou sobre o seu algoz ser mesmo o Walter. Jesse por sua vez está completamente perturbado, transtornado e em crise ao descobrir que foi realmente o Walter o responsável pelo envenenamento do garoto Brock. Sendo assim ele entra em um profundo estado de descontrole emocional e mental e sai atirando os maços de dinheiro pelas ruas. O cerco está cada vez mais se fechando ao redor do Walter e Hank finalmente descobre toda a verdade sobre seu cunhado: Walter White matou o Gus e ele é a personalidade que Hank esteve na caça por mais de um ano, se revelando como o verdadeiro "Heisenberg". O episódio termina de forma apoteótica!

    A partir do momento que Hank descobre que Walter é o "Heisenberg" ele parte para cima da Skyler, a pressionando e a coagindo para que ela revele tudo que sabe a respeito do marido. Porém, inicialmente Skyler não revela nada para o Hank, o que muito me surpreende esta sua postura. Para tentar reunir provas ao invés de suspeitas, Hank decidi ir ao encontro de Jesse, que estava transtornado ao ponto de colocar fogo na casa do Walter. Realmente o Jesse está em seu limite, está tomado por um sentimento de culpa, de revolta, de remorso, de tristeza, uma forte crise existencial. Dessa forma Hank tenta uma espécie de acordo com Jesse, afinal ambos querem pegar o Walter.

    No décimo primeiro episódio temos a revelação que o Câncer de Walter voltou, e logo ele tem um desmaio no banheiro e revela mais tarde para seu filho Jr. É nesse episódio que temos aquele icônico vídeo do Walter incriminando o Hank com a sua participação em seu império de metanfetamina. Vou confessar que eu achei essa ideia incrível, genial, ousada, que só poderia ter saído da mente brilhante do "Heisenberg". Sem falar na ligação que ele fez com o dinheiro que a Marie usou no tratamento e recuperação do Hank como prova do seu envolvimento em todo o esquema. O que obviamente deixa o Hank completamente transtornado e desacreditado.

    Os últimos episódios da temporada são magníficos, atinge um alto nível que eu nunca vi em nenhuma outra série.
    Temos aquela armadilha que o Hank e o Jesse prepara para o Walter com a foto do tambor com seu dinheiro, o que o obriga a ir até o local no deserto em que todo o seu dinheiro está enterrado (por sinal, é o mesmo local que o Walter e o Jesse começaram a cozinhar a metanfetamina lá na primeira temporada). Temos aquela cena absurda dos tiroteios no deserto entre o Hank e o agente Gómez contra a gangue do Tio Jack. Jack Welker (Michael Bowen) é o tio do Toddy, que lidera o grupo de neonazistas sempre fazendo trabalhos encomendados por outros. O grupo aparece de acordo quando Walter pede uma ajuda para eliminar o Jesse em troca de ensinar o Todd a produzir a metanfetamina mais pura possível. O episódio termina com a surpreende morte do Hank com o tiro disparado pelo Tio Jack.

    Ozymandias é o décimo sexto episódio, o episódio final da série "Breaking Bad". Este episódio é incrível, icônico, emblemático, apoteótico. É um episódio que fecha com chave de ouro toda a saga de "Breaking Bad", que nos faz revelações surpreendentes, que nos impacta e nos emociona, que nos desperta todos os mistos de sentimentos que estavam guardados por muito tempo. Aquela cena da metralhadora no porta-malas do carro estraçalhando todo mundo na casa é absurdamente incrível, genial e bizarra. Uma cena completamente apoteótica. Ozymandias é sem dúvida um dos melhores episódios de toda a história dos seriados de TV, e ainda com um fechamento que traz um final catártico.

    Sobre o icônico elenco de "Breaking Bad".
    Bryan Cranston é um gênio, um mestre, um lord. Ele soube incorporar um personagem com maestria, com elegância, com grandeza, com uma competência absurda e antológica. Bryan Cranston deu vida para o Walter White, que é incontestavelmente um dos melhores personagens de séries de todos os tempos! Assim como o icônico "Heisenberg", que é simplesmente uma das maiores personalidades do mundo do entretenimento e da cultura pop.
    Anna Gunn é uma atriz genial e poderosa. É realmente incrível a forma como a Anna conseguiu criar e interpretar uma personagem que transcendia todos os limites de uma simples mãe de família. Que soube se reinventar a cada episódio, a cada temporada, sempre entregando uma personagem que era amada e odiada praticamente ao mesmo tempo. Nessa quinta temporada a Anna Gunn está no ápice da sua personagem, conseguindo nos comover e nos impactar com um trabalho impecável e irretocável.

    Aaron Paul é sem dúvida o personagem mais desacreditado do início da série. Acredito que o público (assim como eu) no início teve um pouco de pé-atrás com ele ao interpretar o jovem viciado Jesse Pinkman. Talvez por não conhecer muito do seu trabalho, talvez apenas por desconfianças mesmo, mas devo dizer que ele surpreendeu todo um planeta ao incorporar o Jesse. Aaron Paul é o ator que mais cresceu dentro da série, que mais desenvolveu o seu personagem ao longo das temporadas, que provou ser o ator magnífico que é pela competência de um trabalho fenomenal e impecável. Nessa quinta temporada o que o Aaron Paul entrega na pele do Jesse é absurdo, principalmente no quesito peso dramático e carga dramática - como podemos comprovar naquela cena absurda em que ele presencia o assassinato da Andrea (Emily Rios) - que cena impactante!
    Dean Norris é um ator que eu gosto muito e aqui como Hank Schrader ele sempre foi colossal. Dean soube construir um personagem que facilmente poderíamos criar uma grande empatia, principalmente pelo seu grande crescimento e relevância dentro do contexto de toda a história. E o mais interessante em seu personagem é exatamente esse jogo de gato e rato com Walter, sempre no encalço da sua maior missão enquanto agente da DEA, que sempre esteve ali na frente do seu nariz, embaixo do próprio teto. Hank Schrader é mais um personagem icônico desse universo de "Breaking Bad", e tudo graças ao trabalho fantástico de Dean Norris.

    Bob Odenkirk é sem dúvida a personificação do personagem mais hilário de toda a série - o grande Saul Goodman. Já o Jonathan Banks trouxe aquele personagem que também tem um crescimento absurdo na série, indo na mesma linha de crescimento do Hank. Mike sempre esteve na defesa do Gus, sempre funcionava com o seu cão de guarda, porém nessa temporada observamos mais do outro lado do Mike, sem aquela casca que ele sempre carregava.
    Betsy Brandt trouxe uma personagem que ora funcionava no contexto da série, ora fica mais escanteada, mas no geral a Marie foi fundamental na construção final das motivações do Hank.
    RJ Mitte é outro ator muito bom, que também contribuiu diretamente para a grandeza da série, e nessa temporada o Walter Jr. foi primordial ao tomar a atitude em relação ao pai. E pra finalizar temos a excelente participação do Jesse Plemons (novinho na época), que também teve a sua contribuição fundamental na série.

    Precisamos voltar a falar de Walter White:
    É incrível a grandeza desse personagem na série, é incrível como ele toma uma postura inicial e aos poucos vai deixando de lado, se descaracterizando, se desconstruindo. Aquele simples professor de química do ensino médio mal pago, superqualificado e desanimado que está lutando com um diagnóstico recente de câncer de pulmão. Que decide usar das suas extremas habilidades químicas para produzir uma metanfetamina mais pura o possível para deixar sua família estável financeiramente quando ele morrer. Este é um ponto abrangido com maestria na série: a desconstrução do ser humano, a ambição humana, a supervalorização, a briga de ego, a forma como uma pessoa deixa de lado todos os seus princípios e se torna um monstro, um sociopata, muda de personalidade, se entrega ao desejo incontrolável da ambição, ao lado sombrio e com uma mudança obscura em seu caráter.

