Se existe um médico que redefine completamente o conceito de ética médica, esse médico é Gregory House. Sim, aquele mesmo que olha para um paciente morrendo, joga um diagnóstico absurdo no ar, quase mata a pessoa com um tratamento experimental e, no final, ainda tem razão. House é a prova viva de que a medicina não é uma ciência exata, mas sim uma arte performática onde sarcasmo, antipatia e métodos completamente questionáveis são essenciais para o sucesso.
A série House M.D. nos apresenta um hospital onde os pacientes chegam com sintomas impossíveis, prontos para serem descartados pela medicina tradicional. Mas então, entra em cena o nosso mestre do caos: Gregory House, o médico que parece ter lido todos os livros de medicina da história, mas decidiu que a única forma de aplicar esse conhecimento é testando os limites do corpo humano e da paciência de seus colegas. Ele invade casas, envenena pacientes temporariamente para provar suas hipóteses e faz de cada episódio um experimento científico onde a única regra é que ele sempre está certo—eventualmente.
É fascinante como a cada episódio alguém duvida das ideias dele, geralmente porque essas ideias envolvem quase matar o paciente antes de curá-lo. Mas, claro, no último momento, quando tudo parece perdido, a lâmpada acende na cabeça do House, ele solta um "É lúpus? Não, não é lúpus!" e descobre a verdade. E assim, o paciente que estava prestes a dar adeus à vida milagrosamente se recupera, enquanto todos os outros médicos ficam se perguntando como House consegue estar sempre certo (e se deveriam começar a quebrar algumas regras também).
E o mais impressionante? House faz tudo isso enquanto está completamente dependente de analgésicos. Qualquer outro profissional com essa carga de vício estaria sendo processado ou, no mínimo, dormindo no plantão. Mas House? Ele está lá, brilhando, resolvendo mistérios médicos como se estivesse participando de um reality show de sobrevivência onde o prêmio é esfregar sua genialidade na cara de todo mundo.
No fim das contas, House M.D. não é apenas uma série médica. É um espetáculo de humor ácido, dilemas éticos atropelados sem piedade e um estudo profundo sobre como a pura arrogância pode, às vezes, salvar vidas. Gregory House não é apenas um médico. Ele é um fenômeno. Um ser que desafia a lógica, a paciência dos outros e, principalmente, qualquer padrão aceitável de conduta hospitalar. Mas convenhamos... seria um privilégio ser quase morto por ele antes de ser salvo.