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Jorge Eduardo M.
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Crítica da série
4,5
Enviada em 8 de setembro de 2023
Uma ótima série de como o bicheiro Castor de Andrade comandou, o jogo do bicho em regiões do Rio e transitou no meio político, cultural das escolas de samba e no futebol, com esquemas nas mais diversas áreas, por alguns respeitado e por outros odiado.
Série excelente, que mostra toda a trajetória do maior bicheiro do país. Essencial pra quem quer conhecer a história do Rio de Janeiro (e do Brasil) pois tudo se mistura, a corrupção é algo enraizado na sociedade brasileira e o jogo do bicho é só mais um elemento. Tudo isso é misturado ao carnaval, futebol, cotidiano das pessoas, a alta sociedade, a política, polícia e por aí vai e a série explora bem a promiscuidade entre os poderes e a cúpula do jogo do bicho. E acho que nem Castor previa o monstro que estava criando: as milícias do Rio de Janeiro.
O documentário conta da história do mais famoso bicheiro carioca. Castor foi o mecenas e principal responsável pela ascensão do clube de futebol do Bangu. Graças ao dinheiro e influência dele, o time montou elencos de muita qualidade, mas, no entanto, não se sagrou campeão de nada. O bicheiro tinha um jeito peculiar de comandar o time. Tudo funciona na base das premiações em dinheiro após as partidas, o famoso “bicho”. Além disso, a violência e o status de chefão de crime impunha respeito.
Ele também foi um grande patrocinador do carnaval, principalmente na escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel. O dinheiro investido rendeu títulos. O que mais chama atenção é a presença do bicheiro entre pessoas da alta sociedade. Ele circulava entre artistas e celebridades e tinha muita influência no meio.
O império do crime e do jogo do bicho criado por Castor é motivo de disputas e mortes até hoje. Castor é um grande personagem carioca, tanto que para alguns do documentário, ele representa a verdadeira essência do que é ser carioca.
Documentário fantástico que mostra o quão promíscuas eram as relações entre os poderes e a contravenção do Rio de Janeiro. Não só poderes constituídos mas também os que influenciam tanto como sonde comunicação. Alguém consegue imaginar um sucessor do Castir transitando com tanta desenvoltura em todas as rodas? E a cegada de Mercedes bens branca no Fórum de Bangú. Marcante.
É um documentário que prende a atenção do expectador a não parar de assitir. Cheio de entrevistas com pessoas que viveram está história seja com ligações ao Bangu, time de futebol, ou através de pessoas ligadas a escola de Samba, Mocidade Independente de Padre Miguel. Duas instituições que o Castor de Andrade bancou e usava como holofote para inflar seu ego. A sensação é em alguns momentos de está assistindo a série Narcos e comparar o Castor ao Pablo Escobar quando o assunto é o carisma que eles foram para as pessoas do local de origem deles.
Super recomendo: Doutor Castor é um relevante documento histórico e jornalístico. Explica muito do Brasil, do mecanismo da corrupção, ainda hoje, ativa no Rio de Janeiro, da máfia brasileira oriunda da contravenção do jogo do bicho e os seus sedutores bicheiros, que circulavam como celebridades na High Society carioca e eram como semi deuses nos subúrbios.
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