    É incrível como até hoje muitas pessoas se frustram ao ver a forma como o Walter se tornou dentro da série e principalmente a forma como ele termina. Muitos acham que a série não deveria ter transformado o Walter em um monstro, mas o Walter White sempre foi um monstro, ele só não tinha desenvolvido esse seu lado. Ele sempre teve aquele complexo de superioridade, de ser o centro das atenções, sempre com a mesma desculpa que tudo que ele fazia era pela sua família. Talvez no início até poderia ser, mas depois só constatamos que não, que ele fez tudo aquilo porque ele queria e porque ele gostava. Como observamos naquela conversa com a Skyler, que ele revela para ela que fez aquilo por ele, porque ele quis, porque ela achava bom ser o mais inteligente, ser o superior, construir o seu império, inflar o seu ego. Ou seja, Walter White sempre foi o "Heisenberg".

    Tecnicamente e artisticamente a temporada e a série é completamente impecável!
    O roteiro de "Breaking Bad" é estupidamente perfeito, Vince Gilligan aplicou uma genialidade absurda ao escrever um texto tão competente, tão abrangente, tão magnífico. O mesmo vale para a direção da série, que foi feita sempre de forma impecável. A trilha sonora da série sempre foi um destaque, sempre foi um show à parte, sempre foi relevante no quesito inovação e criatividade. O elenco é outro show, é uma obra-prima, daqueles elencos memoráveis, que vai ficar em nossa mente pelo resto de nossas vidas. O mesmo vale para cada personagem que foi criado e construído na série, que atingiu um nível de grandeza e excelência nunca visto anteriormente em questões de seriados de TV. A cinematografia da série é outra perfeição, sempre com um fotografia que nos maravilhava em cada temporada, em cada episódio, em cada cena, um nível de genialidade que não se vê mais hoje em dia.

    "Breaking Bad" recebeu críticas positivas, enquanto o restante recebeu aclamação unânime da crítica, com elogios às performances, direção, cinematografia, roteiro, história e desenvolvimento de personagens. Desde sua conclusão, a série foi elogiada pela crítica como uma das maiores séries de televisão de todos os tempos. Teve uma audiência razoável em suas três primeiras temporadas, mas a quarta e a quinta temporadas tiveram um aumento moderado na audiência quando foi disponibilizado na Netflix pouco antes da estreia da quarta temporada. A audiência aumentou drasticamente após a estreia da segunda metade da quinta temporada em 2013. Quando o final da série foi ao ar, estava entre os programas a cabo mais assistidos da história da televisão americana.

    "Breaking Bad" recebeu inúmeros prêmios, incluindo 16 Primetime Emmy Awards, oito Satellite Awards, dois Golden Globe Awards, dois Peabody Awards, dois Critics' Choice Awards e quatro Television Critics Association Awards. Bryan Cranston ganhou o Primetime Emmy Award de Melhor Ator Principal em Série Dramática quatro vezes, enquanto Aaron Paul ganhou o Primetime Emmy Award de Melhor Ator Coadjuvante em Série Dramática três vezes; Anna Gunn ganhou o Primetime Emmy Award de Melhor Atriz Coadjuvante em Série Dramática duas vezes. Em 2013, "Breaking Bad" entrou no "Guinness World Records" como o programa de TV mais aclamado pela crítica de todos os tempos.

    A série deu origem à maior franquia "Breaking Bad". "Better Call Saul" é uma série prequela com Bob Odenkirk, Jonathan Banks e Giancarlo Esposito reprisando seus papéis em "Breaking Bad", bem como muitos outros em participações especiais e recorrentes, estreou na AMC em 8 de fevereiro de 2015 e foi concluída em 15 de agosto de 2022. Uma sequência O filme "El Camino: A Breaking Bad Movie", estrelado por Aaron Paul, foi lançado na Netflix e nos cinemas em 11 de outubro de 2019.

    "Breaking Bad" estreou na AMC em 20 de janeiro de 2008 e foi concluído em 29 de setembro de 2013, após cinco temporadas com 62 episódios.

    Por fim, chegamos ao final da melhor série de TV que eu já assisti em toda a minha vida. "Breaking Bad" é simplesmente o suprassumo, a quinta-essência, o masterpiece da história das séries. Uma obra completamente impecável, irretocável, perfeita, triunfal, atemporal, relevante, influente, antológica, colossal, apoteótica, emblemática e icônica.

    Simplesmente a melhor série de todos os tempos!

    Vince Gilligan eu te amo!

    (R.I.P. Mark Margolis - nosso eterno Hector Salamanca)
    [19/08/2023]
    Adriano Silva
    Adriano Silva

    1.526 seguidores 463 críticas Seguir usuário

    Crítica da 4 temporada
    5,0
    Enviada em 3 de agosto de 2023
    TEM SPOILERS!

    Breaking Bad (4ª Temporada) 2011

    "Breaking Bad" é a única série que mantém uma crescente em cada temporada. Ou seja, cada temporada é um desenvolvimento da anterior, cada história é melhor desenvolvida na temporada seguinte, cada acontecimento que nos surpreende na temporada passada é cada vez mais impactante na próxima temporada. Por esses fatos que eu considero "Breaking Bad" como uma série impecável, por sempre elevar o nível em cada temporada, por sempre manter uma linha de interesse e desenvolvimento totalmente coerente e relevante, por sempre nos prender com um roteiro fabuloso, inteligente, dinâmico, bem estruturado e bem desenvolvido.

    Como sempre afirmei: cada temporada é surpreendente e supera a temporada anterior, e esta quarta temporada não seria diferente.

    No final do décimo terceiro episódio da temporada passada fomos surpreendidos com todos os acontecimentos em volta do Walter (Bryan Cranston) e do Jesse (Aaron Paul) relacionados ao Gus (Giancarlo Esposito). O episódio termina exatamente com o Jesse disparando contra o Gale (David Costabile) em seu apartamento. A partir desse fechamento de temporada que fica inúmeras perguntas como: será que o Jesse realmente acertou o tiro em Gale? Ou será que ele só quis assustá-lo? Se ele realmente matou o Gale qual será a postura do Gus a partir dessa afronta? Como ficará a vida de Jesse e principalmente do Walter na próxima temporada?

    O primeiro episódio da quarta temporada já nos revela grande parte das respostas para todas essas perguntas: Jesse realmente acertou o tiro na cabeça do Gale. Gus se sentiu ameaçado e resolveu mostrar quem manda no pedaço ao construir aquela cena bizarra, onde ele corta a garganta do Victor (Jeremiah Bitsui) com um estilete a sangue frio na frente do Jesse e do Walter. Por sinal mais uma cena emblemática da série, pois é a primeira vez que eu vejo o Gus cometendo um assassinato daquela forma e naquela pompa, com requintes de crueldade e muita classe.

    A partir do segundo episódio entramos de cabeça naquele jogo de gato e rato do Walter contra o Gus. A desconfiança e a incerteza de Walter faz com que ele compre uma arma para tentar se defender, tanto do Gus como até do próprio Mike (Jonathan Banks). Jesse por sua vez liga o modo foda-se e passa a viver uma vida de festas e drogas em sua casa que no momento mais se parece com um chiqueiro. Skyler (Anna Gunn) parece ter deixado um pouco de lado o Ted (Christopher Cousins) e se concentrar totalmente na compra do lava-rápido. Por sinal todo o empenho da Skyler em fazer aquela jogada de fiscalização para fechar o lava-rápido e facilitar a sua compra foi uma ideia genial, acredito que uma das melhores jogadas que ela já fez em toda a série.

