Logo após um estranho ocorrido em que 43 mulheres dão a luz sem nunca terem estado grávidas, o excêntrico e nada convencional milionário Sir Reginald Hargreeves (Colm Feore) decide adotar 7 dessas crianças com o objetivo de treiná-las para serem uma espécie de grupo combatente do mal. Depois de muitos anos separados, o grupo volta a se reunir em consequência da morte de Reginald, algo que os leva a enfrentar um desafio jamais imaginado por eles.
Baseado em uma HQ de mesmo nome, o seriado THE UMBRELLA ACADEMY vem recheado de criatividade e muita diversão, tendo em seu elenco um grupo de artistas não menos que entrosadíssimos e afinadíssimos para seus papéis. É curioso constatar que, mesmo diante de certos poderes, fica claro que nem todos estão satisfeitos com eles, deixando nítida a sensação de fragilidade pessoal mesmo sendo diferente das demais pessoas. Tá certo que isso já foi abordado em outras produções, mas o tratamento dado a este elemento dramático amplifica a importância da história de forma exponencial, incluindo certos desafetos (e afetos) entre os irmãos adotivos.
O grupo formado por Vanya (Ellen Page), Luther (Tom Hopper), Diego (David Castañeda), Allison (Emmy Raver-Lampman), Klaus (Robert Sheehan) e Five (Aidan Gallagher) são plenamente responsáveis por grande parte do entretenimento, com especial atenção para o ultra-divertido e carismático Klaus e o super-prepotente e habilidoso com palavras sem papas na língua Five; esses destaques jamais desmerecem os demais componentes, mas criam uma empatia única com o expectador.
Como não poderia deixar de ser, o seriado vem recheado com doses de ação que muitas vezes abusam da violência, mas jamais gratuita, pois as circunstâncias mostram como isso pode ser relevante para cada contexto. E a narrativa que vai sendo desenvolvida ao longo dos 10 episódios aproveita isso bem, pois a direção habilidosa, efeitos visuais na medida (que o diga o personagem Pogo) e piadas aos montes se entrelaçam em uma sequência de pontos costurados e bem explicados para deleite dos atentos. Tudo ainda sustentado por uma trilha sonora escolhida a dedo que inclui Queen, Rod Stewart, The Doors entre tantas outras para satisfação plena dos oitentistas de plantão.
Seguindo uma linha pop que se aproveita de ideias já comuns, mas transbordando criatividade ao aderir a conceitos tão contemporâneos, a Season 01 de THE UMBRELLA ACADEMY nos presenteia com personagens carismáticos, história recheada de tensões, emoções e humor, tudo acompanhado por cenas e situações nada convencionais, mas sempre coerentes com o universo atípico da série. Lembrando de destacar a presença daquele que talvez seja o personagem homossexual mais carismático e divertido criado para a 7ª arte.