A simples sinopse faria um história e tanto, mas eles adicionaram muitas histórias em só 12 capítulos e nenhuma foi realmente aprofundada.
Ao assistir essa série, posso resumir minha impressão em uma palavra...desconexão. Vamos primeiro falar sobre a desconexão com o papel principal.
As ótimas atuações de Park Eun Bin em o Rei de Porcelana e Advogada Extraordinária me fizeram assistir a essa série. As expectativas eram altas, talvez altas demais... Eun Bin é uma atriz talentosa, e senti que o papel de Mok-Ha fez jus a esse talento. Sentia incômodo ao observar o desenvolvimento da história da protagonista. No entanto, o resto do elenco parecia combinar bem com seus personagens. Gostei especialmente dos atores que interpretaram Ki-Ho e Mok-Ha quando adolescentes.
Em seguida foi a desconexão entre minhas expectativas em relação à série (baseada no marketing) e a realidade. Parecia uma série alegre, engraçada e do tipo musical. Mas desde o início teve um lado pesado que levou o espectador a todos os tipos de tortura com abusos familiares infernais, violência, tentativa de homicídio, suicídio, sabotagem de negócios, e não vamos esquecer de tentar sobreviver em uma ilha deserta. Sei que isso adiciona camadas e complexidade a um enredo, mas a execução alegre em contraste com a violência foi um pouco extrema para uma mesma história e, para mim, perdeu credibilidade. A jornada de Mok-Ha tanto na ilha quanto depois que ela foi resgatada não era crível. Eu sei que é ficção, e tudo pode acontecer, mas construir uma cabana? Como e de onde vieram os filamentos de madeira? As ferramentas?
Lembro-me de ouvir uma entrevista de Tom Hanks e Robert Zemekis quando o filme Náufrago, de 2000. Eles falaram sobre como debatiam constantemente sobre até que ponto deixariam o personagem da ilha deserta de Hank mostrar a pura realidade da sobrevivência. Se mostrassem a realidade completa, isso afastaria o espectador, pois seria muito deprimente de assistir. Sei que a mesma coisa se aplica a esta série, mas aqui eles suavizaram demais.
A transição de Mok Ha de volta à civilização foi outra desconexão. Em primeiro lugar, trauma é o seu sobrenome. Ela tem um pai abusivo, foge, é perseguida até o mar por esse pai abusivo, chega à praia, vê seu pai morto nas ondas e tem que sobreviver sozinha por 15 anos. No entanto, mesmo com tudo isso, quando ela volta para a civilização, ela imediatamente veste seu chapéu de fã, enche balões, torce por seu ídolo favorito como o ser humano mais equilibrado e estável do planeta. É simplesmente inacreditável. Devo também dizer que considero isto algo ofensivo. Se uma pessoa realmente passasse pelo que Mok-Ha passou, haveria anos de terapia para superar o trauma e voltar à vida. A forma como os escritores ignoraram completamente isso é um grande desserviço às vítimas de abusos e traumas. Não apenas foi ignorado, mas quando Mok Ha é resgatada, todo o foco vai para a celebridade egoísta que atinge o fundo do poço, lamentando sua carreira perdida e como Mok-Ha cuida dela! Isso é o que menos gostei na série.
Meu conselho para quem está pensando em assistir esta série é tratá-la como um conto de fadas. Existe um herói, uma heroína, um vilão, e as coisas que acontecem com eles são um pouco "mágicas", mas são feitas para levá-los ao felizes para sempre.
1 estrela para a música e outra para a atuação das crianças.