    Outro ponto interessante dessa temporada é o fato da própria Skyler voltar a se entender com o Walter após aquela sua postura traidora da temporada anterior. Lógico que a Skyler está agindo por interesse próprio, mas confesso ter gostado de vê-la junto do Walter novamente. E aqui já temos uma Skyler cada vez mais empenhada na lavagem de dinheiro no lava-rápido, onde a própria chega a revelar toda a armação do Walter ser um jogador para o Hank (Dean Norris). Logo eles voltam a transar depois de algum tempo, para oficializar e comemorar o esquema de lavagem de dinheiro. Temos aqui praticamente uma nova versão de Bonnie e Clyde.

    Uma grande jogada do Gus nessa temporada foi voltar sua atenção para o Jesse, que estava frágil, vulnerável, com um psicológico e uma mente perturbada. É nessa hora que o Gus quer usar o Jesse para vê se ele pode ser confiável para o seu projeto de matar o Walter e assumir o laboratório de metanfetamina. E o mais interessante é saber que de fato o Jesse está tentando se provar útil na missão com o Mike para chegar até o Gus, já que o próprio Jesse está com a ideia de matar o Gus com o veneno do cigarro.

    Hank foi um personagem extremamente importante na temporada passada, e agora ele está se recuperando e voltando na ativa das suas investigações. Todos nós sabemos que a maior obsessão de Hank sempre foi o enigmático e misterioso Heisenberg, e é a partir das investigações das pista encontradas no apartamento do Gale que ele passa a suspeitar do todo poderoso Gustavo Fring.
    O cerco está se fechando contra o Gus, a DEA está em seu encalço. Já o Gus por sua vez é um ser extremamente hábil, inteligente, liso, astuto, aquele que escapa por entre os dedos, por onde não tem saídas. Naquela cena do interrogatório o Gus sequer titubeava nas respostas, sempre muito seguro de si. É muito interessante toda aquela revelação do passado do Gus, mostrando o porque não se acha mais vestígios dele no Chile, pois foi tudo apagado. É surpreendente a grande rivalidade (ou ódio) de Gus com Hector Salamanca (Mark Margolis) e Don Eladio (Steven Bauer).

    Os últimos cinco episódios da temporada são ainda mais colossais e apoteóticos: temos o Walter fazendo de tudo para conseguir despistar a atenção do Hank em relação à investigação do Gus. Temos a volta do asqueroso Ted onde a Skyler o ajuda com uma parte do dinheiro do Walter (para todo seu desespero). Temo o Gus sendo forçado a manter (pelo menos inicialmente) um acordo com o Cartel Mexicano. E o final do décimo episódio é estratosférico, com aquela presença em território Mexicano do Gus, Mike e Jesse enfrentando o Don Eladio e sua trupe.

    A partir do décimo primeiro episódio é onde o Gus afirma diretamente para o Walter que toda a sua família está ameaçada caso ele interfira na missão de acabar com o Hank. Temos grandes reviravoltas nos últimos episódios da temporada, como o fato do Gus entrar na mente do Jesse para que ele concorde com a morte do Walter, e se possível até executá-lo. Temos todos os acontecimentos envolvendo o possível envenenamento do garotinho Brock, o filho de Andrea (Emily Rios), que Jesse acreditava ter sido o Walter o responsável. Também acompanhamos a aproximação de Walter com o Tio Salamanca, como para usá-lo para conseguir matar o Gus, já que o Tio Salamanca também queria uma vingança contra o próprio Gus.
    Diante disso chegamos em uma das cenas mais emblemáticas e apoteóticas de toda a história da série "Breaking Bad". Que é justamente a cena da explosão da bomba na cadeira de roda do Tio Salamanca, que atinge tanto o Tio quanto o próprio Gus. Esta cena é icônica, principalmente por nos mostrar todo requinte e elegância de um verdadeiro gentleman do Gus antes de morrer. Senhoras e senhores, que cena!

    Walter White é o verdadeiro vilão de toda a história. Ele é o vilão do Jesse, ele é o vilão da Skyler, ele é o vilão do Hank, ele é o vilão de sua própria família, ele é o vilão dele próprio. Aquele Walter omisso, indefeso, preocupado, resguardado, tentando ser inofensivo, já não existe mais. Walter está mais do que nunca tomado pela ambição, pela escuridão, pela destruição, assumindo todos os riscos, enfrentando tudo e todos, tomado pelo sede insaciável de vingança e poder. Walter está longe daquele pai, daquele esposo, daquele professor, daquele herói para seu filho, ele já é a personificação do traficante, do assassino, sempre traçado como um ser vingativo, cruel e impiedoso.

    Nessa temporada temos várias atitudes do Walter que nos faz olhar para ele de um forma ainda mais diferente das temporadas anteriores. Posso citar a parte do possível envenenamento do Brock, que pode sim de fato ter sido o Walter como uma forma de trazer o Jesse novamente para o seu lado no império da metanfetamina (algo um pouco parecido com o que aconteceu com a Jane na segunda temporada). Walter não se preocupa mais em atacar seu algoz, mesmo que isso interfira diretamente em pessoas inocentes e indefesas. Nesse caso do Brock, ele sobreviveu por causa da percepção do Jesse, porque se dependesse do Walter ele realmente teria morrido.
    Sem falar que temos algumas cenas em que mostra um Walter totalmente perturbado e fora de si, praticamente incorporando um Coringa: como na cena que a Skyler fala para ele que deu o dinheiro para ajudar o Ted e ele cai na gargalhada, e no último episódio, quando ele faz toda armação para acabar com o Gus e consegue. Ali vemos um Walter tomado pelo desejo de vingança a qualquer custo, principalmente na cena que ele vai até o laboratório e salva o Jesse e logo após ele destrói o laboratório, e ainda liga para Skyler para dizer: "Eu Venci" - com aquele ar de soberano.

    Elogiar o Bryan Cranston como Walter White é praticamente chover no molhado. Então vou escrever aqui o mesmo que escrevi nas temporadas passada: "Bryan Cranston é incontestavelmente um dos melhores personagens de séries de todos os tempos!"
    Anna Gunn e sua eterna personagem "ame ou odeie". Confesso que na temporada passada eu tive mais raiva da Skyler, pois eu não aprovava as suas atitudes, mas nessa temporada ela volta a me agradar em grande parte. Talvez a única parte em que eu não aprovei sua decisão foi na parte em que ela decide dar o dinheiro para ajudar o Ted. Mas de qualquer forma é aceitável que ela tome esta decisão, afinal de contas as fraudes poderia chegar até ela, uma vez que ela fez parte de todo o esquema junto com o Ted.

    Aaron Paul sempre impecável e surpreendente: Jesse é um misto de sentimentos em cada temporada, pois ele tem o dom de nos impactar com variações mais dramáticas, mais agressivas, mais perturbadas, e aqui ele está exatamente dentro desse padrão. Nessa temporada temos um Jesse que inicialmente liga o modo foda-se e quer viver na esbórnia da sua casa. Logo após ele quer se provar útil e não descartável. Depois ele é tomado pela fúria do drama do acontecimento com o pequeno Brock. E no final o vemos novamente fortalecendo os laços com o Walter. Ou seja, mais uma temporada irretocável de Aaron Paul como Jesse Pinkman.
    Dean Norris Não tem a mesma proporção da temporada passada, até pelos acontecimentos que ocorreu com ele, mas ainda assim ele se mostra extremamente importante, principalmente em pegar os atalhos da investigação do assassinato do Gale para chegar no Gus.
    Giancarlo Esposito é talvez o personagem mais importante de toda a temporada depois do Walter. Gus é aquele vilão perfeito, com uma postura perfeita, com atitudes perfeitas, que nunca desperta suspeitas. Um homem pomposo, requintado, elegante, influente, extremamente educado, que tinha nas mãos todos os seus negócios, todos os seus rivais e, principalmente, a polícia. Gus sempre estava um passo na frente de tudo e de todos, que mantinha um discurso com um alto poder de persuasão, se destacando como um líder, como um chefe, como um pastor de uma igreja, que tinha todos os seus féis e seus seguidores dentro do seu regime. Giancarlo Esposito está magnífico na pele do envolvente e poderoso Gustavo Fring.

