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    The Midnight Gospel
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    4,1
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    3 seguidores 13 críticas Seguir usuário

    Crítica da série
    5,0
    Enviada em 2 de outubro de 2021
    É fato que vivemos um bom momento para as animações. A popularidade dos desenhos animados adultos é alta e as animações para um público jovem estão abordando temas maduros, complexos e controversos que são considerados inapropriados para crianças ou adolescentes. A indústria da animação está colocando fé nas animações. The Midnight Gospel, a mais recente série de Pendleton Ward, o mesmo criador de Hora de Aventura, comprova isso: uma animação produzida pelo maior serviço de streaming de filmes e séries do mundo, a Netflix. A arte de animação é vista e consumida com os mesmo olhares do cinema, da literatura e do teatro: uma arte complexa que também pode contar histórias complexas e abordar temas complexos.

    The Midnight Gospel não só é possível no século XXI por causa da ascensão da animação como um novo olhar no mercado do entretenimento, mas também por causa do fenômeno de transmídia existente na pós-modernidade, onde áudio, imagem e vídeo deixam de ser formatos paralelos e passam a ser complementares. No caso da animação de Ward, isso acontece com a junção de animação e podcast (na verdade, o desenho animado foi baseado no podcast de Duncan Trussel, humorista que dá voz ao protagonista Clancy). The Midnight Gospel só é possível em um mundo frenético onde a informação é algo vivo e que se instala na arte e no entretenimento através do trabalho conjunto entre mídias e da metalinguagem (além das inúmeras referências a cultura, história e filosofia que são jogadas nos episódios, da mesma forma como ocorre em Rick and Morty, por exemplo).

    ‎Em 2010, Pendleton Ward estava fazendo seu trabalho mais famoso, Hora de Aventura, da Cartoon Network, depois de apresentado um projeto piloto a Nickelodeon, uma das principais concorrentes do canal da Warner Bros. Neste período, o desenho animado foi considerado frenético e original por causa de sua fantasia e ficção, fortemente inspirados em filmes de Hayao Miyazaki, mestre da animação japonesa e do Studio Ghibli, jogos de RPG e obras antigas da própria Cartoon Network como Flapjack (quando Ward já trabalha) e As Incríveis Aventuras de Billy e Mandy, além, obviamente, de abordar tabus como homossexualidade, relacionamento, morte, insanidade mental, etc. Exatamente após 10 anos, em um intervalo de tempo onde o discurso de quebra de padrões e tabus é cada vez mais aceito, juntando com o crescimento de popularidade dos chamados "desenhos adultos", The Midnight Gospel surge com temas como drogas, budismo, espiritualidade, psicologia, filosofia e, principalmente, morte, em um momento em que a sociedade (se diz) mais aberta do que há dez anos atrás.

    ‎A série da Netflix aborda tais temas que unem a parte sonora do podcast de Duncan com a animação de Ward através da transposição de um formato sobre outro (mesmo que ambas aparentam ser, de primeira análise, opostos), mostrando certa naturalidade da própria parte em abordar temas controversos e complexos através de um método que tem tudo para dar errado, principalmente pelo fato do audiovisual (cinema, animação, televisão, etc) necessitarem de roteiros para criarem suas histórias e diálogos enquanto o podcast de conversas de Duncan (assim o brasileiro Flow Podcast) seja um método de conversar fluídas e improvisadas sem nenhum tipo de preparo formal Tal audácida da séria demonstra como as atuais gerações querem acabar com os tabus pré-existentes na sociedade; uma delas é a morte, uma das mais comentadas pela animação (sendo que, inclusive, o próprio título da obra faz referência a essa). "Midnight" (meia-noite em inglês) pode facilmente ser interpretado como uma simbologia para o ciclo da morte, onde se nasce, cresce e morre para depois nascer de novo e assim sucessivamente. Mesmo que os episódios falem de quaisquer outros assuntos, o tema "morte" estará no meio de alguma discussão filosófica, independente do contexto.

