Acho espantoso que algumas pessoas querem criticar a série porque há gays, pretos e casamentos interraciais... Mano, na Europa? Será que essas pessoas já colocaram o pé nesses países? Como ele acha, por exemplo, que estarão as pessoas em Londres? Como ele acha que o padrão londrino de etnia é? E em Paris? Pegue alguns exemplos atuais... o maior corredor de Fórmula 1 atual do Reino Unido é de que Etnia? E o melhor jogador de futebol francês? Criticaram a etnia do principal alvo do Chacal (e de que quebra a sua sexualidade). Mano... Steve Jobs, caraca! Qual era mesmo a etnia dele? E aí vamos ao fato de haver um casal homoafetivo... Nos dias de hoje, várias pessoas do universo LGBTQIAP+ não necessitam mais viver no armário. E fazem parte da sociedade. Mas, pera aí, tem uma fala sobre lacração nisso... Onde? Alguém levantou bandeira nesse sentido? Não, apenas mostraram que isso existe, que as relações humanas, sejam interraciais, sejam intersexuais, acontecem. No caso do assassino... cara, ele simulou a própria morte e foi viver em outro país. Estatisticamente, qual seria a chance de conhecer uma nativa do local?
São comentários imbecis, apenas sustentados por uma necessidade aberrante de polarização político-partidária. E aí se esquecem da estória. Um diz que o roteiro é o mesmo... Mas é óbvio que seria! É baseado em um livro e, no mínimo, duas obras cinematográficas (uma de 1971 e outra, com Bruce Wills, no final dos anos 90). Nossas relações sociais mudaram ao longo desse tempo e o cinema deixou de retratar apenas uma parcela da população para retratar todas elas. As pessoas tem que deixar de lado essa visão idílica e eugenista de um arianismo de personagem e passar a enxergar a vida como ela é. Todos esses tipos existem e isso não é lacração p... nenhuma!
A série é boa, especialmente para mostrar que muitas vezes, os agentes do MI6 vão ter mesmo aquela vibe xoxa de funcionário público, aquele desânimo, aquela rotina enfadonha. O assassino vai ter mesmo cunhado chato, explorador, sogra por vezes enxerida e esposa que fecha os olhos para como o cara consegue dinheiro. Ou vice-versa, porque podem (e com certeza existem) mulheres que também tem vidas duplas nesse sentido. E o que é interessante desse remake é isso. Ed não é nem mesmo um cara com uma presença tão marcante assim porque precisa passar batido. E a falta de sal em algumas ocasiões o favorecem. Esquecer algumas coisas no local, falhar, tudo isso faz parte da existência humana. O que se chama de clichê é na verdade licença poética, liberdade de entreter sem virar documentário. Pois isso é o que encanta e dá amálgama à trama.
Encarem isso como entretenimento, sem folhetim ideológico e sem querer uma reprodução de documentário. Em suma, assistam com mais tranquilidade e sejam menos chatos. O programa é bom pra cacete! Só peguem a pipoca e calem a m... da boca (ou travem os dedos idiotas antes de fazerem comentários imbecis).
Vale a pena. Para quem acha que não, use o controle remoto ou o botão de sair do celular (virtual ou não). É bem simples e até cérebros mais limitados conseguem.