⚠ TEM SPOILERS ⚠
The Walking Dead: The Ones Who Live (1ª Temporada) 2024
"The Ones Who Live" é uma minissérie criada por Scott M. Gimple (da série original), Danai Gurira e Andrew Lincoln para a AMC. Funciona como um Spin-off ambientado após a conclusão da série original "The Walking Dead", sendo o sexto Spin-off e a sétima série de televisão da franquia "The Walking Dead".
Como um fã completamente viciado e apaixonado por "The Walking Dead", esta é uma das minisséries que eu mais esperei após o término da série principal, afinal de contas eu fui mais um que ficou extremamente impactado pelo acontecimento no segundo episódio da nona temporada (The Bridge), quando o Rick (Andrew Lincoln) explode a ponte junto com os zumbis. Vou confessar que este foi o episódio que mais me marcou e me emocionou em toda a história das séries de televisão que eu já assisti ao longo da vida. Naquele momento de choque extremo eu só pensava no que teria acontecido com o Rick; afinal de contas ele morreu na explosão? Ou ele foi resgatado/capturado pela Jadis (Pollyanna McIntosh)? O que aconteceu com o nosso Rick? De qualquer forma ao término da série original tivemos uma espécie de cena pós-créditos revelando que o Rick tinha sobrevivido e havia sido capturado pela Jadis.
A série "The Ones Who Live", assim como as outras dentro do universo "The Walking Dead", entra dentro daquela mesma proposta de contar para nós como seguiu a vida de cada um dos personagens principais ao término da série original. Dessa forma a série acompanha o retorno de Rick e Michonne (Danai Gurira) enquanto tentam conciliar o forte sentimento que nutrem um pelo o outro com as dificuldades do mundo rodeado por zumbis.
Baseado dentro dessa proposta que entra uma história de amor improvável, construída por um casal improvável, que tiveram o rumo de suas vidas mudadas por conta de acontecimentos distintos dentro de um mundo pós-apocalíptico. E aqui entra um ponto que foi discutido ao longo da série principal, e que até hoje ainda gera conteúdo de discursão; que é a formação do casal Rick e Michonne. Muitas pessoas consideram este casal forçado, sem química, sem sintonia, e que até hoje ainda preferem o famigerado casal Rick e Lori (Sarah Wayne Callies). Eu sou suspeito para opinar nessa questão, pois eu adorava a Lori junto com o Rick, apesar do que aconteceu relacionado ao Shane (Jon Bernthal). Mas com o passar do tempo eu aprendi a gostar cada vez mais do casal Rick e Michonne, até pelas consequências que eles se submeteram a enfrentar juntos.
Portanto, inicialmente este projeto do casal Rick e Michonne foi planejado como uma trilogia para o cinema, continuando a história do terceiro Spin-off lançado desde o fim de "The Walking Dead", com a continuação da história de Rick após ser sequestrado por um grupo misterioso em um helicóptero, e Michonne, que deixou o seu grupo de sobreviventes no décimo ano, após descobrir uma pista de que o Rick estava vivo. Logo após optaram que a ideia de trilogia seria reaproveitada em uma minissérie para a televisão, onde inicialmente foi intitulado "The Walking Dead: Rick & Michonne", e depois foi renomeado para "The Walking Dead: The Ones Who Live".
O primeiro episódio já inicia em potência máxima, nos mostrando o desespero do Rick em escapar daquele local em que ele era mantido como um refém. Logo somos impactados por uma cena desesperadora, que é a cena em que o Rick corta sua própria mão para escapar. E no fim do episódio temos mais uma cena impactante e emocionante, que é o reencontro de Rick e Michonne (obviamente nos mostrando uma cena que aconteceria ao longo da série como uma espécie de flashback).
Com o seguimento da história temos toda a jornada da Michonne na incansável busca pelo Rick. Onde ela conhece pessoas, que podem ou não ajudá-la, e grupos de sobreviventes. Michonne é uma personagem muito forte, muito imponente, muito emponderada, muito decidida com seus objetivos, mas é óbvio que ela se pergunta o tempo todo o quanto sua determinação será suficiente para enfrentar os perigos em sua jornada, ou se ela perderá a esperança e fracassará. No segundo episódio temos a chegada da Jadis na série, o que logo levanta inúmeras perguntas em como seguirá os planos de Rick para escapar.