    Bob Odenkirk é muito hilário na pele do envolvente Saúl Goodman. Incrível como o Saúl é um personagem importante dentro de todo o contexto da história. Por mais que ele não esteja sempre no foco, mas ele ataca sempre na hora certa, sempre com bastante oportunismo, tanto pelo lado do Walter, quanto pelo lado da Skyler e do Jesse. O mesmo vale para o personagem do Jonathan Banks, que sempre mantém aquela postura de cão de guarda e braço direito do Gus. Porém, logo após ele ter sido baleado no México eu me questionei exatamente sobre essa questão, de parecer que o Gus não se importava com ele, que ele era apenas mais um empregado totalmente descartável.

    Completando o elenco temos o RJ Mitte, o Walter Jr. Walter Jr. tem algumas participações pontuais e interessantes na temporada, como na parte que ele fica feliz com o pai por ter ganhado seu super carro, e logo após a revolta com a mãe por ter devolvido. Já a Betsy Brandt teve um crescimento notável na temporada passada e aqui ela mantém esse destaque. Marie volta a atacar de cleptomaníaca com suas histórias mentirosas.

    Com a morte do Gus nessa temporada, que era o maior confronto com o Walter e seus planos, a quinta temporada abre um leque de possibilidades. Sem o Gus no caminho, Walter está teoricamente livre e com o caminho aberto para ir cada vez mais fundo com a sua ganância e com a sua ambição no mundo do tráfico e do enriquecimento ilegal. A sua ganância irá crescer, a sua ambição irá crescer, a sua motivação irá crescer, pela oportunidade de ser a única referência e dominar todo o negócio do tráfico de metanfetamina. Walter White está no topo e ele precisa se manter lá.

    A quarta temporada de "Breaking Bad" se mantém no topo, se mantém cada vez mais importante e cada vez mais relevante dentro do contexto de toda a história. Agora é partir para a última temporada da série, que irá trazer o fechamento mais apoteótico e icônico da história das séries. [02/08/2023]
    Adriano Silva
    Adriano Silva

    1.526 seguidores 463 críticas Seguir usuário

    Crítica da 3 temporada
    5,0
    Enviada em 19 de julho de 2023
    TEM SPOILERS!

    Breaking Bad (3ª Temporada) 2010

    É realmente impressionante o poder que esta série tem em nos surpreender e nos impactar em todas as temporadas. É absurdo como cada temporada de "Breaking Bad" é melhor do que a outra. É genial como tudo funciona impecavelmente na série, como o excelente roteiro, a magnífica direção, o elenco irretocável e as maravilhosas qualidades técnicas e artísticas.
    Um ponto que eu sempre gosto de destacar em cada temporada é sobre o crescimento e o desenvolvimento da série, do roteiro e principalmente de cada personagem. Eu considero este como o principal fator para toda relevância e magnitude da série em uma visão geral.

    Esta terceira temporada de "Breaking Bad" é absurdamente "FODA" em todos os sentidos. Eu fico cada vez mais impressionado como tudo funciona bem dentro da temporada, como tudo se liga e se conecta com perfeição em cada contexto da história, como cada personagem tem o poder em nos fazer amá-lo ou odiá-lo assim em questão de segundos, como cada episódio complementa o outro, sendo extremamente necessário e não uma encheção de linguiça (nem mesmo o episódio da mosca).

    A temporada já inicia com o pé na porta com o primeiro episódio, que por sinal é um dos melhores da temporada. Logo somos surpreendidos com aquele cenário no México muito curioso com aquele ritual das pessoas se arrastando no chão até um altar, que por sinal nesse altar contém uma foto do Sr. Walter (Bryan Cranston). E nesse episódio entra um ponto muito curioso da segunda temporada, que é justamente o fato de observarmos que a colisão dos aviões no céu de Albuquerque se deu pela negligência de Donald Margolis (John de Lancie) por estar visivelmente transtornado pela morte de sua filha Janne (Krysten Ritter). Este é o cenário do início da terceira temporada: Skyler (Anna Gunn) e Walter estão separados e ela quer pedir o divórcio. Jesse Pinkman (Aaron Paul) está passando por uma reabilitação internado em uma clínica. O Walter Jr. (RJ Mitte) muda totalmente o seu semblante, pois ele se sente excluído da família por não saber o porque do pai ter saído de casa, sendo que ele ama esse pai que na temporada passada o chamava de herói. Enquanto Hank Schrader (Dean Norris) continua com sua incontrolável obsessão pela captura de Heisenberg.

    Um ponto muito interessante é justamente todos aqueles depoimentos na escola das pessoas sobre o acidente aéreo. É ai que vemos o Walter visivelmente incomodado e abalado, por ele pensar que indiretamente ele é o principal responsável por toda aquela tragédia, por ele ter permitido que a Jane morresse quando ele não fez absolutamente nada para salvá-la. E é ainda mais incrível e bizarro como o Walter sempre acha que as coisas ruins que acontecem sempre pode ter um lado positivo, como aquele seu intrigante discurso na escola, onde visivelmente deixou todos incomodados.
    Temos o ponto alto da temporada, que é justamente a cena do Walter revelando para a Skyler que ele é fabricante de metanfetamina. A partir daí Walter percebe que perdeu sua família e decide que quer dar um basta na produção de meta, porque ele não se vê como um criminoso.

    Essa terceira temporada também serviu para integrar novos personagens na série, além de promover personagens secundários da temporada passada para o elenco principal. Este é o caso de Gus Fring (Giancarlo Esposito), que surpreende todos nós e ao Walter quando ele aparece com aquela proposta de 3 milhões por 3 meses de trabalho para ele, o que logo deixa o Walter completamente perturbado. Sem falar naqueles dois primos do Tuco (Raymond Cruz), Leonel Salamanca (Daniel Moncada) e Victor (Jeremiah Bitsui), que são completamente tomados pelo mistério e pela sede de vingança. Além da reaparição do Tio Salamanca (Mark Margolis), que é resgatado do asilo pelos sobrinhos.

    A temporada segue nos surpreendendo ao nos revelar aquela cena no México nos mostrando como se deu aquela icônica cena da temporada passada, que é a cabeça do Tortuga (Danny Trejo) em cima da tartaruga. Outra cena emblemática é justamente quando o Walter conta para a Skyler sobre tudo que ele fez para levantar o dinheiro pensando no bem estar de sua família, que obviamente é ilegal. Por outro lado somos impactado com o Jesse ligando no celular da Jane somente para ouvir a gravação da voz dela. Ele realmente está inconsolado e por isso resolve voltar para a fabricação de metanfetamina.

    Um dos pontos alto dessa terceira temporada está no desenvolvimento do Hank. Pois ele passa a tomar uma nova postura sobre as ordens que recebe em seu departamento, como no caso daquela recusa em ir para uma nova missão em El Paso (Texas) só para ficar no rastro do Heisenberg. Nessa parte temos uma sequência de cenas emblemáticas, que é a partir da cena da perseguição do Hank ao Jesse até o trailer, onde ele quase captura não só o Jesse mas também o Walter. Logo após temos aquela falsa notícia sobre de saúde da Marie (Betsy Brandt), o desespero do Hank e a destruição do lendário trailer.

    O sétimo episódio é o meu preferido da temporada, que é justamente o episódio de crescimento e desenvolvimento do Hank. Eu vejo um crescimento absurdo do personagem, exatamente por ele sair daquela postura de agente certinho da DEA ao ir confrontar e espancar o Jesse. Hank está perdendo todo o seu controle de policial pela obsessão em chegar no Heisenberg. Aquela cena do tiroteio dos primos contra o Hank no estacionamento é sensacional, colossal, apoteótica. Sem dúvida é uma das melhores cenas de toda a história de "Breaking Bad".

