Eu comecei a ver a série sem o conhecimento do filme e das HQs, então a minha visão se limita somente a série em si. Inicialmente, a série aborda sobre uma distopia onde os humanos vivem em um trem composto por 1001 vagões após os acontecimentos surgidos por conta do aquecimento global. O trem havia sido construído apenas para salvar a população mais rica do mundo, mas no dia da embarcação, a população mais pobre invadiu o fundo do trem para se salvar do mundo congelado. (Se tiver algo de errado, não me julguem, eu sou ruim de memória).
E mais uma vez, uma série nos apresenta a jogada de "quem matou quem" no início de sua trama para fazer os espectadores ficarem curiosos e interessados; mesmo que os personagens não sejam tão cativantes. A trama inicial é bastante comum perto de outras séries, e depois de concluída, se torna algo um pouco mais interessante de se assistir. A série, em vários momentos, crítica a desigualdade social e a luta por igualdade; mesmo que isso não seja um aspecto bem trabalhado na história. (O episódio do julgamento de uma das personagens, foi um dos acontecimentos mais palpáveis sobre a desigualdade de classes: nem todos tem o que merecem).
A história nos entrega vários personagens durante sua trama, alguns se destacam e outros não. O protagonista chamado Andre Layton é um personagem interessante no início da história, mas depois de certos acontecimentos, ele começa a tomar algumas decisões bastante idiotas e questionáveis. Foi um personagem que eu não consegui me apegar e nem comprar a sua jornada. Para mim ele é detestável e com uma jornada bem desinteressante. Como um detetive pode tomar tantas decisões idiotas? E como alguém que está construindo uma revolução não se tocou das consequências que isso traria para todos? É bem difícil acompanhar algo onde o protagonista não tem nenhum carisma.
A personagem chamada LJ Folger é a típica adolescente metida a psicopata. Uma das coisas que a série não trabalhou bem foi a personalidade da LJ. Ela é caricata, cheia de esteriótipos e possui uma camada única de personalidade. Ela é uma personagem que eu detesto e fico bastante feliz que a série não resolveu dar foco nela no restante da temporada. (Desculpa, mas tem jeitos muito melhores de trabalhar a psicopatia).
Gosto muito da personagem chamada Bess Till. Eu não diria que ela teve uma evolução fantástica, mas afirmo que foi bem mais interessante acompanhar os dilemas dela, as duvidas e as lutas internas dessa personagem. No início da trama ela é apenas alguém que aceita as ordens impostas sobre ela, e no fim da trama; ela já é uma personagem mais questionadora, mesmo que só um pouco. Ela tem muita dúvida sobre o que é certo e errado e o lugar que ela pertence.
Há vários personagens que beiraram o interessante na história. Como Ruth Wardell, que tinha uma personalidade meio excêntrica e egoísta, mas que no fim se tornou alguém mais submissa do que uma líder em si. Josie Wellstead que era bem chatinha no início, mas teve o seu momento de destaque em um dos dez episódios. Ela foi alguém que tinha os mesmo princípios da Melanie. Ideias opostas, mas a lealdade é intacta. Nesse aspecto as duas são bem parecidas.
Mas o destaque da série inteira vai para a personagem Melanie Cavill. Ela é alguém interessante de se acompanhar. Ela não é perfeita, ela tem atitudes questionáveis e possui profundidade em suas ações e pensamentos. Ela tem ideias e princípios bem trabalhos e fixos em sua mente. Diferente do protagonista, ela pensa em muitas coisas antes de tomar alguma decisão. Ela não pensa nela, ela se preocupa na ordem e na sobrevivência da humanidade. Esse mérito todo eu dou para a atriz Jennifer Connelly, que a interpretou brilhantemente
Snowpierce, para mim, é uma série mediana com muitos defeitos e pouquíssimos acertos. E esses acertos só são percebidos nos seus dois últimos episódios. Acredito que eles tem muitos personagens interessantes, mas que por enquanto, eles não souberam trabalhar bem a maioria deles.