O terceiro episódio segue nos mostrando como está sendo a convivência entre Rick e Michonne, agora que ela também faz parte daquela organização e se mantém sempre por perto. Obviamente eles fingem que não se conhecem para não levantar suspeitas, enquanto sobrevivem e analisam um plano para escapar do local sem chamar atenção.
O quinto episódio é muito bom, pois é nele que temos o choque de realidade que a jornada de Rick e Michonne não é tão fácil quanto se esperava. Logo é repleto de perigos, armadilhas, suspeitas, perseguições, com uma carga emocional muito elevada na medida que o cerco se fecha entre o casal e o perigo é cada vez mais iminente. Nesse episódio temos a chegada na série do icônico Padre Gabriel (Seth Gilliam), onde mais tarde temos uma cena que mostra ele em uma conversa com a Jadis, onde ele diz acreditar que o Rick realmente morreu na explosão da ponte. É nesse episódio que finalmente temos a morte da Jadis.
Como um todo a série "The Ones Who Live" é muito boa, é muito necessária para o contexto dos personagens a partir da série original. No geral a série tem boas decisões, tem decisões que podem ser questionadas, mas no fim a ideia de Spin-off funciona muito melhor do que filmes, já que na série temos a possibilidade de continuações do universo de "The Walking Dead", já os filmes seriam obrigados a darem logo um final para toda a história. Tanto que a série já inicia com uma abordagem direta e enfática sobre o retorno de Rick Grimes, com uma abordagem relevante sobre a perspectiva do próprio Rick. Obviamente a série consiste entre o Rick e a Michonne, mas todos nós estávamos ansiosos em rever o Rick e entender a sua versão dos fatos que aconteceu com ele durante todo esse tempo. Até porque o Rick estava fora da série principal por um tempo maior do que a própria Michonne.
O principal contexto e a principal motivação para esta série de fato acontecer, é sem dúvidas todo o tempo dessa ausência do Rick, que para nós foram longos 6 anos de espera (e acredito que dentro da história este tempo é ainda maior). Acredito que este seja o maior acerto em transformar os filmes em séries, pois como eu já destaquei anteriormente, já no primeiro episódio temos a cena do reencontro entre Rick e Michonne, que se fosse em filmes com certeza levaria uma eternidade para este acontecimento. E toda esta decisão do reencontro acontecer logo no início da série foi uma decisão feita pelos próprios atores (Andrew e Danai), que tiveram participações diretas e objetivas durante todo o processo de criação da série.
Diante de todos estes fatos e relatos, eu cheguei na conclusão que a objetividade é o principal acerto da série, pois logo de cara já vamos direto aos principais acontecimentos envolvendo o Rick, que era algo que ansiávamos o tempo todo, um resumo do que aconteceu durante todos esses anos. Logo após temos a construção e o desenvolvimento do próprio Rick dentro da série; que vai desde os seus traumas psicológicos, os danos mentais que aquele local e aquele grupo trouxe para ele. Logo após temos o retorno da Michonne, onde o semblante e as atitudes do Rick imediatamente mudam devido a tais acontecimentos. A partir daí também temos o desenvolvimento e a construção da Michonne como uma personagem diretamente ligada no contexto da série. Ou seja, a série de cara já é direta e objetiva, mas dosando os acontecimentos para não entregar tudo de uma vez e perder relevância nos próximos episódios, mas por outro lado a série não embarriga os episódios na intenção de criar histórias paralelas para prender o espectador até os acontecimentos cruciais.
Por outro lado ainda podemos observar que mesmo a série sendo direta e objetiva no contexto principal, ainda temos episódios que mostram como aquele grupo organizado denominados por CRM influenciam na jornada do Rick e da Michonne. Obviamente a série não é sobre aquela organização, mas eles tem seus destaques na série, nos mostrando a construção dos inimigos, dos vilões daquela história, que também tem participações diretas no extermínio do grupo da Michonne.