    O décimo episódio é um dos episódios mais contestado e mais polêmico de toda a temporada e toda a série. Muitos consideram o episódio como um completo filler - o famoso encheção de linguiça. Eu já vejo o episódio da mosca por outro lado, por uma outra perspectiva. Eu vejo como um episódio extremamente marcante e importante em toda a trajetória da série, principalmente por representar toda a culpa que o Walter carrega nas costas por suas decisões. Decisões como entrar para o mundo do tráfico ao decidir trabalhar criando sua própria metanfetamina, e principalmente a decisão em deixar a Jane morrer para teoricamente salvar seu parceiro Jesse. Eu acredito que a mosca é uma alusão para toda essa culpa que o Walter decidiu carregar, e justamente pela representação da mosca em ser um inseto que incomoda, que aborrece, que desafia, sendo exatamente a atual situação que o Walter se encontra com sua mente, se incomodando e se aborrecendo com seu remorso e seu sentimento de culpa. Toda aquela luta ali naquele laboratório não era do Walter com uma simples mosca que o estava incomodando, mas sim uma luta travada com sua mente, com esse sentimento pesando em suas costas. Não existe nada mais pesado do que um remorso, um sentimento de culpa, essa era a contaminação que o Walter dizia para o Jesse que a mosca estava fazendo naquele ambiente.
    Eu achei um episódio importante, marcante, poético, comovente, reflexivo e extremamente necessário para todo o contexto da série. Sem falar naquela cena em que o Walter pede desculpas para o Jesse pelo o que ele fez com a Jane, mas indiretamente, sem o Jesse realmente perceber sobre o que ele estava falando. O episódio 10 é fenomenal!

    Bryan Cranston e Walter White já virou uma única pessoa, isso é fato. Toda aquela mudança de postura e personalidade que observamos acontecer na temporada anterior aqui está cada vez mais aflorada. Walter já está totalmente imergido no seu lado sombrio, ambicioso, incontrolável e assassino. Só observarmos por exemplo aquela cena em que ele atropela os traficantes e depois atira contra o outro a queima roupa. Bryan Cranston é incontestavelmente um dos melhores personagens de séries de todos os tempos!

    Falando dessa cena apoteótica em que o Walter atropela e mata os traficantes, temos mais uma interpretação monstruosa do Aaron Paul. Paul é outro que já está completamente encarnado no Jesse, e desde a temporada passada que vemos todo o seu crescimento e todo o seu desenvolvimento, principalmente no que diz respeito a sua dramaticidade em cena. Já nessa temporada ele vai ainda mais além, ao mostrar todo o seu descontrole, toda a sua raiva, tomado pelo sentimento de culpa e de vingança. Uma apresentação completamente impecável de Aaron Paul.

    Que a Anna Gunn interpreta a personagem mais "ame ou odeie" da série, isso sempre foi incontestável. Porém nessa temporada a Skyler ultrapassa todos os limites e chuta o balde sem dó. Eu sempre achei muito curioso todo o hater que se criou em volta da Skyler, e até confesso que nunca concordei mas também nunca discordei. Já nessa temporada é difícil defendê-la, até porque todas as atitudes que ela toma é contestável: primeiro ela se separa do Walter alegando que ele mente muito para ela (ok, eu entendo). Depois ela quer o divórcio e exige que o Walter não more mais em casa o distanciando de seus filhos. Depois que ela fica sabendo que o Walter fabrica metanfetamina ela o condena de todas as formas e ameaça denunciá-lo. Logo após ela decide trair o Walter transando com seu chefe e ainda vai como uma sínica contar a traição para o próprio Walter, como um engrandecimento do seu próprio ego. Já depois ela inventa toda aquela história de que o Walter é viciado em jogos e ganhou uma bolada, como uma forma para ajudar financeiramente a Marie com as despesas do tratamento do Hank. Depois ela já encabeça na organização da lavagem de dinheiro, induzindo o Walter a comprar o lava-rápido que ele trabalhou e ainda colocá-la como contadora da empresa.
    O maior problema da Skyler é ser dúbia, mau-caráter, julgadora, querer ser a dona da verdade, quando na verdade ela não olha para o próprio "rabo" com suas atitudes. A Skyler condena o Walter pela decisão da fabricação de metanfetamina, que sim é errado, mas ela própria é conivente com a falsificação e a sonegação da empresa do Ted (Christopher Cousins), seu chefe/amante. As decisões e as atitudes do Walter são erradas, mas a Skyler é a última pessoa no planeta que teria moral para julgá-lo.

    RJ Mitte volta a ter uma certa relevância na série com seu personagem Walter Jr. É interessante a forma fria que ele passa a tratar a Skyler pela sua decisão em afastá-lo do pai. Com isso ele se revolta sem saber os reais motivos. Ótima apresentação de RJ Mitte.

    Dean Norris é estratosférico, magnífico, completamente impecável nessa temporada! Por tudo que eu já destaquei do seu personagem Hank mais acima, ele sobe cada vez mais de patamar dentro da série. Dean Norris é aquele ator perfeito para o personagem perfeito, isso é inegável!

    Betsy Brandt finalmente volta a ter um destaque e uma relevância nessa temporada, visto que na anterior ela ficou bem escanteada. Após os acontecimentos envolvendo o Hank, a Marie toma para si todo o protagonismo desse caso e nos mostra uma ótima atuação mesclando sua veia dramática e cômica. O que dizer daquela cena em que ela tem a melhor estratégia para tirar o Hank do hospital; que é apostar que ela conseguiria fazer ele ter uma ereção. A cara do Hank saindo da sala na cadeira de rodas com a caixa de flores no colo é completamente impagável.

    Na temporada passada eu comentei sobre a introdução na série de três figuras completamente icônicas em todo o universo de "Breaking Bad". Que são os atores Bob Odenkirk, Giancarlo Esposito e Jonathan Banks, que interpretam Saul, Gus e Mike. Nessa terceira temporada todos os três foram promovidos para o elenco principal da série.
    Giancarlo Esposito traz o todo poderoso, o big boss, o manda-chuva Gus, que tem uma voz suave, uma postura sisuda e um discurso imponente, mas que esconde todo o seu poder e o seu lado mais letal.
    Bob Odenkirk traz o charme e a pompa do Saul Goodman, aquele advogado engraçado e que sempre está tentando passar uma certa confiança mas sempre falha.
    Jonathan Banks traz o Mike, que mescla seu lado de homem de confiança e braço direito, com o seu lado improvável de pai.

    O último episódio da temporada é uma verdadeira montanha-russa de sentimentos. Pois é nele que temos todo mistério do Gus em relação ao que irá acontecer com o Walter. Também temos um certo protagonismo do Gale (David Costabile) em relação a sua provável (ou não) promoção no laboratório do Gus. Com isso cria-se um ambiente completamente instável tanto para o Walter quanto para o Jesse, que tem que obedecer uma ordem direta do próprio Walter em relação à vida do Gale. O décimo terceiro episódio da terceira temporada de "Breaking Bad" termina exatamente com um disparo do Jesse contra o Gale.

    Por fim, a terceira temporada de "Breaking Bad" é incontestavelmente impecável! Aquela temporada perfeita em todos os sentidos e em todos os requisitos, que eleva o nível da série cada vez mais. Não é à toa que eu considero "Breaking Bad" como a melhor série de todos os tempos.
    Vince Gilligan eu te amo!
    [17/07/2023]
    Adriano Silva
    Adriano Silva

    1.526 seguidores 463 críticas Seguir usuário

    Crítica da 2 temporada
    5,0
    Enviada em 1 de julho de 2023
    TEM SPOILERS!