    ‎Os dois últimos episódios da série (sete e oito), ainda em relação a temática "morte" como objeto de análise da animação, tem características especiais em comparação com os outros seis episódios da série, pois essa abordagem muda totalmente de rumo.

    O episódio 7 colocou Clancy, literalmente, para ter uma conversa com a morte, que se manifesta em um corpo físico, abandonando a passividade de episódios antigos e sendo uma existência ativa que fala, anda e pensa como Clancy, nascendo da ideia da morte como algo natural do ciclo da vida e não demoníaco e demonizado como é representado em algumas culturas (principalmente a judaico-cristã ocidental). O oitavo episódio é um dos mais importantes da série (se não o mais importante) não apenas porque Clancy/Duncan conversa com sua mãe antes dessa morrer meses depois, mas pelo fato do personagem (e também de seu dublador) colocar em prática todas as reflexões que então havia fazendo. Sabendo que sua mãe irá morrer em pouco tempo devido a complicações de um câncer, Ducan Trussel/Clancy experiente na pele o que é aceitar a morte depois de falar 7 episódios sobre isso.

    The Midnight Gospel mostra que ficção e a fantasia podem ser reais, e que a realidade, da mesma forma, também pode ser vista com a magia e subjetividade da ficção. Por trás do surrealismo da animações, existem pessoas reais trazendo ideias e conceitos reais, incluindo desde cientistas a criminosos condenados à morte. Enquanto os entrevistados trazem seus argumentos e reflexões, uma série de elementos surreais e fantasiados são jogados em sua tela. O contraste entre realidade e ficção é a união entre animação e podcast de The Midnight Gospel. A animação transforma o podcast em algo mais imaginário enquanto o podcast transforma a animação em algo mais real, transformando a fronteira entre realidade e fantasia e ficção e verdade em uma leve linha tênue.
    Rayanni E.
    Rayanni E.

    14 seguidores 2 críticas Seguir usuário

    Crítica da série
    4,5
    Enviada em 29 de abril de 2020
    No primeiro episódio eu fiquei perdida sem saber se acompanha os diálogos ou todo o caos acontecendo ao redor, mas já achei a animação em si muitíssimo agradável. Os diálogos super rápidos tornam um pouco difícil acompanhar tudo e pensar junto com os personagens, chega a ser divertido. Por mais que seja difícil acompanhar o mundo acontecendo e os diálogos levantados, é perceptível que há uns momentos de respiro quando algo deve ser mais considerado, então nesses momentos o público tem uma chance de sentir o que os personagens estão sentindo enquanto está havendo a conversa. No mais, é uma série super dinâmica. Tenho certeza que assistindo pela 3ª vez ainda descobrimos e vimos coisas não percebidas antes.

    Gostaria de falar especificamente sobre o último episódio. O que eu direi a seguir foram pensamentos que surgiram numa conversa com um amigo, então estou colando tudo o que falei a ele. Se alguém quiser discutir sobre os tópicos que eu não dei continuação, seria interessante.

    "O final foi muito bonito mesmo. Reforçou de novo a importância de estar no momento presente né? Aquela técnica de sentir-olhar-ouvir que spoiler: a mãe dele
    ensinou é uma coisa que eu faço quase sempre quando tô andando de ônibus e é uma sensação bem estranha mesmo. Eu permaneço ouvindo tudo o que tá acontecendo, mas é como se eu estivesse dormindo mesmo assim. É realmente um tipo de transfiguração da "dimensão da consciência" como ela falou. Enxergar coisas nem sempre acontece comigo, às vezes é um nada, outras vezes é como um sonho, mas não exatamente porque eu sei que tô acordada e tem uma sensação física que não dá pra explicar bem, mas chega próximo a sensação de um fluxo
    Sempre coloco meus fones, deixo minhas músicas salvas tocarem aleatoriamente e só fecho os olhos sem me importar com minha postura. Às vezes demora alguns minutos e eu durmo, outras vezes acontece isso. Chamam de "estado meditativo" já que é um estado de presença total, mas não foi uma coisa que aprendi com alguém, um dia qualquer fechei os olhos e me deixei sentir o vento no rosto como sempre faço religiosamente"

