A carismática, solar e bem resolvida Gilda vive numa Cidade interiorana do Rio num bairro comandado pela milícia da região. Sua rotina é simples e de muito trabalho. Mas é feliz. Vive cercada de um pequeno grupo de amigos fiéis e exerce suas convicções existenciais, filosóficas e sexuais de maneira livre, plena e despretenciosa e incomoda muita gente, em especial a vizinha religiosa de frente que teima e insiste em perturbar seus dias. Apesar dos percalços segue resoluta, sem se deixar abalar... Até certo ponto. Lá pelas tantas do filme nossa heroína "quase" desmorona, mas não deixa a peteca cair. Ela é decidida, esperançosa e pensa coerente e assertivamente de que aquela comunidade é tanto dela; liberta das convenções impostas, quanto dos moradores arraigados aos moralismos ultrapassados e tóxicos, que são maioria, mas não totalidade e quiça não sabemos ao certo se são assim de fato ou são violentamente oprimidos pelo "poder" local. Por isso, Gilda decide não arredar o pé e continuar existindo a despeito dos que a querem fora dali. Um final simbólico, utópico, transbordando sororidade e contrariando a aura de tragédia anunciada que permeia todo filme.
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