    Breaking Bad (2ª Temporada) 2009

    A primeira temporada de "Breaking Bad" foi aquela explosão, aquela surpreendente estreia de uma das maiores séries de todos os tempos, fazendo um sucesso estratosférico e conquistando milhares de fãs ao redor do planeta.

    Obviamente a primeira temporada foi a responsável em nos introduzir em cada acontecimento na série, em nos apresentar cada personagem com sua devida importância e nos confrontar com os problemas de cada um ali presente. Sendo assim a primeira temporada carrega principalmente o fator surpresa, que é justamente o confronto com todos os acontecimentos envolvendo o Sr. Walter White (Bryan Cranston), que vai desde o professor de química do ensino médio superqualificado e desanimado, passando pelo diagnóstico recente de câncer de pulmão e chegando na parceria com seu ex-aluno, Jesse Pinkman (Aaron Paul), para produzir e distribuir metanfetamina para garantir o futuro financeiro de sua família antes que ele morra.

    Este é o principal contraponto com esta segunda temporada, o fato de já estarmos inteirado com tudo, já sabermos de tudo, já conhecermos cada um dos personagens e principalmente o Sr. Walter e o Jesse. Ou seja, já estamos cientes das principais consequências que a doença e o envolvimento com o tráfico trouxe para o Sr. Walter, que obviamente atinge diretamente o Jesse.

    A temporada já inicia com aquela cena magnífica do final da temporada anterior, que é justamente o confronto com o Tuco doidão (Raymond Cruz) espancando um de seus capangas. A partir daí o primeiro episódio já nos dá toda a dimensão do que esperar da temporada, que é justamente a relação se deteriorando e ficando cada vez mais insustentável entre Walter e sua esposa Skyler (Anna Gunn). E justamente pelo fato do Walter ser obrigado a esconder de sua família todo o seu envolvimento com o tráfico. E o episódio vai ainda mais além ao nos mostrar todo o drama e apreensão de Walter relacionado ao Tuco.
    Outro ponto muito curioso desse primeiro episódio é exatamente todo o cálculo que o Walter faz pensando na venda de metanfetamina relacionado a quantia que ele pretende deixar para sua família. E este cálculo dá ali por volta dos $ 700.000 dólares. Sem falar que é nesse episódio que conhecemos a figura do Sr. Hector Salamanca (Mark Margolis), o tio do Tuco, que é simplesmente um dos personagens icônicos da série.

    Um dos principais pontos dessa temporada é exatamente o desenvolvimento e o crescimento do drama, da mentira, do desgaste, da apreensão, daquele suspense que vai se instalando na série com o passar de cada episódio. E exatamente esse suspense pelo fato das mentiras e enganações de Walter com sua esposa, seu filho e principalmente com Hank (Dean Norris), o agente da DEA. Por outro lado a temporada faz uma ótima mescla entre o drama de Walter relacionado ao tratamento de sua doença com o drama pessoal da Skyler e sua gravidez. E aqui entra um ponto extremamente importante dentro da temporada e que eu já mencionei acima, que é o desgaste do casal Walter e Skyler. Pois todo esse desgaste no casamento é o principal fator para moldar a personalidade de cada um a partir dali. Skyler passa a confiar cada vez menos em Walter e decidi voltar a trabalhar, e justamente em seu antigo emprego no qual seu chefe parece ter um claro interesse nela (e ela parece retribuir). Já Walter está cada vez mais envolvido com o tráfico, seu principal interesse é vender toda a metanfetamina que ele já tem guardada. E a partir daí ele começa a passar por cima de tudo e de todos para concluir seu objetivo.

    E esta segunda temporada não abrange somente o drama do Walter e sua esposa, mas também temos o desenvolvimento sobre outros personagens da série: que são justamente o Walter Jr. (RJ Mitte), o Jesse e o Hank.
    Após o Hank enfim dar cabo do Tuco ele ganha mais respeito e relevância em seu departamento, o que logo o leva a comandar uma nova operação no México. Essa operação o confronta com o traficante Tortuga (Danny Trejo), e aqui temos mais uma cena emblemática de "Breaking Bad", que é justamente aquela cena da cabeça do Tortuga em cima do casco da tartaruga causando uma inesperada explosão. Que cena apoteótica! Esta segunda temporada é responsável por várias cenas icônicas de toda a série de "Breaking Bad".
    Sobre o adorável Walter Jr. também temos um desenvolvimento e um crescimento do personagem em relação à temporada passada. Nessa temporada ele mostra estar cada vez mais preocupado com a saúde do pai e engajado em dar a sua contribuição de alguma forma. E aqui temos ele criando aquele icônico site na internet de ajuda para o Walter. Mais uma passagem emblemática e marcante da série e que virou um meme mundial.
    Já o Jesse é de longe o personagem que mais cresceu (juntamente com o Walter) e se desenvolveu nessa temporada em relação à ele próprio na primeira temporada. Se na temporada anterior ele ficava mais à cargo das ordens do Walter em relação a venda das drogas, nessa temporada ele começa a andar com as próprias pernas, ele começa a trilhar seu próprio caminho e seu próprio destino. E isso se dá exatamente pelo fato dele partir atrás das suas drogas, do seu dinheiro, se envolver com outra galera do mundo do tráfico, chegando até ao famigerado romance com a viciada em heroína - Jane Margolis (Krysten Ritter).

    Todo esse envolvimento do Jesse com a Jane é o principal ponto de virada da temporada, a verdadeira força motriz para os acontecimentos que virão a partir desse romance, tanto pelo lado do Walter quanto pelo lado do próprio Jesse. Jesse passa a ser dominado pelo tal envolvimento com a garota, e isso é muito ruim para os planos do Walter em relação a sua parceria com os planos da metanfetamina. Ou seja, o envolvimento do Jesse com a Jane passa a ser uma ameaça para o Walter, principalmente após o Jesse revelar para Jane todos os seus esquemas no mundo do tráfico junto com Walter, e aquela dívida que o Walter tem com ele. A partir daí a Jane começa a chantagear o Walter em relação ao dinheiro que ele deve para o Jesse, o que faz o Walter tomar a decisão mais emblemática, surpreendente e intrigante de toda a série "Breaking Bad".

    Esta é uma decisão muito particular do Walter, que até hoje ainda é contestada, simplesmente a sua decisão de observar a Jane ter uma overdose causada pela heroína e morrer sufocada em seu próprio vômito. Por sinal uma cena pesadíssima, que realmente nos incomoda. Porque o Walter tomou essa decisão de praticamente participar da morte da Jane mesmo que indiretamente? Esta cena tem uma grande revelação, uma grande desconstrução, uma grande descaracterização, que é justamente a figura do Walter, em como ele deixa de lado o seu lado humano, de pai, de marido, e entra de vez no seu lado sombrio. Pois a decisão de Walter em deixar a Jane morrer diante de seus olhos age como o início de seu declínio moral, ético, humano, embora tenha claramente um impacto emocional sobre ele.

    Podemos entender que esta decisão do Walter foi feita unicamente pensando em seu parceiro Jesse, em resgatá-lo de volta à vida, pois a Jane já tinha o dominado completamente e estava se matando e matando o Jesse com o uso das heroínas. E aqui eu compreendo a cabeça do Walter, que já estava completamente envolvido nesse submundo do tráfico, que já não tinha mais espaços para pensar no amor, na compaixão, para sentir pena, que precisava tomar uma única decisão naquele momento, que era de salvar a Jane (que pra ele era uma total desconhecida) ou salvar o Jesse (o seu parceiro). E esta decisão do Walter claramente teve um grande impacto emocional e humano sobre ele, pois ele não era nenhum sádico, nenhum psicopata, e mesmo assim ele teve que agir com frieza, com a maior dificuldade do impacto e das consequências que esta decisão traria sobre ele. E na cena claramente podemos observar o impacto da tristeza e da consciência pesada expostas nas lágrimas escorrendo no rosto do Walter. Senhoras e senhores, que cena!