    Eu sempre me recuso a interagir com os amigos num ônibus e fico na janela focada em algo que apenas eu sei. Soa esquisito e muito bobo, mas traz muita clareza e paz de espírito.

    "Somente sentir o vento & viver aquele momento tira todo o peso das cargas ruins, e por alguns instantes você consegue apenas SER e com isso reagir melhor.
    Não chorei com esse ep nem cheguei perto, mas quando foi falado "(...) Mas o amor não vai a lugar nenhum. Tenho tanta certeza disso quanto do resto." me tocou um pouco porque realmente parece uma verdade.

    O amor parece ser a única coisa que permanece, o amor em si, independente de forma. Acho isso porque os amores que eu já senti permanecem vivos e independem da forma que a pessoa me tratou, do vacilo que ela me deu.. Isso porque é o amor pela existência daquela pessoa, eu acho, não pela forma que somos tratados, não pelos benefícios que aquela pessoa vai trazer, mas por ela SER. Acho que quando achamos que o amor acaba é porque de fato ele nunca existiu, ou porque as mágoas (coisas do ego) estão criando uma neblina.

    Aqui também cabe uma discussão sobre conexão, relevância do tempo sobre o amor que sentimos, a existência de algo como "alma gêmeas" etc mas tá bom de fazer esse chat de espaço pra discussões a margem da ciência.

    A série foi massa pra mim e eu já sabia muitas dessas coisas (...)"
    Dodo Roriz
    Dodo Roriz

    15 críticas Seguir usuário

    Crítica da série
    5,0
    Enviada em 25 de setembro de 2023
    Simplesmente umas das maiores seres que já vi na minha vida uma obra prima, me fez refletir de vários tópicos diferentes (morte, amor )
    Victor Pump
    Victor Pump

    1 crítica Seguir usuário

    Crítica da série
    4,0
    Enviada em 9 de maio de 2020
    Do mesmo criador de "Hora de Aventura", The Midnight Gospel vem aí ainda mais intensa!
    Em uma espécie de apocalipse universal, embarcamos juntamente com Clancy, um podcaster espacial que viaja pelo universo através de um simulador, onde entrevista os habitantes do mundo sobre temas profundos, como morte, religião, magia, perdão, etc.
    O curioso é que as entrevistas acontecem durante uma espécie de missão, onde os entrevistados passam pelo dilema de estarem vivendo o fim do mundo mas, ao mesmo tempo, conseguem passar com clareza os seus posicionamentos sobre os assuntos abordados.
    Fiquei ainda mais intrigado depois que descobri que as entrevistas realmente existiram, sendo retiradas do podcast de Duncan Trussell (Duncan Trussell Family Hour), ondel o apresentador, que também é roteirista e faz a voz do protagonista Clancy no desenho, entrevista pessoas que podem falar com propriedade sobre temas profundos abordados na primeira temporada.
    A impressão que me passou foi que a de uma mistura com as situações pós-apocalípticas de Hora de Aventura, os cenários bizarros de "Rick and Morthy", com as reflexões filosóficas e sociais de Bojack Horseman, mas com temas refletidos de maneira ainda mais objetiva.
    É uma viagem! Uma viagem muito boa!
    João Vitor Deckers
    João Vitor Deckers

    1 crítica Seguir usuário

    Crítica da 1 temporada
    5,0
    Enviada em 21 de abril de 2020
    O desenho reflete de um jeito gostoso sobre as coisas ruins e boas da vida. Simplesmente me surpreendi.
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