Há 200 anos atrás (dos eventos da trama principal) uma grande seca se abateu no reino de Daeho, deixando seu grande lago completamente seco. Para acabar com a seca, os magos do reino decidiram realizar um ritual, fazendo com que uma enorme chuva de granizo caísse. Todas as pedras de gelo se derreteram, com exceção de uma. Essa pedra continha a energia dos céus, e logo descobriram que ela poderia ser usada para realizar a Alquimia das Almas, um feitiço que permitia trocar as almas de corpos. Vários conflitos surgiram por causa da pedra, mergulhando Daeho num grande caos. Para pôr fim a essa situação, mestre Seo Gyeong, mago fundador de Songrim, ocultou a pedra, e a alquimia das almas foi considerada feitiçaria das trevas, sendo proibida em todo o reino.
Muito tempo depois, Jang Gang, mago e gwanju de Cheonbugwan, é convocado pelo rei, que está gravemente doente. O rei fica sabendo que ele está praticando um novo feitiço, e lhe pede, como último desejo, que realize a alquimia das almas, permitindo-o trocar de lugar com ele por sete dias. Com a insistência do rei, Gang acaba cedendo ao seu pedido. Assumindo o corpo de Gang, o rei seduz Do-hwa e a engravida. Após o nascimento de Jang Uk, temendo pela segurança do filho, Gang fecha o portal de energia da criança, proibindo todos os magos de o abrirem. Depois parte, deixando o menino aos cuidados de Songrim e da criada Kim.
Vinte anos depois, Naksu, a Assassina das Sombras, uma maga extremamente poderosa que viu sua família ser assassinada quando era criança, está no lago congelado de Gyeongcheondaeho lutando contra os magos de Songrim, liderados por Park Jin. Apesar de toda sua habilidade, ela acaba sendo gravemente ferida por Jin e foge para uma aldeia próxima, onde encontra uma jovem moça e a faz de refém a fim de realizar a alquimia das almas. Porém, sua alma acaba sendo transferida para outro corpo, o de uma jovem, até então cega, conhecida como Mu-deok. Presa em um corpo fraco, Naksu pretende recuperar seu antigo corpo, junto com sua espada. Seu destino acaba se cruzando com o do jovem Jang Uk, para o qual ela passa a trabalhar como criada. Uk logo descobre que Mu-deok é na verdade Naksu, e lhe propõe um acordo: que ela o ajude a abrir seu portal de energia e seja sua mestra, enquanto ele a protege, mantendo sua identidade em segredo até que ela recupere seu poder.
Com uma trama envolvente, Alquimia das Almas tem um início de tirar o fôlego, entregando uma ótima primeira temporada, cercada por mistérios, surpresas e reviravoltas, além de romance, aventura e ação. Porém, em relação ao romance dos protagonistas, achei que acabou ficando abaixo das expectativas em relação ao clima que havia sido criado. Na primeira metade da 1ª temporada, a relação dos dois personagens vai sendo bem desenvolvida, ficando mais intensa a cada dificuldade que enfrentam juntos, com destaque para cenas dos episódios 2, 4, 8 (especialmente o início) e 10. Contudo, a partir da segunda metade, com exceção ao episódio 18, achei que a grande maioria das cenas de romance não conseguiram fazer jus à intensidade do forte clima de cumplicidade e apego que havia sido criado até então, me deixando com a sensação de que o relacionamento entre os dois caiu em uma espécie de “friendzone”, como se tivesse esfriado um pouco (o início do episódio 16 ilustra um pouco essa situação)
Até mesmo a segunda temporada tem cenas de romance mais intensas do que a primeira sem nem sequer ter tido metade das situações de conflitos e provações pelas quais os protagonistas passaram na primeira temporada e que fizeram com que surgisse, crescesse e se intensificasse o sentimento entre eles. Diante de todo o sacrifício que um fez pelo outro, acredito que o romance poderia ter sido mais intenso, e assim o final da primeira temporada teria sido ainda mais marcante.
A segunda temporada, apesar de mais curta, não conseguiu ser tão interessante quanto a primeira. A meu ver, a personalidade da protagonista não estava de acordo com o que deveria. Mesmo com algumas justificativas como perda de memória, e apesar de serem usadas as mesmas frases em situações parecidas para nos fazer recordá-las, achei que, na maior parte da temporada, o comportamento da personagem em si ficou bem distante do que deveria ser. Acredito que se tivessem dado uma atenção maior a esse detalhe a atuação teria ficado mais convincente e interessante. Ainda assim, achei que a conclusão foi épica e bem satisfatória.
No geral, 환혼 é uma ótima série, com muitos momentos marcantes; tanto cômicos quanto românticos, e de suspense (principalmente na primeira temporada) além da insuperável atuação da Jung So-min como a inesquecível Mu-deok e de uma excelente trilha sonora, sendo uma das melhores séries a que assisti nesse ano.