    Bryan Cranston está cada vez mais fenomenal na pele do indescritível Walter White. É realmente impressionante o notável crescimento de seu personagem com o passar de cada episódio e de cada temporada. Nessa segunda ele está completamente impecável e irretocável.
    Aaron Paul foi o que mais me surpreendeu, pois como eu já mencionei, seu personagem foi o que mais cresceu e se desenvolveu nessa temporada. Paul mostra estar cada vez mais a vontade no personagem, estar cada vez mais conectado com as causas e os sentimentos de seu personagem. E aqui tem um diferencial, sua veia dramática, que é muito mais explorada nessa temporada, principalmente sobre o efeito da morte da Jane, onde ele dá um show naquela cena que explora toda a sua dramaticidade. Aaron Paul é outro que esteve impecável na temporada.
    Anna Gunn traz talvez a personagem que é a verdadeira personificação do termo "ame ou odeie" de toda a série. Acho bastante curioso todo o hater que se criou em torno da sua personagem, o que não concordo inteiramente mas também não discordo completamente. Realmente a Skyler toma umas decisões contestáveis, continua vivendo somente dentro da sua bolha, e agora ela vai ainda mais além, ao retribuir os galanteios de seu chefe e sair de casa no final da temporada. Mas por outro lado algumas decisões dela até que são compreensíveis, já que o próprio Walter também não ajuda né.
    Krysten Ritter (eterna Jessica Jones) foi uma excelente adição da temporada, e ela contribuiu perfeitamente com sua personagem Jane. Krysten incorporou muito bem aquela figura da garota viciada, problemática, que estava se afundando e carregando seu namorado junto. Uma ótima atuação!

    Completando o elenco:
    Dean Norris anda na mesma linha do seu personagem da primeira temporada, porém aqui ele se sobressai em várias ocasiões, como no assassinato do Tuco e a operação no México.
    RJ Mitte continua com seu ótimo personagem Walter Jr. Dessa vez cada vez mais empenhado pela causa do pai.
    Já a Betsy Brandt é completamente deixada de lado nessa temporada. Sua personagem Marie, a cleptomaníaca, é esquecida em praticamente todos os episódios.

    Muito curioso que nessa temporada temos aquela ligação com "Better Call Saul". Inclusive temos entradas de figuras emblemáticas e icônicas de todo o universo de "Breaking Bad" - que são as figuras do Mike (Jonathan Banks), do Gus Fring (Giancarlo Esposito) e do Saul Goodman (Bob Odenkirk).

    O último episódio é muito importante para a continuação dos próximos acontecimentos da série. Pois é nele que temos aquela decisão da Skyler em sair de casa e deixar o Walter, ela já estava farta das suas mentiras. Temos o Walter indo resgatar o Jesse daquele local que ele estava entregue as drogas. E também a cena da explosão dos aviões no céu com aquele icônico urso caindo diretamente na piscina do Walter. Por sinal mais uma cena que mostra a dimensão e a proporção das escolhas feitas por Walter - muito curioso!

    No mais, a segunda temporada de "Breaking Bad" continua magnífica, excelente, impecável, que só confirma a proporção e a importância estratosférica que a série tem. Impressionante como a série cresce em cada temporada, e aqui temos uma evolução grandiosa e notável sobre o roteiro, as qualidades técnicas e principalmente em relação ao elenco, que entregaram ótimos trabalhos. Destacando ainda mais a principal mudança de postura e personalidade do Sr. Walter White, que definitivamente se entregou ao seu lado sombrio, com uma clara mudança obscura em seu caráter e se tornando cada vez mais aquele ser tomado pela incontrolável e destrutiva ambição.

    Mais uma temporada obra-prima das séries!
    [29/06/2023]
    Adriano Silva
    Adriano Silva

    1.526 seguidores 463 críticas Seguir usuário

    Crítica da 1 temporada
    5,0
    Enviada em 13 de junho de 2023
    Breaking Bad (1ª Temporada) 2008

    "Breaking Bad" é uma série americana criada e produzida por Vince Gilligan (roteirista da lendária série "Arquivo X", dos anos 90) para a AMC. Situada e filmada em Albuquerque, Novo México, a série segue Walter White (Bryan Cranston), um professor de química do ensino médio mal pago, superqualificado e desanimado que está lutando com um diagnóstico recente de câncer de pulmão em estágio três. White se volta para uma vida de crime e faz parceria com um ex-aluno, Jesse Pinkman (Aaron Paul), para produzir e distribuir metanfetamina para garantir o futuro financeiro de sua família antes que ele morra, enquanto navega pelos perigos do submundo do crime.

    Já inicio afirmando que "Breaking Bad" é a melhor série do século, a verdadeira obra-prima das séries e está simplesmente entre as melhores séries já criadas em toda a história. Sim, eu sou mais um louco completamente fissurado nessa série. Mais um na extensa lista dos que consideram esta série completamente perfeita em todos os sentidos.

    O que mais me surpreende em "Breaking Bad" é sem dúvida o roteiro, que é absurdamente impecável e genial em todos os quesitos. Pois aqui temos uma obra que navega no drama, no investigativo, elaborando todo um Thriller policial, que permeia todos os acontecimentos acerca da principal figura da série, que é exatamente o Sr. Walter White. Toda história de "Breaking Bad" é obviamente fictícia, mas facilmente podemos encaixá-la em nossa própria vida, em nosso próprio cotidiano, pois a partir do momento em que somos confrontados com a figura do Sr. White, um professor de química que leva uma vida monótona e frustrada, que tem que desempenhar o seu papel de pai e chefe de família, que obviamente passa pelo fato de ter um filho deficiente, facilmente podemos logo se identificar com toda a sua história.

    E é exatamente dessa forma que a história transcorre inicialmente, nos apresentando e nos imergindo na história da vida de Walter White. O roteiro da série nos surpreende e se mostra ainda mais interessante a partir do momento em que somos confrontados com o Sr. White descobrindo a existência de um câncer de pulmão, sendo que essa descoberta também lhe traz a notícia que ele terá pouco tempo de vida pela frente. Ou seja, o que se passará na cabeça do Sr. White a partir dessa descoberta? O que ele estará pensando a partir do momento em que se vê diante dessa gravíssima situação, ainda mais sendo confrontado com a sua questão financeira, que não é um das melhores, e ainda com a condição de uma esposa grávida?

    Realmente é muito difícil se colocar na pele do Sr. White e se imaginar naquela situação e naquelas condições. A recente descoberta do seu câncer de pulmão logo o obriga a tomar certas decisões enquanto ainda há tempo de vida, e qual é a sua principal decisão? Sim, o Sr. White sendo um expert em química e tendo o conhecimento dos altos lucros financeiros desse submundo, ele passa a criar e vender a sua própria metanfetamina. E quem aqui vai julgá-lo pela sua decisão? Quem aqui também não pensaria em fazer exatamente o que ele fez? Quem aqui não pensaria em usar todo o seu conhecimento em química para faturar um bom dinheiro para deixar a sua família em condições melhores após a sua morte? Por mais que seja errado, por mais que seja ilícito, por mais que você saiba das consequências que esta decisão pode lhe trazer, mas você já tem pouco tempo de vida, se você for preso você vai morrer de qualquer jeito, então porquê não deixar o seu filho deficiente e a sua filha que vai nascer financeiramente melhor? Muitos podem afirmar que jamais fariam isso, que jamais tomariam esta decisão, mas todos nós não conhecemos os nossos reais limites quando estamos em certas situações. O ser humano é capaz de tudo, ainda mais quando se sente ameaçado e em uma situação de emergência.

