O falecido Tom Clancy sempre foi conhecido pela qualidade detalhista de suas obras, independente da mídia utilizada. Neste viés, um de seus mais marcantes personagens atende pelo nome de Jack Ryan e já foi protagonista de vários filmes de qualidade variável. Agora ele retorna como protagonista de uma série produzida pela Amazon, cujo objetivo é levar Ryan (John Krasinski) a descobrir as reais intenções de um suposto terrorista que se mostra um exímio estrategista na elaboração de suas ações.
Grande parte da qualidade embutida nessa primeira temporada de JACK RYAN recai sobre a presença de dois coadjuvantes: James Greer (Wendell Pierce) e Hanin (Dina Shihabi), esta esposa do antagonista e aquele líder de um setor da CIA da qual Ryan é analista. Digo isso porque a relevância desses dois personagens é notável, Greer é um cara complexo, cujo passado fica sob suspense até os últimos episódios, algo que alavanca questionamentos sobre sua importância mas acaba por colocá-lo destacável pelas oscilações de conduta que conquistam o espectador de forma inequívoca. No caso de Hanin, fica difícil não se importar/torcer com a mãe que foge da Síria em pleno conflito com o marido terrorista e precisa buscar meios para manter sua segurança juntamente com a das filhas, notável e extremamente relevante (talvez a mais importante da temporada).
O elenco, encabeçado pelo ótimo John Krasinski tem algumas boas adições destacáveis, como é o caso de Ali Suliman e do já citado de Wendell Pierce, que possuem destaque como personagens e como intérpretes. Há de destacar também que, como série de ação, a Amazon não poupou recursos, levando a produção a momentos caóticos estilo Michael Bay ou "controlados" como Jason Bourne, mas sempre entretendo sem jamais ofuscar os fatos em questão.
A história que se desenvolve sem correria, e que realça detalhes para surpresa do espectador, também chama atenção por criar momentos que dificilmente são antecipados, deixando tanto o protagonista quanto o antagonista no foco da atenção. Embora a vida de ambos também seja destacada para realçar a humanidade de ambos, há diferenças críticas entre eles que formam o limiar da narrativa que entretém na medida.