Dessa forma eu chego na conclusão que esta série beira a perfeição, pois ela me entrega tudo que eu estava buscando ao final da série principal; que é mostrar o que de fato tinha acontecido com o Rick após a explosão da ponte, e temos essas respostas logo no primeiro episódio. Depois era mostrar o que tinha acontecido com a Michonne em sua jornada de busca, que já nos mostra no segundo episódio. E por fim nos mostrar como seria este reencontro entre eles e como eles conseguiriam ficar juntos até finalmente conseguirem voltar para casa.
Sobre o elenco é simplesmente chover no molhado:
Andrew Lincoln e Danai Gurira são gênios no que fazem, e ambos já imortalizaram seus respectivos personagens no universo de "The Walking Dead". Tanto que para nós fãs, poder rever ambos em cenas novamente é motivo de extrema comoção e satisfação.
Pollyanna McIntosh tem uma participação importante dentro da série, até pela aquela visão que ficamos dela no fim do episódio que ela resgata o Rick na série principal. Dessa vez ela passa pela transição de vilã (algo que na verdade ela sempre foi), e se impõe como uma barreira entre o Rick e a Michonne.
Por outro lado temos um inesperado crossover envolvendo o Padre Gabriel e a Jadis, que nos mostra o grande Seth Gilliam mais uma vez em ação dentro do universo de "The Walking Dead". Esta participação do Padre Gabriel é muito importante, pois ele traz conexões e revelações que nos pega de surpresa, até fazendo ligações com outros personagens da série principal. Belíssima participação do sempre excelente Seth Gilliam.
Temos ainda o Terry O'Quinn, o Major-general das Forças Armadas da República Cívica. Eu acreditava que ele teria uma participação e uma influência ainda maior dentro da série, sendo o grande vilão líder do grupo CRM.
E por fim a Lesley-Ann Brandt, a sargento-mor de comando no CRM, que no início se mostrava amiga e parceira do Rick, mas logo após temos outras revelações.
O fim da temporada traz um fechamento até coeso e lógico para a história de Rick e Michonne, podemos claramente observar que esta temporada foi pensada e escrita com o propósito de fechar o arco dos dois, de realmente ser o fim especificamente dessa história dentro do universo de "The Walking Dead". Até porque até o momento ainda não temos previsão para uma 2ª temporada, pois "The Ones Who Live" foi concebida, a princípio, como uma minissérie.
Dentro de todo o contexto que foi apresentado, a série tem o final com uma das cenas mais esperadas por todos os fãs da saga "The Walking Dead", sendo talvez a principal razão que fizeram às pessoas assistirem a série até o final, unicamente buscando esta cena em específico: que é a cena do reencontro entre Rick e Michonne com a Judith (Cailey Fleming) e o RJ (Antony Azor). Esta é talvez a cena mais importante e emocionante de toda a história de "The Walking Dead", obviamente fechando com chave de ouro o final da minissérie que deveria ter sido o final da série principal. Este é aquele final para lavar a alma do Rick e da Michonne, obviamente eles necessitavam desse final, ainda mais se tratando do Rick e por tudo que ele passou. Poderíamos pensar nesse final com uma presença da Maggie (Lauren Cohan), da Carol (Melissa McBride), ou até mesmo do Daryl (Norman Reedus), mas ai já seria pedir demais né, ainda mais se tratando da primeira temporada de todos os Spin-offs que vieram após o término da série principal.
Mas como um eterno fã revoltado por uma das várias decisões ao longo dos anos da série principal, eu digo que esta cena final poderia e deveria ter a presença do saudoso e eterno Carl Grimes (Chandler Riggs).
"The Walking Dead: The Ones Who Live" encerra com uma cena que me traz uma enorme realização e satisfação como fã desse universo, pois é óbvio que podemos esperar mais reencontros como este ao longo de outros Spin-off. E também pelo fato de finalmente podermos observar e sentir este reencontro do Rick com a Judith crescida depois de tanto tempo, sem falar do primeiro encontro entre o Rick e seu filho RJ.
Sem dúvidas é um final extremamente emocionante e prazeroso para nós fãs, onde eu coloco este final como mais conclusivo e satisfatório do que o próprio final da série original.
Dessa forma eu concluo que entre os três principais Spin-offs do universo "The Walking Dead", "The Ones Who Live é o melhor, seguido de perto por "Dead City" e finalizando com "Daryl Dixon".
- 06/07/2024