    Outro ponto muito interessante é o alerta que a série nos faz em relação à nossa organização financeira, em outras palavras, a nossa forma em ter um controle financeiro dentro da nossa família. Uma reserva financeira garante mais tranquilidade para lidar com situações adversas, ou seja, exatamente as questões que o Sr. White iria enfrentar a partir do momento que descobriu o câncer. Obviamente ele foi pego desprevenido financeiramente na questão do tratamento da sua doença.

    A primeira temporada de "Breaking Bad" deveria contar com nove episódios, porém foi reduzida devido à greve dos roteiristas americanos que ocorreu naquele ano (e que voltou a acontecer atualmente). E mesmo com a redução de dois episódios, a primeira temporada ficou perfeita, conseguiu elaborar muito bem cada acontecimento, onde a cada episódio íamos se afeiçoando cada vez mais com o Sr. White e com a sua história.
    O primeiro episódio é exatamente aonde começamos a descobrir a arte do mundo da química. O Sr. White é um artista, da sua maneira mas ele é um artista. Um fato muito curioso e pertinente: temos aqui um professor de química que tem que se submeter à um tratamento de quimioterapia.
    No segundo episódio temos aquela bizarra cena da banheira demolindo o teto da casa do Pinkman.
    O terceiro episódio nos traz uma reflexão sobre o Sr. White; de fato ele não é um criminoso, pelo menos ainda, ele está nessa unicamente pelo dinheiro para deixar para a sua família. Tudo isso se resume bem na cena em que ele sofre ao pedir desculpas após ter matado enforcado o Krazy-8 (Maximino Arciniega). Por sinal antes da morte temos uma cena que nos surpreende, quando os dois conversam e revive suas histórias do passado.
    A partir do episódio quatro em diante, é onde a série é envolvida por um peso dramático ainda maior. Pois temos a surpresa da revelação do câncer para toda a família. Temos a corrida contra o tempo em busca de um tratamento, tratamento este que ainda tem que passar pela a aceitação do Sr. White.
    O sexto episódio é bem chocante, pois é nesse episódio que o Sr. White raspa a cabeça e sai do modo defesa e parte de cabeça para o modo ataque (quando ele vai enfrentar o líder traficante). Aquela cena final da explosão foi antológica. Que cena maravilhosa!
    Já o sétimo (e último) episódio, é onde temos algumas revelações surpreendentes. É realmente incrível quando sequer imaginamos que ao nosso redor tem pessoas que fazem parte da nossa família e que fazem coisas ilegais. Este é o poder que esta série tem, pois pode não parecer, mas ela traz várias reflexões, você começa a refletir sobre as motivações de cada um, nos objetivos de cada um, nas pretensões de cada um. É simplesmente fantástico!

    Uma série fantástica precisa contar com um elenco fantástico!
    Bryan Cranston (lendário em várias séries dos anos 90) é um grande ator, que já teve vários personagens importantes ao longo da sua carreira cinematográfica. Porém, ele ficou estigmatizado pelo Sr. Walter White. Um trabalho absurdo, uma atuação irretocável, um personagem que lhe caiu como uma luva, que sequer eu poderia imaginar outra pessoa em seu lugar. Completamente eterno!

    Aaron Paul (da série "Westworld") foi o contraponto perfeito do Bryan Cranston. Paul soube incorporar a figura do Jesse Pinkman exatamente da forma como o roteiro precisava e pedia. Pinkman era aquele parceiro problemático, descontrolado, impulsivo, que metia os pés pelas mãos, que tomava decisões erradas, se mostrando completamente ao inverso do Sr. White. Acho que é por isso que essa dupla improvável deu tão certo dentro da série. Na minha opinião, a interpretação do Aaron Paul casou perfeitamente com o Jesse Pinkman.

    Anna Gunn (da série "Shades of Blue") é uma personagem um tanto quanto improvável. Skyler White é a personificação da esposa que vive dentro do seu mundo, presa na sua bolha, que não enxerga um palmo na frente do seu nariz. Quando ela descobre a doença do marido ela quer correr contra o tempo, tomando muita das vezes até decisões precipitadas sem o consultar. Achei uma atuação muito boa da Anna Gunn, bastante condizente com uma personagem que se mostra bem resistente no que deseja.

    Dean Norris (do clássico "O Vingador do Futuro", de 1990) é o agente da DEA, Hank. É muito interessante o propósito do Hank dentro da série, até por ele ser o inverso do Sr. White (ou não). Era como estar no terreno do inimigo sem perceber.
    Já a Betsy Brandt (da série "Only Murders in the Building") faz o papel daquela irmã bem peculiar, que a gente confia desconfiando, que morde e assopra. A cleptomaníaca Marie é uma figura bem inusitada dentro da série.
    RJ Mitte ("Banho de Sangue", de 2018) tem paralisia cerebral na vida real, embora a sua seja uma forma mais branda, que o possibilita de atuar. Walter Jr é aquele filho sempre preocupado com o pai, principalmente após descobrir da existência da sua doença, o que o deixa bem revoltado com a situação.

    A primeira temporada de "Breaking Bad" recebeu inúmeros prêmios e indicações, incluindo quatro indicações ao Emmy Award e vencendo em duas categorias. Bryan Cranston venceu como melhor ator de série dramática e Lynne Willingham ganhou como melhor edição de série dramática. Vince Gilligan foi indicado ao melhor diretor de série dramática pelo episódio piloto e John Toll foi indicado ao prêmio de melhor cinematografia para séries de até uma hora pelo episódio piloto. Cranston também ganhou o Satellite Award como melhor ator em série dramática. A série também foi indicada como Melhor Novo Programa do Ano (TCA Awards). A série também ganhou três indicações ao Writers Guild of America Award, vencendo uma categoria. Ela foi indicada como melhor série, Patty Lin foi indicada ao Melhor Episódio Dramático por "Gray Matter" e Vince Gilligan venceu como melhor Episódio Dramático pelo episódio piloto.

    Tecnicamente a série também é impecável!
    Temos uma excelente trilha sonora de Dave Porter, que além das suas composições a série também usa músicas de outros artistas. A cinematografia é muito bem trabalhada. O mesmo vale para a direção de arte, que soube regrar cada detalhe com bastante atenção de acordo com o padrão da série. Sem falar na montagem, edição, mixagem de som e direção de cada episódio, tudo completamente perfeito, sem uma falha. Realmente é um absurdo o que esta série entrega até em questões técnicas e artísticas.

    A primeira temporada de "Breaking Bad" foi o pé na porta, foi a entrada triunfal, foi o início desse fenômeno mundial, dessa aclamadíssima série, que por sinal é merecidíssima de todos os elogios e reconhecimentos possíveis. "Breaking Bad" é a nossa verdadeira droga, a nossa verdadeira dependência química, pois temos aqui toda a magnitude dessa obra em nos apresentar uma primeira temporada com um roteiro inteligente, muito bem escrito, muito bem trabalhado, muito bem pensado, que nos confronta com uma história que podemos nos identificar, onde temos situações que misturam realidades com situações bem extremas. Genial!

    É muito difícil você encontrar aquela obra perfeita, aquela obra irretocável, aquela obra primorosa, aquela obra peculiar, e "Breaking Bad" é esta obra perfeita, é esta obra triunfal, é esta obra impactante, é esta obra magnífica.
    Aquela verdadeira obra-prima das séries!
    Top 1 na minha lista de melhores séries de todos os tempos!
    Sem mais! [11/06/2023]
    ⭐⭐⭐⭐⭐
    👏👏👏👏👏
    Ricardo L.
    Ricardo L.

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    Crítica da 3 temporada
    5,0
    Enviada em 27 de janeiro de 2020
    Obra prima! Terceira temporada perfeita em tudo, diálogos bem colocados, trilha sonora pesada e ação de primeira. Parte técnica exemplar e atuações incríveis de todo os elenco. Muito ansioso pela 4° Temporada.
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