Anitta, por mais que tente dizer o contrário, não é mais "aquela garota de Honório"...Como todo novo rico, ela "limpou" qualquer traço de "pobreza" que havia em si, e o contato com o passado se dá dentro de uma margem de segurança constrangedora. A amem de longe, pobretões, porque agora ela quer primeiro a aprovação dos "formadores de opinião", como a própria cantora revela em um ato falho no documentário. A cena mais reveladora, entretanto, se dá justamente dentro deste contexto de "distância", mas em outra situação: Anitta, distribuindo brinquedos para algumas poucas crianças de seu antigo bairro, nem se permite descer do carro para um contato mais próximo, talvez com medo da insegurança que deixou para trás e quem sabe de uma bala perdida, e ordena que o veículo parta dali o mais rápido possível. Fenômeno pop que diz muito sobre como a música é consumida atualmente pelo público jovem e de como este mercado mudou e não depende mais de gravadoras, Anitta falha em sua egotrip de se revelar "gente como a gente", que de tão cínica e falsa, escancara justamente o inverso!