Série bem abaixo do esperado. Arquivo 81 mostra que nem toda série de mistério com budget generoso resulta em algo bom.
Os protagonistas tem pouquíssimo carisma, tanto pela atuação que é bem fraca, quanto pela construção dos personagens em si, que não possuem qualquer resquício de características que cativem o telespectador. A protagonista feminina, Melody Pendras (Dina Shihabi), chega a ser irritante na maioria das vezes, com uma compulsão inexplicável em colocar palavrões em quase toda frase que solta (isto na versão original, em inglês). Já o protagonista masculino, Dan Turner (Mamoudou Athie), tem atuação digna de um robô, e toma decisões questionáveis do começo ao fim da série, de tal maneira que você quase torce para que tudo dê errado para o mocinho.
A cada episódio, o seriado joga uma nova peça da trama, que pouco se encaixa com a anterior. Dá a impressão de que os oito episódios contam histórias diferentes, quase como se fossem episódios de Twilight Zone. Além disso, há muita coisa sem explicação ao fim do seriado e o que se explica, é pouco elaborado, dando a impressão de que o autor ficou com preguiça e acabou recorrendo a clichês de outros filmes e séries do gênero.
Não há foco: em um episódio a trama dá a crer que o mistério vem do espaço, em outro dá a entender que as aparições são fantasmas, em mais outro explica que tudo é uma seita demoníaca, em mais um fala sobre viagens no tempo, sobra até pro desgastado papel do padre que luta contra um mal, mas acaba morrendo.
Em alguns pontos, a série até subestima um pouco a inteligência (e a paciência) do telespectador, reproduzindo situações e comportamentos absurdos dos protagonistas, que jamais seriam tolerados em um mundo real.
Sou fã de livros e filmes que cercam o ocultismo, seja ele sobrenatural, extraterrestre etc. e posso dizer com segurança que Arquivo 81 tentou criar algo novo, mas ficou com preguiça antes mesmo de começar.